Enquanto uns morrem, outros matam a esperança

Está repetitivo falar dos números da Covid-19. Seja em Mossoró, em todo o Rio Grande do Norte ou de todo o país. Mais de um milhão de infectados, dezenas de milhares de mortos. Tão lamentável quanto os mais de 50 mil que já morreram é constatar que, infelizmente, outros tantos irão morrer. E que me perdoe quem pensa o contrário, mas a letalidade do novo coronavírus não é nada diante da insensibilidade de muitos.

Matam os sonhos dos outros todos aqueles que ao testarem positivo e, graças a Deus, terem poucos sintomas da doença, afirmarem, muitas vezes de maneira sórdida, que foi apenas “uma gripezinha”.

Matam as expectativas de futuro aqueles que se consideram mais fortes que os outros e ignoram os apelos para usar a máscara de proteção, mesmo sabendo que vai infectar gente com imunidade mais baixa.

Matam os anseios de todos os que sonham com o fim da pandemia, todos aqueles que se reúnem para comemorações adiáveis, alimentando o ego e inflando a pandemia.

São muitos os (maus) exemplos que vemos diariamente de gente que diz esperar pelo fim da pandemia, mas age exatamente o contrário, promovendo aglomerações, e contribuindo para que essa crise sanitária dure muito mais do que o que poderia.

A letalidade do coronavírus não chega nem perto da mortalidade que a insensibilidade causa porque enquanto muitos morrem, tem milhares matando a esperança de que vamos vencer essa guerra.

 

MEDIDAS PROVISÓRIAS

Para termos uma ideia da importância da saúde pública para o presidente da República. Nos últimos dias, ela editou duas Medidas Provisórias (MP`´s) altamente desnecessárias nesse momento. A 979/2020 buscava impedir a realização de eleições em instituições federais de ensino superior. Já a MP 984/2020 mexe nos direitos de transmissão de partidas de futebol. Vejamos aí dois assuntos que atraem o presidente enquanto milhares de pessoas morrem de Covid-19;

DISTORÇÃO A RODO

Com décadas de experiência no jornalismo, lamentável que o experiente jornalista Alexandre Garcia se preste a um papel tão ridículo de tentar vender imparcialidade para defender o governo Bolsonaro. Pior que isso é a forma como descaradamente distorce os fatos. Para se ter uma ideia de como o Garcia está agindo, basta dizer que ele disse hoje que Bolsonaro deveria ficar de joelhos e agradecer ao Supremo Tribunal Federal (STF) pela Corte ter transferido para os governos estaduais e municipais a responsabilidade para gerenciar a crise sanitária da Covid-19.

DISTORÇÃO A RODO II

Ora, todo mundo sabe que o que aconteceu foi que Bolsonaro tentou impedir que Estados e municípios adotassem medidas de combate e prevenção à Covid-19 e que o presidente, deliberadamente age para sabotar o esforço de governos estaduais e municipais. Absurdo.

ALGO ERRADO

O Governo do Estado acabou com a coletiva sobre a atualização das ações de combate à Covi-19 aos sábados. A atividade acontece agora somente de segunda a sexta. Hoje, a coletiva no mínimo atrasou. Esperamos mais de 3 horas e não conseguimos visualizar a transmissão.

DEFESA ABSURDA

Causa medo a pirotecnia que alguns fazem para defender o presidente e seus filhos e tentar livrá-los da pecha de criminosos, como de fato o são. Se o senador Flávio Bolsonaro não tivesse conseguido impedir as investigações, hoje já saberíamos de sua inocência. Ele prefere impedir que se conheça a verdade. Acredito que se ele é tão honesto como prega, essa verdade pode lhe beneficiar. Não entendo o medo de que as investigações avancem.

RIDÍCULO E PATÉTICO

Soou ridículo e patético o vídeo feito pelo senador Stynvesson Valetin (Podemos) em que tenta justificar o fato de a irmã ter solicitado o auxílio emergencial do governo federal. Para muitos, uma encenação grosseira. Para mim, o senador expôs desnecessariamente a família. Some-se a isso o fato de ter proferido palavrões.

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