A vitalidade da Rádio Rural de Mossoró, em seus quase 60 anos, é razão de alegria e orgulho para o Estado, especialmente Mossoró e regiões vizinhas. Destaco seu antigo endereço, na Praça Vigário Antonio Joaquim, pelo que o tema proporciona de oportunidade de trazer aos tempos atuais memórias comuns que ajudam a recompor a cena da cidade em determinado momento de sua história.
A perda recente de Emery Costa agrega lamentável significado a essas evocações. Trabalhamos juntos lá, em determinado momento, final dos anos 60. A equipe de locução era (não intencionalmente) exclusivamente masculina e formada por ele, Emery, seu irmão Elery Costa (falecido muito cedo), Manoel Alves, Luiz Nogueira e eu. François Paiva fazia algumas participações e Zé Nilson Rodrigues tinha o programa “Sempre aos Domingos” nas tardes (claro!) dos domingos.
Uma voz feminina veio depois de minha saída, a de Celineide Siqueira, de família de radialistas e minha colega de sala no curso científico do nosso Instituto de Educação. Padre Américo Simoneti era o superintendente da empresa e seu mentor maior, Euclides de Souza Morais o gerente geral. François Paiva era o principal redator, junto com Emery, mas outros, inclusive eu, participavam do trabalho. A programação jornalística contava com os “correspondentes” em cidades do Oeste, Vale do Açu e Região Salineira.
Padre José Nogueira Júnior, assinando Jota Júnior, escrevia um programa que Emery apresentava às 13hs, nos domingos, pequenas crônicas inspiradas em temas de letras de canções conhecidas. A mesa de som era comandada por Donato de Castro, João de Castro, Carlito Rodrigues (Carlito Corôco), Manoel Alves e Tarcísio Lopes Rodrigues (Lopes Rodrigues). Donato, ao mesmo tempo um agente comercial, prospectava contratos com anunciantes e Tarcísio era também discotecário.
Carlito alternava com o trabalho nos transmissores, onde também atuavam Antonio Alves, irmão de Manoel, um outro Antonio cujo sobrenome me foge à lembrança e o próprio João de Castro. João ainda respondia como técnico, quebrando o galho nas broncas da aparelhagem eletrônica, bem simples se comparada aos atuais equipamentos digitais.
As mulheres no cotidiano da casa eram Neuza, secretária, e as recepcionistas Luzimar (irmã de Donato e João), Tânia Rebouças e outra moça de quem, lamentavelmente, também não recordo o nome. A programação precisava do carimbo da censura federal para ir ao ar. Na próxima semana continuo com o tema, Antigo Endereço da Rádio Rural de Mossoró.