Guerra na Síria

Rússia e Irã dizem estar prontos para “responder a qualquer agressão”

“Estamos preparados para responder a qualquer agressão ou transgressão das linhas vermelhas por parte de qualquer um. Os Estados Unidos conhecem bem nossas capacidades de resposta”.

A Sala de Operações Conjuntas de Rússia e Irã e das Forças Aliadas na Síria advertiu neste domingo (9) que os países estão prontos para responder a qualquer agressão, dois dias após o ataque dos Estados Unidos contra uma base aérea síria, informou o site do jornal governamental sírio Tishrin.

“Estamos preparados para responder a qualquer agressão ou transgressão das linhas vermelhas por parte de qualquer um. Os Estados Unidos conhecem bem nossas capacidades de resposta”, alertou o grupo em um comunicado publicado pelo jornal sírio.

O comunicado acrescenta que “a agressão dos EUA na Síria ultrapassa e ataca a soberania do povo e do Estado [sírio]” e lembra que o país árabe está há seis anos lutando contra o terrorismo em nome do resto do mundo.

Por telefone, os presidentes da Rússia, Vladimir Putin, e do Irã, Hassan Rohani, voltaram a condenar o bombardeio feito pelos Estados Unidos na última quinta-feira (6). Os dois líderes também defenderam que o ataque com armas químicas ocorrido anteriormente no país, causando a morte de mais de 80 pessoas, seja investigado.

“Ambas as partes destacaram que são inaceitáveis as ações agressivas dos EUA contra um Estado soberano e contrárias aos princípios do direito internacional. Os líderes se pronunciaram em favor de uma investigação objetiva e imparcial do incidente com armas químicas em 4 de abril na província de Idlib”, diz um comunicado do Kremlin.

Principais aliados do regime sírio, Putin e Rohani enfatizaram a importância de manter uma cooperação estreita para impulsionar uma solução política para o conflito armado sírio.

De acordo com comunicado dos dois países e das milícias de oposição, a Sala de Operações Conjuntas assegurou que alguns países e organizações encararam o suposto ataque químico de terça-feira passada contra a cidade de Khan Sheikhoun como um pretexto para atacar a Síria.

A nota diz que a “agressão dos EUA não dissuadirá os aliados que lutam contra o terrorismo e o eliminam”. “Continuaremos lutando junto ao exército Árabe de Síria e trabalharemos com ele para liberar o território sírio da abominação do terrorismo”, destaca o texto.

Também por telefone, o presidente da Síria, Bashar al-Assad, considerou que os Estados Unidos fracassaram em seu objetivo de elevar a moral dos “terroristas” que apoiam na Síria com seu ataque contra a base aérea de Shayrat no país árabe.

O líder sírio fez as declarações durante conversa telefônica com Rohani. Para Assad, Washington não atingiu sua meta principal com o ataque de sexta-feira que, segundo o presidente sírio, serviria para elevar a moral dos “grupos terroristas que os americanos apoiam, depois das vitórias conseguidas pelo Exército Árabe Sírio”.

Bombardeio

Há dois dias, os Estados Unidos atacaram com 59 mísseis Tomahawk à base aérea síria de Shayrat, de onde supostamente decolaram os aviões que realizaram os ataques aéreos com armas químicas contra uma localidade de Idlib, onde pelo menos 87 pessoas morreram, de acordo com os dados oferecidos pelo Observatório Sírio de Direitos Humanos. A Casa Branca atribuiu o ataque com armas químicas aos sírios.

A embaixadora americana na Organização das Nações Unidas (ONU), Nikki Haley, anunciou hoje em entrevista à emissora CNN que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, não descarta adotar novas sanções contra Moscou e Teerã por seu apoio a Assad.

 

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