Crime ambiental

Ligações clandestinas de água de chuva prejudicam esgotamento sanitário

Escoamento de água para minimizar os alagamentos é extremamente prejudicial ao sistema de esgotamento

A chuva tem um significado especial para o nordestino, ela é responsável pela recarga dos mananciais. Em 2020, as chuvas são ainda mais comemoradas, depois de vários anos de seca. Mas, o mau uso da rede de esgotamento sanitário também faz com que as precipitações tragam dificuldades para a própria população.

A rede de esgotamento sanitário da Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte (Caern) não é projetada para receber água de chuva. A gestão da drenagem das águas pluviais é de cada prefeitura. Assim, todo lançamento de água de chuva no esgoto é considerado clandestino se configurando em crime ambiental.

Neste período chuvoso são comuns cenas em que a população tentando escoar a água que se acumula nas ruas abra os bueiros (Poços de Visitas-PVs), para minimizar os alagamentos. Essa situação é extremamente prejudicial ao sistema de esgotamento. Como este simples ato, além do risco de acidentes por ser sugado pelo sistema, a sobrecarga na rede pode fazer com que a água misturada ao esgoto retorne para as próprias residências. Ainda sobre a água de chuva, a Caern esclarece que as situações de alagamento nas ruas não está relacionada aos serviços prestados pela Companhia.
“São inúmeras as situações que observamos com o mau uso do esgoto. A água de chuva tem sido recorrente na capital, o que acaba aumentando o número de ocorrências relacionadas ao sistema de esgotamento sanitário”, explica Ewerton Siqueira Gerente de Operação da Regional Natal Sul da Caern.
Além da abertura dos PVs, a interligação indevida da rede de drenagem na rede de esgotamento e o lançamento da água de chuva acumulada nos imóveis diretamente na rede de esgoto também prejudicam o sistema. Para se ter uma ideia, imóveis com área de 100 m² em uma chuva de 10mm recebe uma contribuição de 1000 litros de água, se ela for lançada no sistema de esgotamento sanitário, consequentemente gera uma sobrecarga. Infelizmente, é o que vem acontecendo em diversos locais.

Em Mossoró, o lançamento indevido tem prejudicado a execução da obra de substituição do Coletor Tronco, serviço que está sendo realizada ao longo da Av. Alberto Maranhão, a rede está recebendo uma grande contribuição de água de chuva ligada indevidamente. Assim, além das dificuldades de realizar a obra com as precipitações meteorológicas, as ligações clandestinas contribuem para que a obra ande em ritmo mais lento. Os diferentes tipos de ligações clandestinas também são responsáveis pelos problemas de afundamentos observados na cidade.

De acordo com o coordenador da Unidade de Manutenção e Operação de Esgotos da Regional Oeste da Caern, Alysson Dionísio a população tem um papel fundamental para que o serviço seja executado mais rapidamente. “Pedimos a compreensão da população não lançando água de chuva no esgotamento sanitário”. A Companhia tem tomado todos os cuidados durante a execução das obras, principalmente, durante as chuvas, assim é natural que os prazos de execução estejam um pouco mais extensos.

SUBSTITUIÇÃO DE REDE – O serviço de substituição de rede no cruzamento das Avenidas Alberto Maranhão e Delfim Moreira, em Mossoró, foi concluído na madrugada deste sábado (06). Agora será iniciada a etapa de pavimentação. A previsão da Caern é que o serviço seja concluído até o final desta semana. A via permanece fechada para tráfego. (Fonte: Assessoria Comunicação da CAERN)

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