ARTIGO

Precisamos falar sobre TARE em crianças

O Transtorno Alimentar Restritivo Evitativo (TARE) é um distúrbio caracterizado por persistentes perturbações alimentares que levam a um aporte nutricional e energético insuficientes. A evitação ou a restrição alimentar em alguns indivíduos podem se basear em características como a qualidade do alimento, sensibilidade extrema a aparência, cor, odor, textura, temperatura ou paladar. Esse comportamento foi descrito como “ingestão restritiva”, “ingestão seletiva”, “ingestão exigente”, “ingestão perseverante”, “recusa crônica de alimento” e “neofobia alimentar”. Os indivíduos apresentam em sua vivência dificuldades clinicamente significativas com alimentação e comida que geralmente aparecem na infância ou adolescência e não são capazes de se alimentar em quantidade adequada de calorias ou nutrientes por meio de sua dieta habitual.

Existem muitos tipos de problemas alimentares que possam justificar um diagnóstico de TARE, entre eles: dificuldade em digerir certos alimentos; evitação de determinadas cores ou texturas dos alimentos; comer apenas porções muito pequenas de alimentos; falta de apetite; medo de comer depois de um episódio assustador de asfixia ou vómitos. O TARE traz prejuízos físicos e emocionais, pois pode envolver perda de peso ou insucesso em obter ganho de peso esperado ou crescimento em crianças; deficiências nutricionais, acarretando uma dependência de alimentação enteral ou suplementos orais; interferência no funcionamento psicossocial; transtornos de ansiedade, transtorno obsessivo-compulsivo e transtornos do neurodesenvolvimento (especificamente transtorno de déficit de atenção/hiperatividade e deficiência intelectual).

Ainda não se sabe ao certo o que pode levar um indivíduo não querer comer ou não gostar de comer quase nada, mas é fato que a alimentação é um ato extremamente complexo, influenciado por características biológicas, sociais, culturais e emocionais sendo, portanto, indispensável que não nos esqueçamos de considerá-los quando nos propusermos a ajudar alguém com dificuldades para comer. É importante perceber essas atitudes na criança, pois assim facilita o tratamento com os profissionais adequados e da forma certa.


* Glycia Thianne Paiva Cardoso, 24 anos, Mossoroense, graduada em psicologia pela Universidade Potiguar; pós-graduanda em Neuropsicologia. CRP 17/5073

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