Sindicato vai acionar MP contra aulas remotas
Decisão foi tomada ontem durante assembleia on line, que contou com participação de professores e supervisores
Professores e supervisores decidiram nesta sexta-feira, 22/5, em assembleia on line, que o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Mossoró (SINDISERPUM) deve acionar o Ministério Público (MP) contra a decisão da prefeitura de instituir aulas remotas na rede municipal de ensino durante a pandemia da Covid-19.
Os profissionais da educação que participaram da assembleia apontaram como impeditivos para a execução do plano de aprendizagem remota a falta de estrutura de professores e alunos, a baixa participação na devolução de atividades, a exclusão de todas as turmas com professores com aulas excedentes e de turmas com professores com contratos em fase final, além de muitas outras lacunas na portaria sobre horas letivas e frequência.
Além de acionar o MP, também ficou decidido que o SINDISERPUM vai solicitar oficialmente da Prefeitura informações sobre os pontos obscuros nos documentos; construir a narrativa e levar o debate para a sociedade e que os professores devem fazer um levantamento de quantos alunos estão participando das aulas remotas e realizando as atividades propostas. Uma nova assembleia virtual foi marcada para próxima sexta-feira (29), às 16h.
A presidenta do SINDISERPUM, professora Marleide Cunha, avaliou a situação: “Essa aula remota, instituída pela Secretaria de Educação de Mossoró é uma profunda e perversa exclusão do direito a educação para milhares de crianças e adolescentes. Será a exclusão dentre os já excluídos. Como famílias que anseiam desesperadamente por receber kits de merenda escolar, doação de cestas básicas, famílias que estão sem emprego, sem renda, vão ter acesso a computador, telefone celular com boa memória e internet? Como professores vão ensinar sem nenhuma estrutura de equipamentos disponibilizada pela prefeitura?”, questiona a líder sindical.
Ainda segundo Marleide Cunha, “os professores estão usando sua internet, seus celulares, que não aguentam dezenas de grupos de alunos e milhares de mensagens por dia, inviabilizando as respostas”.
Ainda segundo a presidente do SINDISERPUM, a Secretaria de Educação não deixa claro nos documentos como serão computadas as horas e frequência, como vai atender a alunos especiais ou o que vai fazer para garantir o ensino aos que estão invisíveis. “A aula remota na educação infantil e ensino fundamental é excludente e ineficiente. É preciso ter honestidade para reconhecer que a pandemia tornou impossível oferecer 800h anuais no ano letivo de 2020 e continuar com isso é alimentar uma grande mentira. Os professores e professoras tem compromisso com a educação pública e não vão silenciar diante do desrespeito ao direito à educação”, finalizou. (Com informações da Assessoria do SINDISERPUM).