OPINIÃO

VOCÊ NÃO TEM QUE VIVER DE PRODUTIVIDADE

Já parou para pensar que todo mundo hoje em dia vive querendo ser produtivo? Não basta ter tarefas para fazer, você precisa ir sempre além do que pode. No planner precisa ter mais de 10 itens a ser feito, caso contrário o dia sequer valeu a pena. Se você pensa dessa forma, será que essa produtividade é saudável ou tóxica? A produtividade tóxica se manifesta no sentimento de que sempre devemos estar fazendo algo. Mesmo que tenhamos terminado todas as tarefas, há a sensação de que todo o nosso tempo precisa estar a serviço do trabalho. É muito comum que a culpa apareça caso não estejamos sempre fazendo algo. E mesmo quando o momento é de lazer, mesmo assim você ainda se sente improdutiva por não estar fazendo algo de “útil”. Superficialmente, pode até parecer que ser produtivo o tempo todo é algo bom. Já que, se você está sempre realizando tarefas, isso quer dizer que você leva seu trabalho a sério, que está sendo bastante útil e está resolvendo problemas.

Na realidade, esse excesso de produtividade é extremamente prejudicial. Nosso cérebro não foi feito para receber estímulos de maneira indefinida, ele precisa de períodos de descanso depois de períodos de intensa atividade, e claro que quando não damos esse intervalo, corremos o risco de sobrecarregá-lo. E é com isso que surgem as psicopatologias como depressão e burnout, essa última sendo o esgotamento físico e mental. Da mesma forma que há um consenso entre a comunidade médica sobre as oito horas de sono por noite, o ideal é passar pelo ciclo do dia de forma organizada: trabalhar, comer, relaxar, descansar a mente, ter lazer ou fazer alguma atividade física. Precisamos encaixar atividades de lazer e descanso no dia a dia, e mesmo assim aceitar que ser produtivo é saber aproveitar todos os momentos, sejam eles de descanso ou de execução de tarefas. Cuidar da sua saúde mental precisa estar em primeiro lugar, se sua mente não vai bem, você não vai a lugar nenhum.


Glycia Thianne Paiva Cardoso, 26 anos, Mossoroense, graduada em psicologia pela Universidade Potiguar. CRP 17/5073.

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