Governistas transformam a Câmara Municipal em palanque de Rosalba

Acompanhei hoje, mais uma vez, a sessão ordinária da Câmara Municipal de Mossoró. É preciso dizer: essa atual legislatura, com algumas poucas exceções, precisa dar uma boa melhorada.

As primeiras exposições orais me mostraram o quanto alguns massacram a Língua Portuguesa. Outros trucidam mesmo é a coerência. E muitos cometem as duas barbaridades.

Me chamou a atenção que os vereadores governistas tentem transformar o Legislativo local num parlamento estadual. Não há, na visão desses parlamentares, nenhum problema da cidade que mereça a intervenção da prefeita Rosalba Ciarlini. Criticá-la, nem pensar. Jamais cometeriam esse sacrilégio.

Embora entenda que a vida é um fato local, como definiu Tolstoi, e compreendendo que as questões da vida em sociedade possam e devam ser debatidas em quaisquer dos níveis do Legislativo, só vi uma justificativa para se criticar tanto o Governo do Estado: atacar os deputados com base eleitoral em Mossoró e, logicamente, levantar a bola para a prefeita Rosalba Ciarlini.

O leitor sabe que tanto Isolda Dantas (PT) quanto Allyson Bezerra são pré-candidatos a prefeito de Mossoró. A líder dos governistas é a principal concorrente colocada hoje.

Para se ter uma ideia de como se tem forçado a barra na Câmara Municipal para agradar ao Palácio do Planalto, o vereador Alex Moacir (PP) chegou a afirmar que “a Assembleia Legislativa se transformou num puxadinho do Governo do Estado”. Vejam só de quem é a afirmativa: de um vereador que vota em todos os projetos propostos pela prefeita Rosalba Ciarlini, inclusive aquele que suspendeu os repasses patronais da contribuição previdenciária ao Previ Mossoró, um grave risco ao pagamento futuro de pensões e aposentadorias.

Também é importante lembrar que a bancada da qual Alex Moacir faz parte vota contra emendas propostas por ela mesma apenas para satisfazer as vontades palacianas.

Para Francisco Carlos (PP), Aline Couto (PSDB), Sandra Rosado (PSDB), Rondinelli Carlos (PL) e o próprio Alex Moacir, Mossoró não tem representação na Assembleia Legislativa. A intenção é clara: atingir Isolda e Allyson.

Não menos grave é a postura de Sandra Rosado que, num misto de saudosismo (para ser leve), narcisismo (para ser moderado) e egoísmo (para ser mais franco) segue com o discurso para convencer que somente Rosado pode representar Mossoró na Assembleia.

Para os vereadores governistas, não é hora de discutir eleições. Seria importante que eles levassem isso a sério, afinal de contas, ao ignorar os (muitos) problemas da gestão municipal e desviar o foco da atuação para atingir adversários, tem transformado a Câmara Municipal num palanque para Rosalba.

ESCOLA SEM PARTIDO

O presidente Bolsonaro (sem partido) é um dos entusiastas de uma das maiores bobajadas que surgiu no debate político brasileiro: a escola sem partido. É esse mesmo Bolsonaro que tem nomeado para as instituições federais apenas pessoas que sejam filiados ao seu antigo partido (PSL) ou sigam sua pauta antidemocrática.

ESCOLA SEM ÉTICA

Bolsonaro nomeou para o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN) o professor Josué Moreira, que sequer participou das eleições no órgão. As denúncias cora Josué por praticadas nada republicanas no comando do IFRN se acumulam todos os dias.

PRÉ-CANDIDATO

O deputado estadual Allyson Bezerra (Solidariedade) lança logo mais às 20h sua pré-candidatura a prefeito de Mossoró. Será por meio de suas contas nas redes sociais.

REFORMA DA PREVIDÊNCIA

Sobre a reforma da previdência estadual, o governo Fátima Bezerra (PT) não conseguiu convencer de que o seu projeto não pior do que o de Bolsonaro. A proposta, se aprovada, deverá levar essa pecha. Dificilmente haverá mudança no projeto ou na narrativa da oposição.

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