ARTIGO

GORETTI ALVES: A POTIGUAR – MINHAS MEMÓRIAS

GORETTI ALVES –  (cadeira 35)


O calendário anual de 1961 marcava a cidade de Mossoró por uma forte enchente, que ameaçava os moradores habitantes das margens da Lagoa do Mato; alguns homens da Prefeitura, inclusive o Prefeito da época, Antônio Rodrigues, trabalhavam na construção de um canal de escoamento das águas, evitando assim a invasão das águas da lagoa adentrar nas casas, que rodeavam aquele nicho ecológico.

Naquele ano havia um casal que, ansiosamente, esperava a chegada da sua primeira e “única filha”. Exatamente às 22 horas da noite dia 18 de abril nasce, pelas mãos da parteira mãe Cecília. A criança era eu, Maria Goretti Alves de Araújo, filha de Raimundo Bezerra de Araújo, que tinha como profissão torneiro mecânico, e de Nazaré Alves de Araújo, dona de casa, artesã, cabeleireira.

Cognomino-me Goretti Alves, A Potiguar. A música sempre esteve presente em minha vida. Lembro que nas “bocas da noite”, após o jantar, meu pai costumava tocar violão e cantava músicas de serestas, acompanhado pela voz da minha mãe.

Aos nove anos de idade já assistia os espetáculos teatrais no auditório do SESI. Mas, meu primeiro contato com a arte cênica foi em 1979, quando participei do curso de Iniciação Teatral, dirigido pelo saudoso teatrólogo Gesiel Figueredo, do qual fiz parte da encenação do Navio Negreiros, de autoria de Castro Alves.

Em 1980 participei do grupo de dança do SESI, que tinha a direção da Profª Deodeti Dias. A experiência durou pouco! Até hoje, lembro dos ensinamentos da professora.

Desse ano em diante, comecei a fazer parte do grupo de teatro infantil do SESI, participando das peças: “Pluft O Fantasminha”, “O Circo Ratlaplan”, e  “Chapeuzinho Vermeho”, sob a direção do compositor mossoroense Iremar Leite.  Fiz parte, como sócia fundadora do Grupo de Teatro Arruar num trabalho de rua. Paralelo a esse trabalho, com amigos Nonato Santos, Socorro Assunção e Augusto Pinto, entre outros, fazia apresentações animando festas infantis e de aniversários. Dai surgiu o personagem “Paçoca”, que até hoje é marca registrada no meu trabalho junto as crianças que se internam no hospital Regional Tarcísio Maia.

Minha primeira interpretação musical se deu no Festival de Compositores, acontecido em Mossoró, no qual  fiz dueto com o tio Luiz Fábio, defendendo a música: “é assim sem você”, tendo ganhado a premiação de primeiros colocados no festival. As letra e melodia são de autoria de Luiz Fábio.

Em 1986 passei a ser funcionária pública; mas, sempre tendo a música como passatempo preferido. Em meados de 1987, participei do Coral da UERN no naipe dos sopranos até 1989.

Sempre recebia convites para fazer participação nos Show 1º de Maio e Semanas de Filosofia, festas destaque no calendário urbano e acadêmico. Ainda em 1989, fui convidada a atuar como cantora do grupo Forró Itinerante, movimento cultural de Mossoró, constituído com o objetivo de resgatar a música regional do forró de pé de serra.

Em 1990 entrei para o grupo VINA – Vivência na Arte no qual atuo até hoje, como Cantora Vocalista.

Em 1991 conclui o curso de licenciatura em Ciências Sociais. No mesmo ano atuei nas seguintes áreas: como Professora do Departamento de Filosofia, lecionando a disciplina de Sociologia IV, nos cursos: ciências sociais e serviço social.

Na qualidade de estagiária, atuei nos Projetos: Brinquedos Populares e Colonização e Fixação do Colono na Terra, na zona rural de Soledade, município de Apodi. Como Professora, atuei no projeto “pedagogia da terra”, lecionando a disciplina Movimentos Musicais no Brasil.

Em 1992 Conclui o curso de Especialização em Desenvolvimento Regional do Semi-Árido, na UERN.

Em 2006 fiz parte do espetáculo “Chuva de Bala no País de Mossoró”; no mesmo ano atuei no espetáculo de inauguração do Teatro Municipal Dix-Huit Rosado.

Em 2007 e 2008, inserida no Programa Municipal de Educação Ambiental, coordenei os Núcleos de Educação Ambiental – NEA, representando a Gerência Executiva da Gestão Ambiental, inclusive, atuando como membro da Comissão Pró-Selo UNICEF.

Em junho / 2009, fiz parte da Comissão Julgadora do Festival Mossoroense de Folclore Brasileiro.

Em 2010, participei do VIII Encontro Brasileiro de Educação Musical. No mesmo ano lecionei musicalização no Programa Mais Educação, na escola Padre Alfredo Simonetti.

Em agosto de 2011, tomei posse na Academia Feminina de Letras e Artes Mossoroense – AFLAM, como musicista, ocupando a cadeira 35, que tem como patrona Marinês.

Em setembro de 2011, Participei da “I Semana Musical da UERN”, na oficina “Ensino de Música na Educação Infantil”.

Até dezembro de 2016, atuei como coordenadora do Coral Canto e Saúde Nara Vasconcelos, onde fiz um trabalho de musicalização com os funcionários e também na brinquedoteca do Hospital Regional Tarcísio Maia e como articuladora da equipe multidisciplinar do citado Hospital.

Em 2013 realizei o meu grande sonho, Gravando e Lançando, de forma independente, o CD “Saberes”, interpretando músicas de autores mossoroenses, envolvendo os mais variados gêneros.

Em 2015 fui diplomada como sócia fundadora da Associação dos Escritores Mossoroenses (ASCRIM), na qual ocupo hoje a Vice-Presidência.

Desenvolvi o projeto “Tenda dos Saberes”, sob o financiamento da Lei Aldir Blanc, reinventando novos palcos para a arte de ensino-aprendizagem.

Tenho a música como hobby, para ninar meus sonhos, confortar minha alma das injustiças sociais, esperançar meus caminhos, coletar amigos e ser feliz.

Assim, sigo o meu caminho musical interpretando a vida e cantando as maravilhas do Rio Grande do Norte.

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