Sob o signo da ameaça
*Por Márcio Alexandre
Desde 1º de janeiro de 2019 que não se tem um dia de paz no Brasil. Paradoxal e lamentavelmente, quem tem colocado o país na rota dos conflitos, da cizânia, da discórdia, da beligerância, é o presidente.
Bolsonaro abre mão de agir como líder, para atuar como moleque. Ao invés de usar as prerrogativas da autoridade presidencial para unir, faz o inverso.
Eleito democraticamente, vive a menosprezar o regime democrático. Ato típico de golpistas, medíocres e autoritários. Mas mesmo para os mais pacientes dos cidadãos, a coisa ultrapassou todos os limites.
Vivemos sob o signo das ameaças. Aos cidadãos, às instituições, aos ritos, aos regimes, aos processos legais. O achaque é a principal – e talvez única – ferramenta utilizada pelos membros do governo Bolsonaro. De evangélicos a militres. De integrantes do Centrão aos milicianos.
As ameaças não são apenas cortinas de fumaça. São balões de ensaios. Formas de antever como se comportarão as instituições caso coloquem em prática o que pretendem. Por enquanto, tem a certeza de que irão longe em seus propósitos. Só quem os barrará será o povo nas ruas.
ROGÉRIO X GUEDES
Na eterna querela entre os ministros Paulo Guedes (Economia) e Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional) o potiguar tem agora o que comemorar. Com a reforma ministerial que Bolsonaro coloca em prática a partir de segunda-feira, Guedes perde poder.
RECUSA E UTI
Um camarada de 43 anos se recusou a tomar a vacina contra a covid. Hoje, se encontra internado numa UTI do Hospital Regional Tarcísio Maia (HRTM). A burrice às vezes cobra um preço elevado.
VOTO IMPRESSO
A grande imprensa anuncia que a resposta do Congresso às ameaças de Braga Netto (ministro da Defesa) de que somente haverá eleições se houver voto impresso será justamente enterrar a proposta no parlamento. Que os anjos da boca mole digam amém.
RN NA FRENTE
O Rio Grande do Norte é a unidade da federação que mais imunizou pessoas com comorbidades. De acordo com levantamento da Globonews, o Estado potiguar vacinou 28.905 com comorbidade além do previsto.