Por que estamos assim?
Vivemos, no período eleitoral passado, um dos períodos mais conturbados da nossa história em termos de relações interpessoais. Como um jogo de futebol, as pessoas se dividiram e, cada um com seu quinhão de ódio – passaram a se digladiar. A expectativa era que, passada a eleição, tudo voltasse à normalidade. Puro engano.
Não nos demos conta de que mais que a diferença ideológica ou partidária, colocamos em jogo a nossa capacidade de odiar. Esquecemos respeito, rejeitamos solidariedade e colocamos na lata do lixo da história a empatia, condição/sensação/sentimento fundamental a que tenhamos o outro como igual.
Não voltamos ao estado de barbárie porque não encontramos as clavas. Rompemos, então, com tudo aquilo que nos garantia um gesto mínimo de humanidade.
Chegamos a uma situação tal que não há indignação geral quando um presidente determina que se comemore a violenta, brutal e sanguinária ditadura que vigorou nesse país por tortuosos 21 anos. Mais de duas décadas de chumbo. Tempo que deveria ser lembrado apenas para evitar que volte a acontecer. Que seja resgatado apenas para que se busque respostas para perguntas ainda não respondidas. Dói apenas de pensar que crianças foram torturadas. Choramos de imaginar que muitos sofreram, foram maltratados, humilhados e mortos. Da forma mais torpe possível.
Por que não repudiamos veementemente a fala do presidente? Por que não rechaçamos de pronto toda e qualquer palavra dita por ele para enaltecer torturadores, criminosos, pedófilos? Por que nos calamos quando a alma grita por liberdade? Não importa a orientação política de ninguém. Se colocar contra qualquer menção honrosa à Ditadura é exercer um gesto de humanidade. Por mais que estejamos tão desumanos.
Repúdio em Mossoró
A infeliz orientação do presidente da República feita aos quartéis para que comemorem o Golpe Militar de 1964 repercutiu em todo o país. Associações sociais, MPF, órgãos da magistratura, enfim, entidades em geral vem repudiando o gesto do mandatário da nação. Em Mossoró, o vereador Gilberto Diógenes (PT) apresentou requerimento à mesa do Legislativo local solicitando que seja feita moção de repúdio ao ato do presidente.
Luta que segue
Em assembleia nesta terça-feira, 26/3, os professores da rede municipal de ensino de Mossoró decidiram continuar com a greve da categoria, iniciada em 8/3. Para completar o quadro de insatisfação a prefeitur5a desmarcou de última hora uma audiência prevista para acontecer na manhã desta quarta-feira, 27/3.
Baraúnas
Já os professores da rede municipal de ensino de Baraúnas deram um prazo de 15 dias para a prefeita Lúcia Nascimento apresentar uma proposta. Eles lutam pelo reajuste do Piso do Magistério (há 3 anos sonegado pela gestão municipal) e por melhorias nas condições de trabalho. Se não houver negociação até lá, os docentes deverão entrar em greve por tempo indeterminado.
Marcelino Vieira
Em Marcelino Vieira os professores também seguem de braços cruzados em, protesto contra o não reajuste do Piso salarial da categoria.
Atrasados do Estado
Circula nos corredores da Governadoria a informação, extraoficial, de que o Governo do Estado deve pagar duas das 4 folhas salariais que estão em atraso. O governo, que informou que só haveria condições de quitar salários atrasados com a chegada de dinheiro novo, ainda aguarda a finalização dos processos de venda da folha de pagamento e antecipação dos royalties para fazer caixa para tal.
Previdência
Ciente de que Bolsonaro não tem condições de articulação que leve o Congresso a aprovar a Reforma da Previdência, o mercado estuda meio de afastá-lo da Presidência. Reuniões e outros afagos ao vice-presidente Mourão são um diagnóstico de como o empresariado brasileiro enxerga o presidente e qual o seu plano B em caso de derrocada do governo nesse projeto.
Giro, girau
O deputado federal potiguar Eliéser Girão (PSL/RN) precisa lembrar que foi eleito pelo povo potiguar para representá-lo e não para fazer voltar as trevas. Ainda não se sabe que projetos o parlamentar apresentou na Câmara Federal, mas suas declarações são um desastre. Primeiro, defendeu um estapafúrdio pedido de impeachment dos ministros do STF(eufemismo para fechar aquela instância do Judiciário) e agora tem dito que a ditadura militar não existiu.