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Projeto da UFRN permite exame de urina com celular

Quase 10 anos depois de desenvolvido, um software capaz de realizar o teste de urina por meio do celular foi patenteado pelo Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI), registrado como “Aparato portátil facilitador de análises de substâncias presentes em humores corporais”.

O projeto tem o objetivo de realizar exames e acompanhamento médico, e funciona com um dispositivo acoplado ao celular. O novo método, criado pelos professores Francisco Irochima e Daniel Lanza, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), em parceria com o pesquisador Evandro Pereira, agiliza os processos médicos e promete fortalecer a saúde básica.

De acordo com o pesquisador Irochima, com uma amostra é possível obter o diagnóstico de todos os elementos da urina e de suas propriedades em 6 segundos. Para realizar o exame, o usuário mergulha o chip na amostra, tira uma foto com o celular e aguarda o resultado das imagens processadas. A tecnologia gera dados como números, gráficos e mapas que podem ser utilizados para diagnósticos clínicos. Podem ser analisados 10 exames como os de glicose, cetona, proteínas, leucócitos e entre outros. Com ele, é possível determinar se o paciente está com os níveis de glicose altos e se há sangue na urina.

O professor explica que a partir dos testes, os resultados podem ser enviados para uma central, possibilitando que o médico tenha o diagnóstico antes mesmo de ver o paciente, o que agilizaria todo o processo de espera consideravelmente e ofereceria uma nova dimensão de acessibilidade e praticidade aos cuidados de saúde.

Além de possibilitar exames rápidos e de baixo custo, o sistema também permite a criação de estatísticas e relatórios detalhados, com a vantagem adicional da geolocalização. Essas características tornam o dispositivo ideal para uso em campo por profissionais de saúde, bem como para o monitoramento contínuo de pacientes em suas residências.” Se for para o mercado, os agentes de saúde que passam de casa em casa, vão poder realizar os testes nas próprias casas das pessoas”, explica o docente.

Para ele, os principais desafios para a criação da ferramenta foi encontrar um meio para que a inovação funcione em todos os dispositivos celulares. Baseado nisso, Irochima conta que ainda é necessário melhoramentos industriais . “Depois que ele tiver os aprimoramentos necessários e ser validado pela Anvisa, os profissionais da saúde vão poder ter acesso. Seria um mini kit vendido em farmácias, assim como é vendido o exame de gravidez”, diz.

O desenvolvimento do dispositivo teve origem em um estudo de 2015, após o pesquisador Francisco Irochima ser diagnosticado com câncer renal, mas, inicialmente, era um projeto de oftalmologia. Francisco afirma que no exame de urina comum, realizado no laboratório, os profissionais mergulham a amostra em uma fita com reagentes e esperam secar. Após a reação química, ocorre a alteração de cor em cada um dos quadrantes e essas são comparadas individualmente com diferentes nuances de cores padronizadas e impressas em uma tabela fornecida por cada fabricante.

Tribuna do Norte

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