Vingança com as próprias mãos

O policial confunde um jovem, pobre e negro, com um assaltante. Até aí, apesar desse tipo de confusão envolver sempre pobre e negro, coloca-se o caso no nível do aceitável. Embora seja treinado para tentar identificar criminosos e mesmo com experiência nesse mister, não é difícil que se confunda personagens. O lamentável, repetimos, é que sempre se confunda negro e pobre com foras-da-lei.

No que pese todo os senões para a situação, o razoável, o mínimo, o necessário, o evidente, o obrigatório, o claro e inconfundível a se fazer seria averiguar os fatos, as características do acusado e as do preso como suspeito. Obviamente, fazendo isso num ambiente apropriado e legalmente definido para tal.

O jovem, preto, pobre e inocente, deveria ter sido levado para a delegacia para averiguações e também para resguardo de sua integridade física, afinal, estava o jovem, pobre, negro e inocente, sob a custódia do Estado, representado, ironia das ironias, pelo agente policial que o teria matado. Policial pago para garantir  a segurança dos cidadãos, incluindo o jovem, pobre, negro, inocente e injustiçado. O jovem, pobre, negro, injustiçado e morto, foi posto como criminoso por erro desse mesmo agente.

De todas as coisas inaceitáveis nesse episódio, a mais sórdida talvez seja o desejo deliberado do policial em fazer justiça com as próprias mãos, ignorando a lei, o bom senso e o respeito à vida – seja de quem for.

Um flagrante não dá ao agente policial o direito de sequer mensurar qual deve ser o nível de reprimenda que a Justiça deve impor ao suspeito,  acusado,  ou réu confesso. A ele cabe preservar as coisas, pessoas e circunstâncias envolvidas no fato.

Ignorando tudo o que minimamente se espera da ação de um agente das forças de segurança a serviço do Estado, o policial decide que o acusado – inocente ou não – deve morrer porque teria tentado tomar um carro de assalto. A justificativa? O ato criminoso se deu contra um conhecido(a), amigo(a), colega do policial em questão.

Por tudo o que sabemos do caso Gabriel, em se confirmando as suspeitas até agora postas, está evidente que o policial não tinha a menor condição de estar nas ruas cuidando da segurança dos cidadãos. Por despreparo, desrespeito à lei e, principalmente, à vida. Ou pelos dois.

É preciso também que sejam melhorados os treinamentos dos nossos policiais. Já está manjada demais essa história de confundir pobre e preto com criminoso. Quando isso vira rotina, quem está cometendo crime é quem acusa.

 

NÍVEL DE CONSCIÊNCIA

O povo de Mossoró se aglomerou, arriscando a saúde, para ver um presidente que não tem um pingo de respeito por ninguém. Brasil sem sorte.

 

NÍVEL DE APROVAÇÃO

Impedida de acompanhar o presidente na programação oficial, a prefeita Rosalba Ciarlini foi receber Bolsonaro no aeroporto. Acabou presenteada com uma sonora vaia.

 

ROTINA DE BETO

Incrível como o deputado potiguar Beto Rosado (PP) utiliza o mandato apenas para votar contra o povo. Foi assim na Reforma da Previdência e agora se repetiu no veto ao aumento de salário dos servidores. Também não podemos esquecer que o partido de Beto tentou atrapalhar a aprovação do FUNDEB permanente. Só votou a favor porque a derrota do governo já estava consumada.

 

DE BOM NÍVEL

Muito boa mesmo a atividade de lançamento da plataforma Mossoró de toda gente promovida pela deputada estadual e pré-candidata à prefeitura de Mossoró Isolda Dantas (PT). A desenvoltura de Isolda, a condução de Joãozinho GPS e as presenças de Haddad e Fátima construíram um cenário muito agradável.

 

BOA INICIATIVA

A da Rádio Difusora de realizar a primeira pesquisa sobre as eleições municipais de Mossoró. O trabalho foi feito em parceria com o Instituto Agora Sei, de Natal.

 

DE INTENÇÕES

Os números podem ser avaliados sob vários aspectos. Um deles é que os dados podem ser utilizados para sensibilizar a ex-prefeita Cláudia Regina a aceitar a vaga de vice numa das chapas. Qual? Só os bastidores podem dizer.

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