Deputados cobram, mas se negam a contribuir
Grande parte dos deputados estaduais do Rio Grande do Norte tem usado a tribuna da Assembleia Legislativa para cobrar do governo um calendário de pagamento dos salários em atraso do funcionalismo público potiguar. Além claro, de tecer críticas pelo não-pagamento. A cobrança seria de bum tom se não fosse um detalhe: a Assembleia que hoje cobra é a mesma que no dia 11 de julho rejeitou que os Poderes Legislativo e Judiciário devolvessem ao Executivo suas sobras orçamentárias.
O deputado José Dias (MDB), por exemplo, um dos que mais criticam o atraso, votou contra a devolução. Pior, ainda faz discurso defendendo que haja união de todos para resolução de problemas. Memória curta ou a união defendida pelo parlamentar é apenas da boca pra fora? A maior demonstração de apoio da Assembleia para que a situação fosse atenuada seria a aprovação da devolução das sobras. Nélter Queiroz (MDB) outro que tem criticado o não-pagamento, se ausentou da referida votação. Tivesse lá, poderia ter votado a favor e ter dado, de fato, sua contribuição.
Não dá, senhores deputados, para acreditar em boa vontade de quem faz um discurso e na prática age totalmente ao contrário do que diz. Não falta apenas confiança no que os parlamentares falam, mas falta principalmente espírito público. Querer que o dinheiro que sobra do Judiciário e do Legislativo volte para o Executivo para que o Estado tenha condições de iniciar um processo de reequilíbrio de suas contas, é o mínimo que se espera de quem usa os microfones – da tribuna ou dos palanques – para dizer que representa o povo e defende o interesse coletivo.
Até que se tenha uma nova oportunidade de que o tema volte a ser apreciado novamente, é recomendável que os deputados que votaram contra a devolução das sobras do Legislativo e Judiciário permaneçam silentes, pelo menos em relação às questões aqui postas. Em nome do bom senso.
COMENDA
A deputada estadual Isolda Dantas (PT) está propondo a criação da comenda “Educador Paulo Freire”. De acordo com a parlamentar, a proposta foi protocolada e passa a tramitar na Assembleia Legislativa. “A ideia é que o prêmio seja concedido anualmente a educadores populares, com destacada atuação em escolas, movimentos populares e sociais, nas cidades e no campo e a pessoas com relevantes serviços à educação popular. A comenda também poderá homenagear instituições públicas ou privadas, além de entidades e organizações da sociedade civil organizada com notória e reconhecida atuação em educação popular”, explicou Isolda.
RECEITAS
Não tem sido pouca a preocupação e as ações da equipe econômica do governo para garantir, nesses tempos de quedas de arrecadação, o pagamento da folha de pessoal. Diariamente, os principais secretários das pastas ligadas à área econômica fazem acompanhamento da evolução das receitas, sobretudo para saber se o arrecadado bate com o previsto e, assim, o pagamento sair nos termos e datas previstas.
VITÓRIA
Denominada Ventania, a chapa 2 venceu a disputa pelo comando do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN). Em jogo, mais do que a luta pela defesa das bandeiras da classe estudantil universitária.
MORO
Aumenta cada dia a condição de Moro enquanto tarefeiro do presidente Bolsonaro. Incrível como o ex-juiz e agora ministro suporta humilhações. Agora, Bolsonaro o chamou de “ingênuo” e praticamente o descartou da indicação para ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Há quem aposte que tivesse passado pelo menos um ano de governo, Moro já estaria fazendo oposição a Bolsonaro. Pelo menos para cavar uma vaga de candidato a vice-presidente em alguma chapa da direita.
INTRIGANTE
Carece investigação científica o crescente número de crianças com Transtorno do Expectro Autista (TEA) em Mossoró. Somente no Centro de Atenção Psicossocial Infantil (CAPSi) são nada menos que 129 crianças e adolescentes com diagnóstico de autismo.
ASSASSINO
No Rio de Janeiro, o governo do ex-juiz Wilson Witzel segue sua matança desenfreada. Pobres estão na linha de tiro da mortífera polícia carioca. Extermínio diário de pessoas humildes. A exemplo do que acontece no plano federal: em nome de Deus.