Mercosul fala em “ruptura democrática” e exige que Venezuela respeite divisão de poderes
Iniciativa foi confirmada pelo ministro da Relações Exteriores Aloysio Nunes após reunião de emergência com os outros três membros fundadores do bloco - Argentina, Paraguai e Uruguai.
BUENOS AIRES – O ministro da Relações Exteriores o Brasil, Aloysio Nunes, afirmou neste sábado (1/4), em Buenos Aires pouco depois da reunião de chanceleres do Mercosul para discutir a situação na Venezuela que foi iniciado o processo que pode culminar na expulsão do país do bloco regional.
Questionado sobre se o documento firmado com outros chanceleres – Eladio Loizaga, do Paraguai, Susana Malcorra, da Argentina, e Rodolfo Nin Novoa, do Uruguai – na capital argentina seria a aplicação da cláusula democrática contra Caracas, o brasileiro afirmou apenas que “os mecanismos estão iniciados”.
Os chanceleres dos quatro países fundadores do Mercosul se reuniram de forma urgente em Buenos Aires neste sábado depois que na quinta-feira (30/3), o Tribunal Supremo da Venezuela (TSJ) decidiu assumir as funções do Legislativo, controlado pela oposição. Neste sábado, o TSJ recuou e revogou a sentença.
Em uma declaração conjunta chamada de “Levando em consideração a ruptura da ordem democrática na República Bolivariana da Venezuela”, os chanceleres exortaram a Venezuela a garantir a separação dos poderes e a respeitar o cronograma eleitoral previsto.
“Vimos claramente que tem havido uma intromissão sistemática do Tribunal Supremo de Justiça sobre a Assembleia Nacional e a questão do desacato tem sido usada sistematicamente ao longo do tempo (…) isso mostra que a separação dos poderes, que é a essência da ordem democrática, não se cumpre”, disse a chanceler argentina, após o encontro.
“Estamos defendendo que se cumpra o cronograma eleitoral para a votação de governadores, que foram adiadas (em 2016), para autoridades regionais previstas para 2017 e para as presidenciais de 2018”, completou a chanceler argentina. / COM AFP
Estadão