Parabéns aos pais trans

Pai, do latim pater, é o que popularmente conhecemos como sendo a figura paternal da família. Para além dessa ideia patriarcal, que já deveria ter sido superada há muito tempo, pai, verdadeiramente, é quem cuida, quem se coloca como exemplo, quem se oferece como garantidor, quem se põe como provedor. Principalmente de bons gestos e afetos.

A cronologia e os costumes foram contribuindo para construir diversos modelos de pai: atentos, carinhosos, rigorosos, cuidadosos, agitados, brincalhões. De todos, mais importantes são os pais trans.

São trans todos os que transformam dificuldades em possibilidades, desafios em vitórias, obstáculos em superação. Especialmente os que se transformam em companheiros inseparáveis – mesmo não estando juntos – de quem deu a luz, fazendo do ato de criar, cuidar e educar uma parceria de amor. Uma condução a quatro mãos, uma caminhada de ajuda mútua.

São trans os que transmitem: o que sabem, o que querem, o que constrói, o que edifica: conhecimento que liberta, a informação que transforma, o amor que amplia. Ideias, horizontes, cores e sabores.

São trans os que não transferem responsabilidades, fazendo do ônus de ser pai um bônus de felicidade perene.

Pais e mães tem para com os filhos atribuições morais, pedagógicas, sociais, afetivas e legais, comuns e diferentes, entre si. Nenhuma delas definida pela constituição anatômica do baixo ventre. Aqueles que assumem cada responsabilidade que lhes compete são os que verdadeiramente transcendem porque fazem da paternidade missão divina.

Quem condiciona a responsabilidade paterna ou materna pelo tipo de definição de sexualidade, ainda não descobriu o que é amor. Nem de pai. Tampouco de mãe. Porque cuidado não se define pelo falo, amor não se mede pelo gênero.

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