Adoecimento

Tarcísio Maia tem cerca de 50 servidores afastados por doenças

Profissionais tem apresentado quadro de ansiedade, depressão, além da contaminação pela própria Covis-19

É dramática a situação dos profissionais de saúde de Mossoró. Pelo menos dos que atuam no Hospital Regional Tarcísio Maia (HRTM). “Os profissionais de saúde estão adoecendo e morrendo”, diz, em tom de lamento, a assistente social Herbênia Ferreira, diretora daquela unidade de saúde de referência na região Oeste.

Segundo Herbênia Ferreira, cerca de 50 servidores lotados no HRTM estão afastados de suas atividades por problemas de saúde. São médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem com quadro de transtorno de ansiedade, depressão, Covid-19, dentre outras patologias. Diariamente expostos a uma carga viral violenta, o adoecimento desses profissionais tem sido potencializado pela situação da pandemia.

“É muito triste. Se eu pudesse eu convidaria as pessoas a irem ver o que se passa dentro de uma UTI com pacientes graves de Covid pra vê se o povo entende a gravidade da situação. Os profissionais de saúde se paramentam e não podem sair lá de dentro porque simplesmente não têm tempo. Tem enfermeiras que evitam beber água pra evitar sentir necessidade de ir ao banheiro”, aponta Herbênia Ferreira.

Os profissionais ficam num plantão de 12 horas prestando assistência a pacientes graves e nem sempre tem como ir ao banheiro. Até para fazer uma refeição, precisa ter um revezamento entre os profissionais que estão lá dentro. “Ao desparamentar correm risco de se contaminarem e sem contar que os Equipamentos de Proteção Individual (EPI´s) são escassos e precisam ser racionalizados”, acrescenta.

Ainda segundo a diretora do HRTM, os profissionais que estão na linha de frente da assistência aos pacientes da Covid são seres humanos também e muitos estão extenuados. “Temos profissionais afastados por terem desenvolvido transtornos de ansiedade e pânico. Muitos apavorados com medo de levar o vírus pra casa e contaminar pais idosos”, relata a diretora.

Ela lamenta que ao mesmo tempo em que os profissionais da saúde arriscam suas vidas para cuidar dos doentes, se vê pessoas que estão fora dos hospitais passeando nas ruas como se nada estivesse acontecendo. “Isso causa revolta. É uma falta de empatia e solidariedade com quem está na linha de frente cuidando dos pacientes”, finaliza.

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