Ao sabor dos ventos

Manter a coerência no discurso não à tarefa das mais fáceis para políticos, reconheçamos. Mas é necessário. Principalmente porque a palavra é a principal ferramenta de sobrevivência da classe. Por mais que empenhem e não a resgatem. Para os detentores de cargos eletivos , a preocupação para evitar cair em contradição deveria ser redobrada.

Parece que esse não é uma questão que preocupa o deputado estadual Alysson Bezerra (Solidariedade). Talvez na tentativa de agradar a todos, tem faltado ao parlamentar uma observação mais atenta do que diz e faz. Vejamos.

Quando o coronel Azevedo, seu colega de Assembleia Legislativa, propôs o título de cidadão potiguar ao presidente Jair Bolsonaro, Alysson disse que votaria a favor. E justificou que não havia nenhuma inconstitucionalidade na proposta. Bolsonaro, lembrem-se, é o presidente que tem aversão ao Nordeste, que discrimina minorias, que desrespeita pessoas, que faz apologia à violência e a pior de todas elas, à ditadura. Mas como a proposição era constitucional, Alysson a subscreveu.

Nos últimos dias, uma matéria desafiou o discurso de Alysson e ele se deixou vencer. A proposta de extensão a todos os servidores públicos estaduais, do reajuste salarial de 16,38%. Claramente inconstitucional, a matéria foi analisada pela Comissão de Constituição e Justiça da Assembleia, que reafirmou a inconstitucionalidade.

Mesmo assim, o deputado Alysson Bezerra embarcou na aventura do também deputado Nélter Queiroz e, desconsiderando uma análise de uma comissão técnica da Casa, votou em plenário para que a proposta de reajuste fosse posta em votação. Inicialmente, Alysson foi a favor do recurso de Nélter Queiroz para que sua proposta de extensão do reajuste fosse votada em plenário. Depois, votou a favor da própria proposta de extensão. Mesmo sabendo, declaradamente, que a matéria era inconstitucional. Ao fim e ao cabo, Alysson contrariou o próprio Alysson. Se numa matéria seu voto foi justificado pela constitucionalidade, na outra, pelo menos para manter o discurso, ele não deveria ter votado. Para que não se fique pensando que sua coerência é direcionada ao sabor dos ventos. Sobretudo, quanto se estiver soprando oportunismo.

PRISÃO EM SEGUNDA INSTÂNCIA

Guardião da Constituição, o Supremo Tribunal Federal (STF) finalmente tomou uma decisão em seu favor. Com a queda da prisão em segunda instância, preserva-se um mandamento constitucional.

FINALMENTE

A prefeitura de Mossoró informou que concluiu nesta sexta-feira, 8/11, o pagamento da folha de pagamento do funcionalismo público. O atraso teria sido por conta na queda da arrecadação, disse a gestão, sem comprovar a alegativa.

FAKE OU FATO?

Intencional ou não, o ministro da Secretaria da Presidência da República, Luiz Eduardo Ramos, passou pelo Rio Grande do Norte espalhando fake news. Disse que o Estado vai receber mais de R$ 700 milhões de recursos do excedente da cessão onerosa do pré-sal.

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