FINGIR, JULGAR, EXIGIR E OFENDER
Considerada popular e atemporal, não sendo atribuída a um único autor, a frase “Viver sem fingir, escutar sem julgar, amar sem exigir e falar sem ofender”, bem que poderia ser inserida no cotidiano de cada um de nós no sentido de transmitir valores importantes de conduta e interação. É com esse fim que publicamos nesta edição da coluna Repercutindo, talvez ajude na sua e nossa reflexão diária. Acredite, quando você vive sem fingir e resolve escutar sem a necessidade de julgar seu interlocutor, certamente conseguirá amar sem fazer exigências e falar sem ofensas ao próximo.
Entre as definições que encontrei atribuídas a esta frase, tem uma que diz que ela é frequentemente compartilhada e utilizada em contextos diversos, porém, transmitindo sempre princípios de autenticidade, respeito e compreensão. E, por fim, embora não existe um autor oficial, ela é frequentemente associada a mensagens de inspiração e reflexão. Se é assim, vamos nos inspirar hoje mesmo nesta frase e refletir e nos comportamos de acordo com seus ensinamentos e, quem sabe, cada um fazendo a sua parte, ou seja, vivendo sem exigir, optando por escutar sem julgar, amando sem fingir e, no momento de falar não ofender, quem sabe tenhamos um dia uma cidade, estado, país ou, sonhar não paga imposto, um mundo melhor.
CAMISA VERMELHA E FRAUDA DE BEBÊ
A turma da confusão não tem limites, quando o problema não existe, eles inventam. Existem gestores que, reunidos com seus assessores as portas fechadas, suas decisões são equiparadas as fraudas de bebê. É assim que vejo essa história de acabar com o uniforme reserva da Seleção Brasileira de Futebol, hoje azul, e passando as cores vermelha e preta. Ao final da coluna, no tópico Dica Legal, eu repasso o que diz o próprio Estatuto da CBF, gestora da seleção e do futebol no Brasil, infelizmente. Vamos reforçar aqui a lembrança de que o uniforme tradicional é com a camisa amarela como principal e a reserva no tom de azul em homenagem ao uniforme com o qual a Seleção conquistou o título mundial de 1958.
Nas redes sociais, e nós concordamos, o narrador e apresentador, Galvão Bueno, disse: “Isso seria um crime”. Ele acrescentou: “Saiu a notícia de que a fornecedora de camisas da Seleção, em acordo com a CBF, para a Copa do Mundo de 2026, a camisa azul vai deixar de existir e terá uma camisa vermelha. O que tem isso a ver com a história? Isso é uma ofensa, sem tamanho, à história do futebol brasileiro. Estou muitíssimo na bronca”, concluiu. Acho até que a turma jogou o tema na base do “se colar, colou”, e não deve passar muito disso. Aliás, até passou, pois foi levada para o campo político tomando como base o fato do ex-presidente Bolsonaro usar as cores, verde e amarelo em suas ações de campanha, contra o atual presidente, Lula, que usa o vermelho. Como foi dito lá no começo, tem gestor que abre a boca para o debate e mais parece frauda de bebê.
FRAUDES NO INSS, QUEM PAGA A CONTA?
A pergunta que não quer calar: Quem vai pagar a conta do rombo via fraudes praticadas no INSS? Não é possível que mais essa despesa seja repassada para o bolso do cidadão que já foi roubado. O correto nesse momento será cobrar dos sindicatos e demais beneficiados com os descontos indevidos, sem autorização de aposentados e pensionistas, as vítimas direta. Sobre esse tema, assim como fizeram ministro e dirigentes do institutos, o governo vai fazendo ouvido de mercador e deixando o tempo passar. Fala apenas, no discurso político, que as vítimas serão ressarcidas, sem citar qual será a fonte do dinheiro.
O que mais preocupa é o fato do presidente Lula (PT) não falar sobre quem pagará a conta e, ao mesmo tempo, como estivesse se protegendo de algo, nomeia para o Ministério da Previdência Social alguém que já estava no INSS quando tudo de ruim aconteceu. Isso mesmo, o novo ministro Wolney Queiroz era secretário executivo do ministério, uma espécie de “vice-ministro” e estava na reunião quando foi denunciado o desvio de bilhões. Mesmo assim, nada fez, ou seja, no mínimo foi omisso. A oposição no Senado e Câmara dos Deputados em Brasília, tenta barrar sua posse. Realmente, tem algo de muito estranho nisso tudo.
TIBAU – A QUESTÃO DE GROSSOS I
O tempo passou, porém um antigo problema insiste em tirar a tranquilidade daqueles que residem na fronteira potiguar com a terra de Alencar. A Questão de Grossos foi uma disputa territorial entre os governos dos estados do Rio Grande do Norte e do Ceará com relação a uma porção de terra que se estendia da atual fronteira do estado do Ceará até a cidade de Grossos, no Rio Grande do Norte. O jornal Tribuna do Norte publicou em sua edição do dia 15 de setembro de 2019 um artigo assinado por Saul Estevam Fernandes, sócio do Instituto Histórico e Geográfico do RN que detalhou o início desse conflito. O texto começa lembrando que em maio de 2019 o Supremo Tribunal Federal intimou o Exército brasileiro para delimitar precisamente os limites entre os estados do Piauí e do Ceará, que estão em litígio desde 1880.
No artigo é lembrado que uma disputa semelhante ocorreu com o Ceará e o Rio Grande do Norte por uma importante região salineira, que hoje diz respeito a parte dos municípios potiguares de Grossos e Tibau. O conflito havia se iniciado na época do Brasil Colônia, quando autoridades cearenses solicitaram à Coroa Portuguesa o aumento de seu território. A intenção era ficar com parte das salinas do rio Mossoró, pois uma lei, chamada de estanco do sal, proibia a venda do produto ao Ceará pela capitania do Rio Grande. A coroa portuguesa garantiu o pedido por meio de uma Carta Régia, em 1793. Porém, como o documento não indicava a altura do rio que serviria de limites entre as duas capitanias, o terreno foi explorado sem conflitos por mais de 80 anos.
TIBAU – QUESTÃO DE GROSSOS II
Segue o texto de Saul Estevam Fernandes, publicado na Tribuna do Norte, afirmando que, com a aprovação da Constituição republicana, em 1891, o conflito voltou a ser debatido. Como a Constituição dava autonomia aos estados para criarem e gerirem seus impostos, o Ceará passou a denunciar a invasão norte-rio-grandense e deu entrada em um processo no STF, em 1894, a fim de ter o reconhecimento do território e dos impostos lá cobrados. Na oportunidade, o STF afirmou que não seria competência do poder judiciário, mas do legislativo nacional. Inicialmente, foi necessário que o estado do Ceará anexasse o território contestado por meio de um projeto de Lei estadual para em seguida ser levado ao Congresso Nacional.
Através da lei estadual nº 639, de 19 de julho de 1901, a vila de Grossos foi criada e anexada ao município cearense do Aracati. Por esse motivo, o conflito ficou conhecido como “Caso” ou “Questão de Grossos”. O projeto de lei aprovado na Assembleia Legislativa cearense, em 1901, foi apresentado ao Congresso Nacional com algumas alterações. A principal foi a de que que o território contestado deixou de ser somente parte das salinas, mas passou-se a contestar praticamente toda a fronteira entre os dois estados. Porém, o Congresso Nacional posicionou-se desfavorável ao projeto de lei cearense. O que fez com que a responsabilidade da questão voltasse ao STF.
TIBAU – QUESTÃO DE GROSSOS III
Ainda de acordo com a publicação de 2019, com a retomada da questão no STF, o conhecido jurista Rui Barbosa foi nomeado procurador da causa potiguar e o Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte (IHG-RN) foi criado com o intuito de juntar documentos sobre a posse potiguar no território contestado. Rui Barbosa advogou a favor do Rio Grande do Norte com base no princípio do uti possidetis e teve o respaldo dos documentos doados pelos sócios fundadores do IHG-RN. Rui alegava a posse imemorial do território pelo Rio Grande do Norte. O mais interessante na análise de Rui Barbosa é a maneira e a prova principal que sustentava para vencer.
Ele utiliza um documento oferecido pelo advogado cearense, que acusava o Rio Grande do Norte de ser invasor há tanto tempo, que nem tinha como precisar. Para Rui, o Ceará ao acusar o seu cliente deu a prova de que este já possuía aquele território. Diante das alegações formuladas por Rui Barbosa, em 1908, o STF julgou improcedente a ação impetrada pelo Ceará. Contudo, essa vitória inicial não garantiu a posse potiguar sobre o território. Foram necessários mais dois julgamentos do STF, em 1915 e 1920, os chamados Acórdãos, para que o território fosse de vez anexado ao Rio Grande do Norte. NOTA: O motivo de trazer todas essas informações é pelo fato da disputa ter sofrido novo revés nos últimos dias. O Ceará, de acordo com depoimento da prefeita de Tibau-RN, Lidiane Marques, promoveu nova invasão do seu município. Até placas que delimitavam o território foram retiradas.
MENAGEM
“No cais das Rocas todo barco tem nome próprio, mas nenhum é próprio de si. A identidade dos barcos varia conforme as vontades da marés”.
Cid Augusto
ESTÁDIO – TIME RUIM NÃO PROSPERA
A polêmica que aborda a interdição parcial e depois o fechamento total do Estádio Municipal Leonardo Nogueira, O Nogueirão, em Mossoró-RN tem produzido reações diversas. Aquelas aceitáveis tratam especificamente do problema na busca por uma solução, porém existe no meio de tudo a briga política voltada para o aspecto partidário e eleitoral, ou seria, “politiqueiro e eleitoreiro”. Nesse aspecto, o “politiqueiro”, escutei recentemente um discurso eloquente, porém recheado de bobagens que não irão servir as intenções, digamos assim, nada esportiva do seu autor.
Embora seja defensor árduo do direito de opinar, no sentido irrestrito da liberdade de expressão, não sou obrigado ao me deparar com uma bobagem e ficar calado. Dizia o empolgado e conscientemente bem orientado interlocutor que, o Baraúnas só foi rebaixado por conta do fechamento do Nogueirão. Não tem como deixar passar, é preciso puxar o cordão da descarga. E cito o motivo. ABC tem estádio próprio e disputa a terceira divisão do Campeonato Brasileiro. O América de Natal tem estádio próprio e ainda dispõe da Arena da Dunas, e hoje se encontra na quarta divisão. O mesmo acontece com o Santa Cruz de Recife, na Série D, e o Atlético-PR, dono de um estádio moderno, hoje na segunda divisão. Isso posto, não tem jeito, com ou sem estádio, time ruim não prospera, ou passaram, com foi o caso do Vaso, ou estão nas divisões infereiores. Se não montar um elenco forte, não escapa.
OPERAÇÃO SORRISO EM MOSSORÓ
Entre 26 e 31 de maio, Mossoró receberá a 9ª edição da “Operação Sorriso”. A missão humanitária que realiza cirurgias para correção de fissuras labiopalatinas, contará com a parceria Prefeitura de Mossoró. Para este ano, uma das novidades é a equipe médica voluntária composta 100% por mulheres. Uma iniciativa que vem acontecendo em todo o mundo, e no Brasil, Mossoró será a primeira cidade a receber essa proposta. Através da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) a Prefeitura oferta exames para os pacientes, transporte para os voluntários, em todos os dias da missão, direcionando os profissionais ao hospital. Neste ano, as cirurgias serão realizadas no Hospital da Mulher Parteira Maria Correia, entre 28 e 31 de maio.
O processo de triagem dos pacientes acontece na mesma unidade hospitalar, no dia 26 de maio. Atualmente há cerca de 62 pessoas cadastradas, entre crianças e adultos. São pacientes de cidades do Rio Grande do Norte, Ceará, Paraíba, Pernambuco e Piauí. As inscrições continuam e podem ser realizadas no site: https://www.operacaosorriso.org.br/ ou por meio do formulário eletrônico: https://docs.google.com/forms/d/1klHDtysvYGpvRW7Loni0ypXIViCoxO1t-rxDCitR7NQ/edit. A “Operação Sorriso” é uma das maiores organizações médicas do mundo. A missão promove atendimentos e cirurgias gratuitas para crianças, adolescentes e adultos com fissuras faciais, como fissura labial e fenda palatina. A missão envolve uma equipe multidisciplinar incluindo médicos, pediatras, cardiologista, cirurgiões plásticos, dentistas, fonoaudiólogos, psicólogos entre outros profissionais.
OBJETIVO É O FUNDO ELEITORAL
Se tem dinheiro em jogo, não duvidem, aqueles que fazem os partidos políticos não querem perder um centavo e muito menos o poder. E assim, para garantir as verbas do chamado fundo eleitoral os partidos com tendência a nanico e assim perder o direito a verba, já se articulam e criam como meio de sobrevivência as chamadas federações. A última delas é formada por União Brasil e PP, estando em andamento a fusão do PSDB com o Podemos. Já o MDB, de acordo com matéria publicada na UOL, já garimpa um parceiro no mercado partidário para compor a sua proposta de federação. Segundo avaliações feitas por especialistas ouvidos pela UOL, “Os partidos já estão de olho em 2026”. Ao final do texto é digo o motivo, além do dinheiro do fundo eleitoral.
De acordo com Cristiano Noronha, vice-presidente da consultoria Arko Advice, as fusões entre as legendas e a formação de federações visam a eleição de bancadas grandes o suficiente para driblar a cláusula de barreira e manter o acesso das siglas ao fundo eleitoral. Cláusula de barreira cria condições para acesso de partidos a fundo eleitoral. As legendas precisam eleger em 9 estados diferentes, pelo menos, 11 deputados federais ou obter, no mínimo, 2% de votos válidos para manter direito ao dinheiro. Caso contrário, elas podem continuar existindo, mas sem acesso à verba. Não é nenhuma surpresa, não existe menino besta que prospere na política brasileira. Federações formadas exigirão que partidos apoiem mesmo candidato à presidência em 2026.
DICA LEGAL – UNIFORMES DA SELEÇÃO
Vamos aproveitar a polêmica sobre possível mudança no uniforme da Seleção Brasileira de Futebol e saber, legalmente, o que diz a regra sobre esse assunto. Lembrando que a seleção é gerida de acordo com as normas da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Isso posto e de acordo com o Estatuto da entidade de 2017, tomando como base matéria publicada no portal terra, o próprio documento da Confederação proíbe mudanças delimitando que sejam utilizadas as mesmas cores presentes na bandeira do país. Como conhecemos, a bandeira do Brasil são nas cores verde, amarela, azul e branco, ou seja, não possui o vermelho que estão querendo incluir no uniforme reserva.
Essa previsão, como já foi dito, encontra-se no estatuto da entidade em seu artigo 13, inciso III do capítulo III. A proposta da camisa vermelha acabou polemizando a discussão levando para o lado político. Seria uma represália ao ex-presidente Bolsonaro que adotou as cores, verde e amarelo, em sua campanha. Por outro lado, acrescenta o texto publicado no portal terra, a adesão da cor forte nos uniformes da Seleção seria devido à origem do nome do país, derivado do Pau-Brasil, nomeado de tal forma por conta da tintura vermelha que escorria dos troncos quando cortados. Seja qual for o argumento, a polêmica segue ganhado corpo nos debates. O correto, para acabar com o assunto, é respeitar o que diz o estatuto, reforço, da própria CBF.