O dia de amanhã será crucial para a governadora Fátima Bezerra (PT/RN). É que está previsto para essa terça-feira, 11/2, o envio da proposta da Reforma da Previdência estadual para a Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte (AL/RN). Por enquanto, o governo está perdendo o jogo. Ainda há, no imaginário da maioria das pessoas que a reforma é uma maldade da gestão Fátima Bezerra contra os servidores. O governo demorou a deixar claro para a população que trata-se de uma obrigação, pois caso não seja aprovada uma minuta elaborada pelo Executivo potiguar, valerá aquela que foi aprovada pelo governo Bolsonaro.
Fátima levou o segundo gol quando apresentou aos trabalhadores, via Fórum Estadual dos Servidores, uma proposta com alíquotas elevadas e, no dizer do governo, imexíveis. Ora, se os percentuais pretendidos – ou necessários – eram aqueles postos na mesa, foi erro não ter apresentado algo que pudesse ser reduzido. Ou a governadora reduz as alíquotas ou terá que suar muito para justificar porque elas não podem ser reduzidas.
A professora-governadora tomou o terceiro tento quando não assumiu as negociações com os trabalhadores. Ora, Fátima tem sua carreira política gestada no movimento sindical. Não sentar à mesa foi no mínimo uma indelicadeza com sua própria trajetória de luta. Por mais capacitados e sensíveis que tenham sido os interlocutores por ela designados.
A goleada pode ser ainda maior. Enviar a proposta aos deputados do jeito que está é dar munição para a oposição e poder de barganha aos parlamentares junto aos servidores e eleitorado. Fátima sabe que na AL/RN tem deputado que aprova ou rejeita projeto apenas para prejudicá-la.
Por mais que haja pouco tempo para uma virada, é possível que Fátima consiga reagir. O primeiro passo é adiar o envio da proposta à AL/RN. O segundo é retomar as negociações com ela assumindo as.
Para grande parte das pessoas, há o consenso de que é necessário fazer a reforma: o sistema previdenciário norte-riograndense está no fundo do poço e ainda há a obrigatoriedade de se fazer as mudanças haja visto a reforma feita por Bolsonaro. Também não é segredo que as alíquotas propostas por Fátima são salgadas.
Caso permaneça tudo como está, Fátima perderá de goleada. Por seu histórico e por tudo o que foi publicado até agora sobre as negociações, isso será muito ruim para a sua história politica e para as disputas eleitorais que se aproximam.
DESAFIO DE RUI
O governador da Bahia, Rui Costa (PT) tem um grande desafio para a frente. Seu desempenho na tarefa que se apresenta dirá muito sobre como as coisas se desenrolarão no futuro. Questão é a seguinte: o miliciano Adriano Nóbrega, ligado aos Bolsonaro, teria sido morto em confronto com a Polícia Civil baiana. É imperioso que o governo baiano, por meio da Secretaria de Defesa ou através do delegado geral da Polícia Civil esclareçam as circunstâncias em que Adriano teria sido morto.
QUEIMA DE ARQUIVO?
Só para lembrar: Adriano Nóbrega é acusado de participar do assassinato da vereadora carioca Mariele Franco e do motorista Anderson Gomes. Também chefiava o conhecido Escritório do Crime, milícia que atua no Estado fluminense. Também tinha envolvimento com o esquema de rachadinha no gabinete do ex-deputado Flávio Bolsonaro, hoje senador.
DAS COINCIDÊNCIAS
Adriano não foi colocado na lista de procurados do Ministério da Justiça, comandado pelo ex-juiz Sérgio Moro, apesar de responder por vários crimes es estar foragido. Dois dias antes da morte de Adriano, o deputado federal Eduardo Bolsonaro esteve na Bahia. Por fim, Adriano estava escondido em um sítio pertencente a um vereador do PSL, partido do qual toda a família Bolsonaro era integrante até terem início as brigas de Jair Bolsonaro com Luciano Bivar pela verba do fundo partidário.
PODER DE ONDE?
Informa Carlos Santos que Kadu Ciarlini, filho da prefeita Rosalba Ciarlini, tem forte influência na comunicação da prefeitura. O que Kadu produz eu não sei. Mas o que ele veta, não é pouco. Resta saber qual a legalidade de sua atuação.
