Cada palavra é um vírus
O discurso lido pelo presidente Jair Bolsonaro foi escrito no chamado Gabinete do Ódio. Isso, por si, já dá uma dimensão de como cada palavra é colocada, de como cada frase é construída, de como cada parágrafo é planejado. Mais do que isso: mostra de que mais preocupante do que a falta de competência do mandatário da nação é a sua propensão para o mal.
Discordo de quem acha que o presidente é louco. Ainda não o é. Também não é desprovido de inteligência. A capacidade cognitiva ainda resiste em sua cabeça. A duras penas é verdade. Mas sobriedade e sabedoria rareiam cada vez mais. Bolsonaro é mau. E nessa condição tem um projeto muio forte de poder.
Talvez termine só. Talvez termine louco. E até lá, carregará em suas mãos a culpa pelo colapso do Estado, pela derrocada da economia e pela morte de inocentes.
Instigar seus (ainda) leitores é sua grande bandeira. Ainda terá um certo capital eleitoral. Maldade não é uma exclusividade sua.
Cada palavra de Bolsonaro é um vírus que fortalece ainda mais os desprovidos de bom senso, de civilidade e de humanidade. É alimento para a truculência, para a cizânia. Colérica, danosa e putrefata.
O antídoto é a paciência, a parcimônia, a busca pela verdade, o enfrentamento às suas maldades, o relevar os comentários maldosos e maledicentes dos que estão sendo feitos de bucha de canhão. Na luta pela vida não se pode se igualar a quem quer é morte,
O que Bolsonaro diz é tóxico, contagioso e doentio. Mas há como se prevenir.
VALE VIDAS
A economia vai sentir. Claro que vai. Pessoas passarão mais dificuldades que outras. Óbvio que sim. Mas tudo isso se recupera. Não vão se recuperar as vidas que se perderem. Vale agora o isolamento, o perrengue, as dificuldades. Quanto mais esforço fizermos, mais cedo sairemos da crise. Fiquemos em casa.
TUDO É DIFÍCIL
Não é fácil se isolar. Não é fácil ficar sem trabalhar, principalmente aqueles que vivem na informalidade, aquela massa de trabalhadores que só ganha se for à luta diária. Mas não há outra alternativa senão parar.
CONSEQUÊNCIAS
Bolsonaro sabe que mandar as pessoas volar ao trabalho tem uma força grande porque há um contingente enorme de brasileiros vivendo de bico porque ele ajudou a acabar com o sistema de proteção social ao trabalhador. Reformas da Previdência e Trabalhista colocaram muita gente na informalidade, aquele tipo de trabalhador que vivia de bicos e a grande mídia denominava de “empreendedores”.