A mitomania como forma de governo

Duvidar da palavra de político é quase um esporte nacional. O histórico dos nossos representantes favorece a isso. Eles sempre foram pródigos em prometer e não cumprir. Promessas, então, que passaram a ser encaradas como mentiras.

Mas como em quase tudo, há um limite. Uma vez investidos de cargos públicos, esses seres passam a gozar de um pouco de confiança. Nessa condição, a eles é oferecido ao mínimo o benefício da dúvida. Esse beneplácito está com os dias contados. Pelo menos quando nos referimos ao presidente da nossa República.

Como mente o mandatário da nação!!! Mais do que isso: deturpa, distorce, inverte fatos, constrói factoides, inventa versões, descontextualiza situações. Não é exagero afirmar que a mitomania é a principal estratégia do governo Bolsonaro.

Não é sem razão que a grande maioria da população desconfie de que ele tenha realmente sido infectado pelo novo coronavírus. Além da sua reconhecida capacidade para mentir, há uma série de questões que depõem contra a veracidade do diagnóstico clínico presidencial.

Todos lembram de quanto o presidente se negou a mostrar os exames que teria feito em maio e cujos resultados teriam sido negativos. Naquela oportunidade, quase todos ao seu redor testaram positivo para a Covid-19, menos ele. Agora, como é conveniente para o presidente, ele mesmo diz que testou positivo, mostra exames e, pior, ainda faz propaganda de medicamento que toda a comunidade científica questiona a eficácia. Para completar, todos os que estão em contato diário com ele testaram positivo. Lembrem-se: o presidente tem verdadeira aversão às máscaras de proteção e nos encontros com seus auxiliares, não as usa, a exemplo de grande parte dos seus ministros.

Ademais, com mentiras, subterfúgios, ardis ou bravatas, Bolsonaro é contumaz criador de cortinas de fumaça sempre que há assuntos que o incomodam e sobre os quais ele precisa se pronunciar ou dar explicações: prisão de Queiroz, situação do advogado Frederick Wassef, depoimento do filho Flávio ao Ministério Público, fuga da mulher de Queiroz, estoque de hidroxicloroquina produzida pelo Exército e, sua própria obrigação de depor à Polícia Federal.

Bolsonaro mente como quem toma cloroquina para curar Covid. Há quem acredite que faça efeito. Hoje, felizmente, a grande maioria parece não acreditar mais. Daqui a pouco, nem o presidente acreditará nele mesmo.

NOVO REITOR

Será definida pelo Ministério da Cidadania, e não pelo Ministério da Educação (MEC) a nomeação do futuro reitor da Universidade Federal Rural do Semiárido (Ufersa). Ao MEC caberá apenas fazer o protocolo burocrático de publicar a portaria, mas quem deve apresentar ao presidente Bolsonaro o nome a ser escolhido é o ministro Onyx Lorenzoni. Dificilmente haverá mudança nesse quadro.

QUE PAPÉIS!!!

O Rio Grande do Norte tem dois nomes na equipe ministerial do presidente Jair Bolsonaro: Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional) e Fábio Faria (Comunicações). Nos últimos dias, eles tem sido figuras centrais nas patuscadas do chefe.

QUE PAPÉIS II!!!

Marinho recebeu de Bolsonaro uma caneta possivelmente infectada, depois que o presidente a utilizou durante tossidas e espirros. A Fábio, coube o papel de defender o presidente pelo fato de Bolsonaro ter tirado a máscara quando foi anunciar que estava justamente infectado. O ministro das Comunicações afirmou que o presidente tirou a máscara para dizer que estava bem. Sem comentários.

CADA QUAL

Os governos não deveriam permitir a reabertura da economia. Mas uma vez reabertas as lojas, as pessoas também não deveriam ir fazer aglomerações.

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