Sem isolamento social, RN teria mais de 9 mil mortes
Projeção foi feita por professor da UFRN, com base em análise de modelos matemáticos
A Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, avança a cada dia no Rio Grande do Norte. Com o aumento dos casos de contaminação, crescem também os registros de mortes pela doença. Atualmente, o Estado tem 56 óbitos por Covid-19. O cenário poderia ser bem pior. É o que aponta estudo feito pelo professor e pesquisador José Dias do Nascimento, do Departamento de Física da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).
Dados demonstrados por meio de modelos matemáticos, construídos pelo professor e pesquisador dão conta de o número de mortes poderia variar entre 9 mil e 10 mil óbitos, caso a sociedade potiguar não estivesse em isolamento social.
A estimativa é referente ao dia 29 de abril. Há apenas seis dias, o mesmo modelo foi desenhado pelo pesquisador e apontava 2.200 mortes. Ou seja, em menos de uma semana, poderiam ter morrido 7.900 potiguares.
O isolamento social tem sido a medida mais eficaz no combate à proliferação da doença e vem sendo aplicada em todo o mundo, com resultados muito significativos. No Brasil, a medida que os índices de isolamento caem, o número de contaminações aumenta.
No caso do Rio Grande do Norte, a população tem sido uma das mais indisciplinadas do país em relação ao cumprimento do isolamento social. Pesquisadores afirmam que para achatar a curva de contaminação é necessário um isolamento de 70% da população. Achatar a curva é o principal e grande passo para evitar o colapso do sistema de saúde. Em solo potiguar, o índice de isolamento social da população é de 49%, de acordo com monitoramento realizado site Inloco.
Para o professor e pesquisador da UFRN José Dias, que está na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, o isolamento social garantiu um número mais baixo de óbitos entre a população potiguar. “Se não tivéssemos feito nada e o sistema corresse livre, hoje teríamos mais de 9 mil mortes somente no Rio Grande do Norte”, afirmou.
Para o pesquisador, as medidas de restrição de deslocamento da população foram fundamentais para que esses números não se transformassem em realidade. Ele ainda alerta quanto ao retorno das atividades.
“Tivemos o decreto de restrição das escolas que foi uma grande contribuição na queda da curva. Restringir, segurar e isolar de forma extremamente severa faz o processo todo encurtar entre o início e o final, é exatamente essa a grande dificuldade das pessoas entenderem”, complementou o pesquisador.
*Com informações do Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde/LAIS-HUOL