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Trabalhadores da Educação estadual ameaçam greve

Possibilidade foi levantada pelo Sinte caso os profissionais sejam obrigados a retornar as aulas presenciais sem total imunização

Os trabalhadores e trabalhadoras da educação estadual poderão entrar em greve caso sejam obrigados a retomarem as atividades presenciais sem que sejam totalmente imunizados conta a covid-19. A possibilidade de paralisação foi anunciada pela direção do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Rio Grande do Norte (SINTE/RN).

O tema foi discutido em reunião realizada na manhã de hoje, 6, com o Secretário de Educação Getúlio Marques para discutir a proposta de retorno às aulas presenciais, apresentada pelo Governo. Durante a reunião, o Secretário apontou a necessidade do retorno às aulas presenciais, uma vez que existe uma cobrança por parte do Ministério Público para que isso seja realizado o mais breve possível. A proposta apresentada pelo Governo foi de um retorno gradual, com uma semana de acolhimento aos estudantes e trabalhadores da educação, a partir do dia 19 desse mês e a retomada das atividades de forma total, no dia 26 deste mês.

Para o sindicato só é possível o retorno das atividades presenciais, quando todos os trabalhadores e trabalhadoras da educação estiverem completamente imunizados. Para o Coordenador-Geral do Sinte, professor Rômulo Arnauld, qualquer tentativa de forçar os docentes a retornar às atividades antes da imunização levará a categoria a uma greve. “Não existe meia imunização ou estamos protegidos da doença por completo ou estamos expostos. Desde o início da pandemia a categoria tem sido enfática em dizer que só retorna às salas de aula com segurança e não tem sentido agora que já estamos próximos de tomar a segunda dose nos expormos desnecessariamente. O sindicato reafirma a posição que já manifestou e que é referendar pela categoria. Certamente vamos fazer uma greve em defesa da vida. Continuaremos trabalhando de forma remota” afirmou Rômulo.

O sindicalista ainda afirmou que existe uma portaria da Secretaria Estadual de Saúde Pública (SESAP), publicada no dia 15 de maio que regulamenta o retorno dos servidores a partir do processo total de imunização. “Isso não pode ser simplesmente descartado agora”, comentou Rômulo.

Rômulo Arnauld destacou também que na proposta apresentada pelo Governo há interesse no retorno das aulas experimentando um formato híbrido, com parte dos alunos na sala de aula e outra parte em casa. Ele questionou o modelo. “É nítido que não temos estrutura nas escolas estaduais para garantir aulas presenciais e virtuais ao mesmo tempo. Precisaríamos de mecanismos de tecnologia que nossas escolas infelizmente não dispõem. Muitas vezes falta o básico, imagina agora adaptar as escolas para garantir um sistema híbrido”, lembrou o sindicalista.

Ele também ressaltou que os professores e professoras da educação estadual não paralisaram suas atividades durante a pandemia e seguem trabalhando em caráter remoto. O dirigente é enfático em afirmar que assim que houver total imunização da categoria há interesse e disposição em retornar imediatamente às salas de aula. “Diferente do que algumas pessoas tentam propagar, não de trabalhar nenhum dia sequer durante essa pandemia. Estamos trabalhando, e muito! Neste momento tão difícil, enfrentamos o desafio de adaptar nossas casas e nossas vidas à realidade do ensino remoto. Temos total tranquilidade para afirmar que assim que houver vacina no braço de todos os trabalhadores da educação, voltaremos às salas de aula”, concluiu.

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