Partido faz ato em denúncia ao genocídio negro em Mossoró
Atividade foi realizada no dia em que se celebra da abolição da escravatura na cidade
O dia 30 de setembro é um feriado tradicional na cidade de Mossoró, onde é celebrada a libertação dos escravos. Os candidatos do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) andaram na contramão do espírito de celebração e denunciaram o contínuo genocídio contra o “povo pobre preto e periférico”.
Um dos cartazes mais simbólicos dizia: “30 de setembro libertou quem? Antes Quilombos, Hoje Favelas”. Outro cartaz denunciava o enorme número de assassinatos na cidade.
Mossoró está entre as 20 cidades com a maior taxa de homicídios do planeta. A taxa de 87 por 100 mil habitantes é superior a de países em declarada Guerra Civil.
No ato, estiveram os candidatos a prefeito de Mossoró Ronaldo Garcia, a candidata a vice-prefeita Yasmin Dias; o candidato a vereador Tales Augusto e simpatizantes das candidaturas, em sua maioria militantes da luta antirracista.
A participação de Tales Augusto foi simbólica, por ele ser professor de História e um dos cartazes pontuava: “História de Mossoró manipulada, para beneficiar oligarquias”.
Tales explica que “Mossoró é uma cidade com uma história muito rica, mas a forma que é contada serve para beneficiar aos próprios escravocratas, que saem como heróis e heroínas. Precisamos de um ensino de história sem máscaras, explicando que a forma como a libertação foi consumada era apenas para mudar a forma de exploração e beneficiar os mesmos poderosos”.
A candidata a vice-prefeita Yasmin Dias afirmou que “essa narrativa de benefício as grandes famílias é repetitiva em toda a história mossoroense, sobretudo porque o Motim das Mulheres e a Intentona Comunista, que fazem parte da história de resistência de Mossoró nunca são contados com a mesma intensidade como as narrativas que beneficiam as oligarquias. O PSOL pauta uma educação alternativa livre. Nosso lema na educação é ‘Pensar não é crime'”, salientou Yasmin.