Religião e política partidária

Política e religião, no passado, era comum recomendar não misturar, a tendência era acabar tudo em confusão e ninguém se entendia. Hoje a história já mudou muito, embora sejam temas delicados. Mas, como tudo tem uma pitada diferente no “país” de Mossoró, os temas se misturam até mesmo por iniciativa dos seus líderes. Na semana que passou acompanhando o noticiário pelo rádio, ouvi uma boa reportagem no Jornal da Amanhã (Rádio 95 FM -TCM), de que o segmento evangélico em Mossoró já se organiza para lançar uma candidatura nas eleições do próximo ano disputando uma cadeira de deputado estadual.

Pelos informes até o partido já estava sendo definido e a proposta é real. Sendo assim, vai ficando no passado aquele tempo no qual o pastor encontrava o seu “rebanho” para falar de Deus na sede da igreja. Hoje esse religioso deixa o templo, vai as ruas, sobe ao palanque e conversa com os seus seguidores sobre política e cargos eletivos. É a fusão entre a mensagem da religião e o poder emanado da política para aqueles que conseguem sucesso nas urnas. Dizem seus atores que, fazer política partidária também é uma forma de ajudar o povo de Deus em sua caminhada terrena. E isso é verdade, porém se torna diferente, pouco comum, quando vem junta com a religião. Embora existam, no passado e no presente, muitos exemplos.


FALTANDO ÁGUA

Os moradores da zona rural em Mossoró seguem se queixando da qualidade ruim no serviço de fornecimento de água. Tem sempre um poço sem funcionar, ou falta uma peça que impede a vazão. Só para exemplificar, entre outros, ouvi muitas queixas recentes de moradores da comunidade do Senegal. A turma vive uma espinheira danada para sobreviver, como diz a música de Duduca e Dalvan. O fato é, sai governo e entra governo, no caso do município, e o quadro não muda muito.

Isso nos remete mais uma vez ao sucesso da dupla sertaneja que, em determinado ponto diz assim: “Sonha com as belas promessas de gente importante que tem ao redor. Quando entrar o fulano e sair o cicrano será bem melhor. Mas entra ano e sai ano e o tal do fulano ainda é pior”. Amenidades a parte, vamos cair na real, agir como verdadeiros gestores e, na prática, sem falácia, resolver esse problema da zona rural que é muito sério, o abastecimento de água. Ou a falta dele.

CACHORROS DE RUA

Aplaudimos a postura daqueles que empunham a bandeira da causa animal, e é preciso que algo seja feito mesmo. Principalmente quando falamos daqueles que vivem nas ruas, muitos deles abandonados por pessoas que não analisam bem a situação antes de resolver criar um gato ou cachorro, só para citar os mais comuns. Agora, precisamos assistir atitudes concretas, pois tem sido uma triste coincidência encontrar pelas ruas animais com uma das patas quebradas.

A impressão que passa é que existe algum filho do capeta fazendo isso de forma deliberada. Caso pensado mesmo. Utilizo esse espaço como forma de colaborar no combate e, quem sabe, identificar quem anda cometendo essa crueldade pelas ruas. Fica o alerta e, não precisa se expor, se alguém observar essa cena, comunique a polícia. Quem faz isso com um ser irracional, não demora e fará o mesmo aos seus semelhantes.

SEDE DA DEFUR EM MOSSORÓ

Cruzando os conjuntos Abolições em Mossoró, me deparei com um prédio em meio a um matagal. Me chamou a atenção o fato de observar uma certa conservação na construção depois das grades de proteção junto ao muro e, olhando melhor, percebi se tratar da sede da Delegacia Especializada em Furtos e Roubo (Defur), situação que confirmei ao visualizar uma placa. Feito esse preambulo, justifico minha surpresa, o local parecia abandonado em meio ao matagal e veículos expostos ao sol e chuva.

Minha gente, nós estamos falando de um equipamento de segurança pública, de responsabilidade do governo do Estado. E aqui não olho a pessoa que ocupa a cadeira de governador ou secretaria de segurança, e sim a responsabilidade do gestor. Ali, além do patrimônio público com aspecto de abandono, temos servidores que prestam serviço no local e merecem respeito. Principalmente em uma missão tão árdua e nobre, garantir a segurança do cidadão potiguar. O aspecto é de assustar. Isso tem nome: Descaso.

POTENCIAL AGRÍCOLA DA REGIÃO

Nós vivemos em uma região naturalmente rica. Temos o sal, petróleo, gás natural e, apesar do clima semiárido, um solo que pode produzir muito com a fruticultura irrigada. A iniciativa privada já provou o quanto é possível produzir em Mossoró e região, citando aqui como exemplo o melão. A fruticultura irrigada e a agricultura familiar, pode ser ampliada para o agricultor comum, bastando para isso política séria de governo e uma população disposta a mudar o cenário.

Nós já temos uma área imensa ocupada por assentamentos nos quais já existem alguns trabalhos, inclusive com a presença do poder público. Outro dia assistimos uma cena da prefeitura de Mossoró adquirindo diferentes tipos de frutas e verduras, junto a agricultura familiar. Além de fazer girar a economia local, coloca-se no mercado produtos com melhor qualidade, em relação a questão dos agrotóxicos. Enfim, fica aqui o registro do potencial agrícola da região que precisa ser bem cuidado.

TRANSPARÊNCIA E O DIABO DA CRUZ

De forma coloquial costuma-se dizer que – Quem não deve, não teme. No entanto existem alguns seguimentos nos quais a simples palavra “transparência”, já causa verdadeiro terror. E o pior de tudo, as vezes sem a menor necessidade, pois nem sempre quando se coloca o tema se faz no sentido de que já esteja acusando alguém de algo errado. Manter a transparência, por exemplo, se eu sou um gestor de empresa privada ou instituição pública, já seria algo positivo.

Mas, no afã ou ânsia de servir e se mostrar pronto para defender o mestre, muitas pessoas fogem da palavra transparência assim como o Diabo foge da cruz. A recomendação seria o contrário, antes da cobrança eu mesmo falaria na transparência daquilo que rege o meu mestre, assim ele estaria menos exposto as cobranças. Pensem nisso, quem sabe, você o deixará mais feliz. E anotem, transparência é uma coisa boa. Se o mestre não gostar, tem algo errado.

MENSAGEM

“Agir, eis a inteligência verdadeira. Serei o que quiser. Mas tenho que querer o que for. O êxito está em ter êxito, e não em ter condições de êxito. Condições de palácio tem qualquer terra larga, mas onde estará o palácio se não o fizerem ali?”.

Fernando Pessoa

VOTOS NO RN E EMENDAS PARA SP

Além da queda, coice. Já não basta o Rio Grande do Norte ser um estado pobre, ainda tem que assistir seus representantes favorecendo unidades mais abastardada da nação. O desenho diz respeito a informação de que a deputada federal potiguar, Natália Bonavides, do PT, resolveu socorrer uma universidade do rico estado de São Paulo com uma de suas emendas parlamentares. O valor transferido foi de R$ 100 mil. Parece que no estado da parlamentar estão nadando em dinheiro.

Porém, respeitando a liberdade de escolha de cada um, faço esforço para acreditar que a deputada tenha suas razões. Resta saber quais. Será que esse dinheiro não seria bem-vindo na Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, a nossa resistente Uern? Até mesmo a Ufrn agradeceria. Vamos aguardar, quem sabe, a companheira diga algo que venha justificar o ato. Enquanto isso, o elefante RN só lamenta a falta de compromisso.

ACDP SENDO LEILOADA

A lembrança de bons carnavais, desfiles com a presença de figuras com destaque no cenário nacional, vão ficando no passado. Somente história para contar, além é claro, da pá de areia final no único patrimônio do clube. Falo do anunciado leilão do prédio da Associação Cultural e Desportiva Potiguar (ACDP). A decisão é do Tribunal Regional do Trabalho da 21ª Região (TRT-RN) para pagar dívidas trabalhistas e previdenciárias. O local já andava abandonado mesmo depois de anos de exploração e, de pouco proveito para o futebol do clube.

Lembro que o ex-presidente do Potiguar, Caby da Costa Lima, até falou na venda. Surgiram várias pessoas alegando possuir ações da entidade, e eu pergunto: Por onde anda toda essa gente? Teve um que me parou na rua já chateado. E eu, criei uma conversa dizendo que ele queria realizar uma assembleia de sócios investidores e, quem não tivesse o valor da cota essa seria coberta com as “tais ações”, ou valor seria coberto e o sócio ficaria devedor. O sujeito mudou de conversa. Enfim, é uma pena que tudo isso esteja acontecendo, mas é um caminho sem volta para o futebol de Mossoró. Aliás, um problema que se espalha pelo Brasil é manter a estrutura social dos clubes de futebol.

AMPLIANDO EM CANAL ABERTO

Aos olhos dos dirigentes do legislativo mossoroense a passagem por Mossoró do Ministro das Comunicações, não passou em brancas nuvens. O presidente da Câmara, vereador Lawrence Amorim (SD) entregou um ofício ao titular da pasta, potiguar Fábio Faria, solicitando um equipamento que permite a transmissão em canal aberto da programação da TV Câmara Mossoró. A entrega ocorreu na quarta-feira, 16, em um encontro realizado no Palácio da Resistência, sede do governo municipal.

Atualmente, a TV Câmara Mossoró é transmitida pelo canal 23.2 da TCM. A proposta do vereador Lawrense é ampliar o acesso dos mossoroenses à programação da TV Câmara. E com a transmissão aberta, mais pessoas poderão acompanhar a transmissão das sessões ordinárias e conhecer melhor o trabalho do legislativo. O diretor da Fundação Aldenor Nogueira, Jório Nogueira, também assinou o ofício. A Fundação é o órgão mantenedor da TV Câmara Mossoró e foi criada no período em que Jório foi presidente da CMM. O ministro Fábio Faria afirmou que vai analisar a solicitação. Agora é aguardar que a proposta se torne realidade. E por falar em TV Câmara, aguardem, trago novidades em breve sobre sua programação.


DICA LEGAL – INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA

O Código de Defesa do Consumidor (CDC) lá no seu artigo 6º prevê entre seus direitos básicos, em favor daquilo que pleiteia o consumidor, o direito a ter a seu favor aplicação da inversão do ônus de provar quando presentes a verossimilhança de suas alegações ou sua hipossuficiência perante a parte contrária. No íntegra eis o que diz o inciso VII:  “a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências”. Geralmente o fornecedor possui detalhes da transação realizada.

Também é importante explicar, de forma mais específica, que a verossimilhança das alegações é aparência da verdade, não exigindo sua certeza. Já a hipossuficiência é examinada através da capacidade técnica e informativa do consumidor, de suas deficiências neste campo para litigar com o fornecedor que por sua condição é detentor das técnicas. São detalhes importantes da relação de consumo que, em muitos casos, o próprio consumidor deixa passar. Embora hoje, em vários pontos, já existam por exigência da lei um código a disposição para consulta. A iniciativa da coluna Repercutindo com a “dica legal” é ampliar o leque de informações.

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