Rede estadual de saúde passa a oferecer cirurgia de retina em bebês prematuros
A doença é agressiva e acomete bebês prematuros, e se não for tratada a tempo pode levar a cegueira total.
Na última quarta-feira (15), foi realizado pela primeira vez no Hospital Santa Catarina uma cirurgia de retinopatia da prematuridade, cirurgia realizada em crianças com até 72 horas de vida. A doença é agressiva e acomete bebês prematuros, e se não for tratada a tempo pode levar a cegueira total.
A cirurgia foi coordenada pelo médico neo oftalmologista João Phillipe Melo, e só foi possível devido ao fotocoagulador a laser, equipamento adquirido recentemente pela Secretaria de Estado da Saúde Pública para o Hospital Santa Catarina, localizado na Zona Norte de Natal.
Para o médico João Phillipe Melo é um momento de festa, pois há muito que vinham batalhando por esse equipamento para realizar a cirurgia no próprio hospital, que registra uma grande demanda de bebês com o problema que pode causar cegueira. O procedimento será realizado toda quarta-feira, em crianças com até 72 horas de vida.
Antes da chegada do fotocoagulador, os bebês com retinopatia da prematuridade nascidos no Hospital Santa Catarina precisavam ser transportados para o Hospital Onofre Lopes a fim de se submeterem à cirurgia, o que acarretava risco de vida durante o transporte, devido à fragilidade física própria da prematuridade.
De acordo com dados do Sistema de Informações Sobre Nascidos Vivos (Sinasc), do Ministério da Saúde, no Brasil 340 mil bebês nascem precocemente ao ano, o que equivale a 931 por dia ou 40 por hora. A taxa de prematuridade é de 12,4% no País.
A doença atinge os bebês nascidos antes de 36 semanas e com peso abaixo de 1,6 kg. Trata-se do crescimento desorganizado dos vasos sanguíneos que suprem a retina e que podem sangrar, provocando o descolamento da retina e a perda da visão.