Interno é aprovado em curso técnico após concluir ensino médio em prisão do RN
Este é o caso de Willian dos Santos Alves, 26 anos, condenado por tráfico de drogas pelo Justiça do Rio Grande do Norte em 2016
A ressocialização concreta de pessoas privadas de liberdade em unidade prisionais ainda é vista com receio na sociedade. Contudo, alguns exemplos de superação são o resultado da mudança de vida que pode ocorrer dentro de um presídio.
Este é o caso de Willian dos Santos Alves, 26 anos, condenado por tráfico de drogas pelo Justiça do Rio Grande do Norte em 2016, e que conseguiu concluir o ensino médio dentro do sistema prisional e, atualmente, cursar o ensino técnico.
Ao ser condenado, Willian fugiu e se tornou um foragido da Justiça sendo capturado e levado ao Complexo Penal João Chaves, na zona Norte de Natal, em 2018. De acordo com ele, o momento foi muito difícil, porém, encontrou nos servidores da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap/RN) apoio para ler e estudar.
Ele lembra que à época o objetivo era prestar o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), buscado o ingresso em uma instituição de Ensino Superior e sobretudo a certificação no ensino médio. “Neste mesmo ano eu conseguir concluir o ensino fundamental e me preparar para o Enem, lendo apostilas e livros trazidos pelos agentes que me incentivavam. Quando cheguei na João Chaves não tinha muita esperança no futuro, até eu ouvir que o estudo era algo que ninguém conseguiria tirar de mim”, disse.
Mesmo com esse objetivo em mente, Willian decidiu não prestar o Enem em 2018, pois não conseguiria a certificação de conclusão do Ensino Médio apenas realizando o exame, por isso, decidiu fazer o Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja). Na ocasião, ele conquistou média 9,0, e se tornou um dos poucos internos do sistema prisional do RN a ter sucesso no exame.
Atualmente, Willian é aluno do curso técnico de Mecânica do Serviço Nacional de Apendizagem Industrial (Senai/RN) e já está aprovado para um outro curso de Assistente Administrativo. Apesar de estar desempregado, ele busca ainda a aprovação em um curso de nível superior. Há 45 dias ele alcançou a progressão da pena e cumpre medida restritiva em regime aberto.
“Eu conheci pessoas que acreditaram em mim e ficavam estudando comigo até 1 hora da manhã. Não esqueço meu passado, mas ele ficou para trás. Vejo pessoas com algum tipo de preconceito comigo, mas outras olham para mim como uma pessoa diferenciada positivamente e faço por merecer”, conclui.