Pressão sobre Fátima

Esperar 100 dias de qualquer gestão para lançar as primeiras críticas sobre ela se transformou em questão tradicional e de bom senso, inclusive. Tem sido assim há tempos. Essa regra, no entanto, não foi nem está sendo aplicada à administração da professora Fátima Bezerra (PT/RN) no comando do Governo do Estado. Aliás, essa análise já foi objeto de escrita de outros jornalistas. Recorremos a ela para retomar a discussão sobre o pagamento dos salários atrasados, cujo atraso foi herança do ex-governador Robinson Faria.

Grande parte de blogueiros e jornalistas tem analisado com no mínimo má vontade as tentativas de Fátima Bezerra para resolver o problema. A cada passo dado para encontrar uma solução ao problema, a governadora tem convocado o Fórum dos Servidores e apresentado o cenário, inclusive com abertura de espaço para que os membros do colegiado opinem.

Parte da imprensa cria ela mesma uma expectativa a cada reunião para, ao final dela, dizer que o encontro frustrou as expectativas dos presentes. Importante ressaltar que em nenhuma das convocações feitas ao Fórum dos Servidores o Governo do Estado informou que apresentaria calendário de pagamento, mas sim que discutiria questões afetas a ele.

Por fim, de se ressaltar duas questões fundamentais em relação à postura da governadora: sua busca incessante por soluções para a situação. E segundo, a transparência com que o tema vem sendo tratado. A pressão que tenta se colocar sobre ela, nesse momento, parece um pouco acima do razoável.

Perdas
Sobre a antecipação dos royalties, há informação de que a governadora poderá discutir com os servidores sobre a aceitação ou não das propostas dos bancos. Como o governo federal somente autoriza operações nesse sentido para os Estados que garantirem apoio dos parlamentares á Reforma da Previdência – o que não é o caso do RN – a antecipação do dinheiro dos royalties está sendo tratada junto a bancos privados. Isso significa dizer que os juros serão bem mais elevados do que na rede bancária pública. Estamos falando em milhões. Há muito que se avaliar sobre custo e benefício.

Manchete
“CMM aprova reajuste salarial de 3,75% para servidores”, estampa um jornal em sua primeira página. Fosse eu a prefeita de Mossoró pediria direito de resposta. É vergonhoso que uma gestora queira fazer publicidade com a concessão de um reajuste tão irrisório. E pior: sem repor perdas salariais (servidores gerais) e abaixo do que estabeleceu o Ministério da Educação (para os profissionais da educação).

Bom exemplo
Elogiável a conduta profissional e a presteza com que o odontólogo Alisson Leonardo Rodrigues Alves pauta sua atuação enquanto gerente do Centro de Especialidades Odontológicas (CEO I) unidade que funciona contígua ao Hospital Regional da Polícia Militar, em Mossoró.

Moro
Cabe estudo à forma como o ministro da Justiça, ex-juiz Sérgio Moro, se porta no contato com a imprensa. Moro concede entrevistas quase que invariavelmente com olhos semicerrados ou olhar fixo para o chão, postura comum a acusados. Para o chefe de uma das mais importantes pastas do Governo Federal, soa estranho.

Quem mandou
De coincidência em coincidência, muita gente teima em ignorar que já se sabe quem mandou matar a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes. Crime está completando um ano. Aliás, quando os agentes responsáveis pelo caso decidiram atrapalhar as investigações foram muito eficientes. A mesma eficiência não se viu quando tiveram que investigar.

Padrão
Para chegar ao mandante do crime contra Marielle Franco não é muito difícil. Basta quebrar sigilo telefônico e bancário dos acusados. Um deles não tem renda que lhe permita vida em condomínio de luxo no Rio de Janeiro. O homem tem até lancha comprada sob encomenda.

Investigação
Importante também saber em nome de quem está o imóvel em que ele vive no tal condomínio levará a importantes esclarecimentos. Agora é torcer que não atrapalhem a investigação da investigação. Embora já se fale em afastamento do delegado que citou o nome do presidente em uma entrevista.

Tristes coincidências
Toda vez que alguma investigação pode trazer alguma implicação para a família do presidente, acontece uma tragédia. Já prestaram atenção nisso?

Tragédia
Sobre o corrido na escola de Suzano, nosso sentimento de pesar às famílias e a todos aqueles que lutam por uma sociedade sem armas. Quanto mais facilidade se der para posse ou porte de armas, mais casos dessa natureza tendem a acontecer. Infelizmente.

 

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