ARTIGO

Você já ouviu falar na Síndrome da Cabana?

A síndrome da cabana foi falada pela primeira vez em 1900, época em que muitos trabalhadores norte-americanos passavam longos períodos em suas cabanas esperando o inverno acabar e, ao fim dessa estação, tinham dificuldade de retornar ao convívio social. A síndrome da cabana é um fenômeno natural do corpo humano que está relacionado a mudanças bruscas na rotina ou no comportamento. Essa síndrome surge quando a pessoa precisa se adaptar a uma nova realidade de forma rápida e, geralmente, sem que ela tenha total controle da situação. Ou seja, indivíduo se vê em uma circunstância na qual é obrigado a sair da sua “zona de conforto” de maneira abrupta, adequando-se a um contexto diferente e, muitas vezes, incerto. O isolamento social foi imposto em vários países, inclusive no Brasil, onde as pessoas tiveram de mudar a sua rotina de um dia para o outro, deixando os escritórios e se isolando em suas residências, cheios de incertezas sobre o que aconteceria a seguir.

O isolamento social gerado pela pandemia trouxe e trará inúmeros efeitos na saúde mental das pessoas. E é justamente a necessidade de ficar em casa, isolado, que gera os principais sintomas associados à síndrome. Nesse cenário, a síndrome da cabana se manifesta quando a pessoa, mesmo sem uma ameaça próxima ou imediata, já não se sente segura fora de casa, ainda protegida ela tem dificuldade de voltar à rotina. Uma angústia e um medo paralisante a impedem de manter o seu dia a dia, o que intensifica o problema.

É nesse momento que a chamada Síndrome da Cabana tem chances de se manifestar, e esse quadro pode começar com uma ansiedade excessiva gerada pela necessidade de sair do ambiente doméstico para fazer tarefas diárias e, principalmente, para se relacionar com outras pessoas após esse longo tempo de isolamento ao qual muita gente se submeteu desde a metade de março deste ano. Se você identificar que os desafios estão sendo complicados demais e simples atividades estão mais difíceis de superar no seu cotidiano, então é hora de buscar ajuda. O momento é delicado para todas as pessoas, e os efeitos da pandemia ainda devem ser sentidos por um longo período. Portanto, é necessário se adaptar à realidade imposta e estabelecer formas de conviver com a situação.

* Glycia Thianne Paiva Cardoso, 23 anos, Mossoroense, graduada em psicologia pela Universidade Potiguar; pós-graduanda em Neuropsicologia. CRP 17/5073

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