Rosalba vai ao Previ com a mesma vontade com que foi aos cofres do Funfir
De todas as ações, estratégias e gestos que Rosalba Ciarlini fez uso durante o tempo em que governou o Estado do Rio Grande do Norte, a que se repete na sua atual gestão como prefeita de Mossoró com maior fidelidade é a voragem com que ela avança sobre os recursos do Instituto de Previdência Social dos Servidores de Mossoró (Previ Mossoró). Embora o modus operand seja diferente, sangrar o Previ se assemelha muito ao que Rosalba fez com o Fundo Previdenciário (Funfir) dos servidores estaduais.
Vamos aos números. O Fundo Previdenciário tinha aproximadamente R$ 1 bilhão em 2014. No final daquele ano, a então governadora Rosalba Ciarlini fez três saques, através dos quais foram retirados do Funfir R$ 234 milhões, de um total de R$ 1 bilhão. Percentualmente, mais de 23% do valor existente no Funfir.
No caso do Previ Mossoró, Rosalba usa a seguinte estratégia: não repassa a contribuição patronal e quando a dívida acumula, pede à Câmara Municipal o parcelamento da dívida. Pouco tempo depois, o fato se repete: não repasse das contribuições, pedido de parcelamento do débito, que agora se soma ao parcelamento anterior. E assim, vai seguindo o baile. Por questão de Justiça, é bom que se frise que parte do débito é da gestão do ex-prefeito Silveira Júnior.
Atualizado, o débito da prefeitura com a Previ Mossoró é de R$ 139.934.943,93. Segundo a prefeitura, a Previ tem um patrimônio de 72 milhões. Somando-se os dois valores, o patrimônio é de R$ 212.934.943,93. Assim, o débito do município com o instituto corresponde a mais de 66% de todo o seu patrimônio. A Previ tem menos de 10 anos de existência. Nesse período, as gestões municipais, inclusive a de Rosalba, deixaram o órgão com apenas 34% do seu patrimônio. A continuar assim e, principalmente, se o novo pedido de reparcelamento proposto por Rosalba for aprovado pela Câmara, logo logo não haverá mais dinheiro para pagamento das aposentadorias e pensões do funcionalismo público municipal. E de parcelamento e reparcelamento que Rosalba poderá “rapar” os cofres da Previ.
PERDAS E TEIMOSIA
A Covid-19 segue ceifando vidas. Mortes que se aproximam cada vez mais de todos nós. Apesar disso, duas coisas seguem inexplicáveis. A primeira é a forma como os potiguares e em especia os mossoroenses seguem desrespeitando o isolamento social. A segunda: é a resistência com que a prefeitura de Mossoró e Governo do Estado resistem a decretar lockdown.
ISOLAMENTO EM BAIXA
Em Mossoró, mesmo com o feriadão de quinta, sexta e sábado, o isolamento ficou abaixo de 50%. Na quinta-feira passada, feriado de Corpus Christi, o índice foi de 47,39%. Na sexta-feira, o feriado dos Mártires, a taxa foi de 42,02%. Já no sábado, feriado da libertação dos escravos, a taxa ficou em 40,59%.
AREIA BRANCA
Em Areia Branca, as entradas da cidade foram fechadas, a fiscalização segue forte e até mesmo a venda de bebidas está proibida. Município praieiro, as regras precisam ser rígidas e bem fiscalizadas para se evitar aglomerações.
FREIOS NECESSÁRIOS
Apesar de todos os desatinos, arroubos e impropérios de Bolsonaro, Legislativo e Judiciário começaram a colocar freios nas barbáries do presidente. O Senado Federal devolveu a inconstitucional Medida Provisória que proibia eleições nas universidades, o governo do Distrito Federal desarticulou a milícia instalada em frente ao Palácio do Planalto e a Polícia Federal, por meio de ordem expedida pelo Supremo Tribunal Federal (STF) prendeu a terrorista Sara Winter. Sem alardes como deve ser. Aplicando-se a lei, como precisa ser.
ÁLVARO DIAS
O prefeito de Natal, Álvaro Dias (PSDB) decidiu utilizar de vez a pandemia da Covid-19 como discurso de campanha. Sem fazer o que lhe cabe, segue atribuindo aos outros a responsabilidade que é sua. Lamentavelmente.
JULIERME TORRES
O jornalista e economiário Julierme Torres segue vencendo a luta contra a Covid-19. Internado em um hospital privado da cidade, ele tem frequente melhor no quadro de saúde. Graças a Deus. E que todos que estejam nessa batalha possa experimentar tamanha vitória.