Uma página da minha vida, uma oportunidade!

Manhã bonita e de muito sol em terras natalenses, era o cenário que tínhamos após o deslocamento de pelo menos quatro horas de carro. Confesso, que estava feliz e ansiosa, afinal galgar um espaço e a inserção permanente na sociedade hodierna nos faz pessoas melhores.

Chegando ao local da solenidade prevista, caminhamos um pouco e logo já estávamos em frente ao belo casarão, com estrutura que vislumbra por si muita história e ao me deparar com a escadaria, eu voltei ao passado, lembrei da minha infância.

Cada degrau que compõe a escadaria da entrada da sua imponente estrutura, me fez sentir uma fase da minha vida. Tempos que eu já me sentava para admirar a arquitetura do casarão dos meus avós. Eu nem sabia o porquê, todavia era tão fascinada pelos espaços barrocos e pelas pinturas nas paredes. Marcas de um tempo, sem muitos avanços. Mas, com muita criatividade e sentimentos, imbricados em cada lugar. Respirei e vivi, por alguns minutos um passado que não volta, mas que a memória pode trazer à luz o presente.   E “boas lembranças são nossa segunda chance de ser feliz”, segundo a Rainha  Elizabeth II.

E nada acontece ao acaso, e se os degraus trouxeram a memória o que me faz ter esperança, logo lembrei do Patriarca Jacó. Certo dia, num caminho frente a um percurso nebuloso, onde o que parecia o fim, era apenas o começo. O rumo ao desconhecido e a insegurança natural do ser humano, foi acalentada, com uma visão de uma escada, e os degraus levavam diretamente para o céu.  A partir daquele momento, sua peregrinação divinamente conduzida, teve como resultado as 12 tribos de Israel.

Com isso, me rendo aos degraus da vida e na subida de cada um, olho para os céus e vejo: o amanhã cheio de gratidão e mesmo com as incertezas, a fé tem me dado a leveza para acreditar que sempre existe um além melhor.

Contudo, com muita brevidade, as gratas surpresas no meio dos enfrentamentos da vida, nos trouxeram ao Instituto Histórico e Geográfico do RN. Dessa vez, bem diferente, e como já discorreu Vinicius de Morais:

A vida não é de brincadeira, amigo.
A vida é arte do encontro
embora haja tanto desencontro pela vida. (Vinicius de Morais)

Padre Belarmino comparava o homem, que estudava e investigava, a um asceta, que meditava e orava, pois, após colher os elementos de nossa história, trazia-os para o Instituto como o sacerdote levava “a hóstia do sacrifício” para o altar , em 1897 as sábias e memoráveis palavras descrevem o quão sagrado é, ter responsabilidade  com a história nossa de cada dia.

Como, a vida prepara o guerreiro e o tempo instrui para o sucesso, vou encerrar com o pensamento de Golda Meir, quando em março de 1969 assumiu o governo de Israel, e revela o que essa que vos escreve gostaria de dizer: “Muitas vezes fui acusada de conduzir as questões públicas mais com a emoção do que com a razão. Bem… e se for verdade? Aqueles que não sabem chorar com o coração tampouco sabem rir”.

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