Crônica

O CARNAVAL NO QG DA FOLIA 2

O carnaval se expressava em todas as suas formas, nas tardes da Pça. Rodolpho Fernandes até os anos 70. Havia lança-perfumes, confetes e serpentinas. Tambores, latas, triângulos, chocalhos, apitos, cornetas e outras coisas serviam para fazer barulho. As pessoas vinham em grupo ou como foliões solitários, vestiam-se de palhaço, pulavam em blocos de sujo, corriam atrás de um improvável urso inusitadamente à vontade sob um calor que faria camelo desistir. Os bonecos gigantes vieram depois, sob influência de Olinda. E havia os corsos automobilísticos, passando pela praça e completando o circuito nas vizinhas ruas Cel. Gurgel, Vicente Saboia e Idalino de Oliveira. Quem não tinha carro particular podia contratar um carro de praça, de preferência um Jeep aberto, para se exibir nessa passarela.

Mas, os blocos de rua eram os protagonistas dessas tardes. As atenções se voltavam à passagem de “Salinistas”, “Baraúnas”, “Pimpões”, Caras-Sujas e Guaranis, blocos que vinham no passo do frevo desde suas sedes no Bom Jardim, Doze Anos, Santo Antonio, Boa Vista e Paredões. Seus líderes tornaram-se conhecidos. Destacamos Diógenes Sales, Expedito Bolão e Cristina, que cuidavam de tudo para o carnaval acontecer, da organização formal do bloco a ações para aquisição de fantasias; da escolha das músicas (marchas e frevos antigos ou lançados no carnaval daquele ano) aos ensaios e ainda participavam do desfile, sendo, geralmente, a figura do apito. Também eram responsáveis pela realização dos bailes em suas sedes no pré-carnaval e depois, quando eram campeões. O Salinistas, organizado pelo “sindicato dos salineiros”, fazia seus ensaios e bailes no amplo salão onde a associação operária realizava suas assembleias, na Rua Prudente de Morais, entre a Wenceslau Braz e Marechal Hermes.

Era também tradição a tribo de índios “Kalapalos” do “cacique” João Pergentino que com suas vestimentas e cocares feitos de penas pulavam e emitiam pequenos gritos ritmados assemelhando uma dança indígena e de vez em quando faziam gestos puxando a corda dos arcos como fossem arremessar suas flexas em direção a um inimigo ou a uma caça imaginária.

Depois vieram as “escolas de samba”, semelhantes aos blocos de frevos em formação, número de componentes e composição quase total de homens, diferindo daqueles apenas pelo ritmo (samba) e, consequentemente, pelos passos. A primeira foi a “Marujos do Samba” do Bom Jardim. Depois, do Bairro Santo Antonio, a escola de samba de Masquinha, (“Malandros do Samba” ou nome parecido), e uma ou outra mais, de outros bairros.

 

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