Entrevista

Conversa da Semana com Etevaldo Almeida

Professor, educador e amante de todos os seguimentos artísticos. Desde cedo conseguiu detectar uma conexão perfeita entre educação e arte. Um homem de modos simples, de vocabulário rico, mas de fácil compreensão. Que consegue visualizar beleza e grandiosidade nos versos simples de um cantador de viola. Enxerga riqueza nos gestos de um ator, nos passos de uma bailarina e na sensibilidade dos compositores e intérpretes. Etevaldo Almeida é cearense, que se tornou cidadão mossoroense, após quase três décadas residindo, estudando e trabalhando na cidade, também conhecida como país de Mossoró. Construiu sua carreira profissional diretamente ligado a educação. Professor universitário, já exerceu vários cargos ligados a arte na Universidade do Estado do Rio Grande do Norte e hoje tem a importante tarefa de conduzir a Secretaria Municipal de Cultura. Etevaldo é o entrevistado do quadro, Conversa da Semana de hoje, 12, e entre os vários assuntos abordados, o secretário fala da gratidão em ter sido convidado pelo prefeito Allyson Bezerra para assumir um cargo com a missão de valorizar a arte e os artistas da terra. Durante a conversa, Etelvaldo também ressalta o grande desafio que está sendo, a realização do Mossoró Cidade Junina em formato virtual. Revela ainda os projetos futuros que objetivam, a valorização da cultura mossoroense.

Por Sayonara Amorim

PORTAL DO RN – Secretário, o Mossoró Cidade Junina, é um evento que tomou proporções grandiosas e é comparado a festas juninas de grandes cidades brasileiras. Com a pandemia, o evento teve que parar, no ano passado não acontece. Como está sendo assumir a Secretaria de Cultura já com esse desafio de realizar o Mossoró Cidade Junina em formato virtual?

ETEVALDO ALMEIDA – O Mossoró Cidade Junina 2021, foi pensado para acontecer levando em conta todas as questões de segurança. Assim que assumimos a pasta, o prefeito Allyson nos disse que neste ano o evento ia acontecer. Então começamos todo um trabalho para idealizar como poderíamos levar diversão ao público sem infringir as regras de segurança sanitária por conta da pandemia. Foram várias reuniões com todos os secretários, porque o evento envolve diretamente todas as secretarias. Também ouvimos a classe artística que nos trouxe muitas sugestões. Todas as ações do evento deste ano foram pensadas para atender exclusivamente aos artistas e profissionais de eventos da cidade. Essa foi uma das exigências do prefeito para que o município pudesse contribuir para amenizar a situação desse setor que foi um dos mais afetados pela pandemia.

PRN – Como ficou estruturado Mossoró Cidade Junina Virtual? O que o público pode esperar?

ETEVALDO ALMEIDA – Nós começamos resgatando os projetos que compõem o Mossoró Cidade Junina para que pudéssemos avaliar quais seriam possíveis de serem postos em prática. E alguns, infelizmente precisaram ficar de fora porque precisava importar artistas de outros estados e não seria viável, como o projeto ‘Botando Boneco’, ‘Sorrindo’ e o projeto que inclui os cantadores de viola que necessita da participação de cantadores vindos de outros estados. Então nós dividimos o MCJ virtual em quatro polos que são: Polo Chuva de Bala, que neste ano será exibido em formato de filme com estreia marcada para o dia 23; Polo Cultura popular, que inclui quadrilhas e músicas regionais; Polo Estação das Artes, show de bandas que acontecerá dentro do Teatro Municipal Dix-huit Rosado; e polo Cidadela, que contemplará voz e violão e pop rock com exibições dentro do Teatro Lauro Monte Filho.

PRN – Como será o acesso do público a programação do MCJ virtual?

ETEVALDO ALMEIDA – Toda a programação será exibida em formato de lives. Por exemplo, todos os dias de quinta a domingo, acontecerão os shows das bandas no teatro Dix-huit Rosado e assim que acaba o show no Dix-huit começam as apresentações no Teatro Lauro Monte Filho. Todas as transmissões acontecerão em tempo real e serão transmitidas pelo canal oficial da prefeitura no You Tube.

PRN – A adaptação do Chuva de Bala para o formato de filme é a grande novidade deste ano?

ETEVALDO ALMEIDA – Essa foi a forma encontrada para incluir o espetáculo na programação, já que não se pode reunir público para evitar aglomerações. Então nós conseguimos a autorização do autor do texto, Tarcísio Gurgel, e o filme Chuva de Bala no país de Mossoró foi dirigido por Marcos Leonardo e reúne, entre atores, bailarinos, direção, ´produção e pessoal de apoio, mais de 100 pessoas. As cenas do filme foram gravadas em vários locais e a estreia ficou marcada para o dia 23. Uma data diferente da estreia anual do espetáculo que acontece no dia 13, dia em que aconteceu a invasão do bando de Lampião em Mossoró. Mas devido as gravações e a edição, não serão possível a exibição nesta data, ficando acertado para o dia 23.

PRN – Secretário, os profissionais que atuam no setor artístico estão entre os que mais vem sofrendo com a pandemia. Sem poder trabalhar, porque dependem do público muitos estão enfrentando sérios problemas financeiros e até mesmo de sobrevivência. A ideia de realizar o MCJ virtual e proporcionar o pagamento de cachês a todos estes trabalhadores envolvidos no evento, como foi recebido pelos trabalhadores?

ETEVALDO ALMEIDA – A aceitação dos artistas e de todos os trabalhadores do setor vem se mostrando muito boa. A ideia do prefeito e valorizar os artistas da terra e proporcionar a eles uma forma de mostrar seus trabalhos e ser remunerado foi uma ação que agradou. Desde o início, o prefeito Allyson deixou clara a intensão em contribuir para amenizar a crise vivenciada pelo setor artístico e eu costumo dizer que esta foi mais uma excelente ideia do prefeito.

PRN – Secretário como foi que o senho recebeu o convite para assumir a Secretaria Municipal de Cultura?

ETEVALDO ALMEIDA – Primeiro, a surpresa e depois o sentimento de responsabilidade e de gratidão em poder contribuir com a arte e a cultura de Mossoró. Eu sempre vivenciei e sou um apreciador das artes em geral. E quando o prefeito me fez o convite para conversarmos, ele me deu uma tarefa que deveria apresentar no dia seguinte e para minha surpresa eu fui escolhido para assumir a pasta. O que eu posso dizer é que este é um grande desafio, porém, é muito gratificante trabalhar com uma equipe de secretários que tem uma integração tão grande. Eu costumo dizer que estou sempre aprendendo, porque a capacidade de liderança do prefeito Allyson é tanta que não existe um secretário melhor que outro, todos estão em um mesmo patamar. A cada atividade, cada projeto e a cada desafio que me é dado eu estou aprendendo e estou aprendendo muito com o prefeito Allyson, porque a sua gestão vem se mostrando diferente das demais porque ele é um administrador inteligente e visionário. Portanto para mim está sendo muito gratificante assumir essa função.

PRN – Quais os projetos futuros da Secretaria de Cultura?

ETEVALDO ALMEIDA – Nós estamos discutindo com os nossos equipamentos, o nosso plano plurianual para os próximos quatro anos para que possamos atuar de forma integrada com as demais secretarias, vamos trabalhar para construir o Plano Municipal de Cultura que nós não temos, fazer com que funcione o Fundo Municipal de Cultura que nós encontramos sem funcionamento, fazer com que funcione a Lei Vingt- un Rosado que trata da renúncia fiscal, queremos atuar de forma integrada com os artistas e fazer com que funcione uma política pública integrada entre secretaria, classe artistas e sociedade civil.

PRN – Pode ficar à vontade para fazer suas considerações finais

ETEVALDO ALMEIDA – Montar o Cidade Junina em um ano de pandemia está sendo um desafio imenso, mas também está sendo muito gratificante. E quero deixar claro que a execução do Cidade Junina conta com a participação de todas as secretarias, está sendo um trabalho integrado. A nossa expectativa é que tudo dê certo e queremos deixar bem claro que o grande objetivo do evento é fomentar geração de emprego e renda para os artistas, essa é a nossa principal meta, neste momento. Quero dizer que nós, enquanto Secretaria de Cultura estamos abertos ao diálogo para uma construção coletiva. E dizer que nós estamos sempre à disposição para pensar de forma coletiva uma política de cultura para Mossoró.

 

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