Os kamikazes da alma!
LUDIMILLA OLIVEIRA – Reitora da UFERSA
Nenhum segundo de paz! O lema é o jargão fomentador, alimento diário de verdadeiras facções criminosas que agem silenciosamente para matar cada segundo de vida, de pessoas que são escolhidas como alvo para o front de ataque. Na verdade, assim como Érico Veríssimo parou para observar e pensar a fúria cega dos homens, eu parei para pensar: será que na face da terra existe alguma penalidade capaz de fazer justiça, para os assassinos silenciosos da alma, do espírito, da honra e da vida…
O cenário desastroso, arquitetado criteriosamente para fazer o mal, ultrapassa qualquer grau de periculosidade. E, a dor a meu ver, tem um espectro bem maior que qualquer arma branca fincada num corpo traiçoeiramente, além de doer mais que uma munição preparada com estilhaços mortíferos para atacar uma estrutura de carne e sangue. Afinal, é da alma, da essência, da honra, da condição sine qua non, vicissitudes para se manter vivo. E o pior, são as narrativas jocosas, adestradas por risos sarcásticos, atitudes marginais baseadas na mais pura convicção que acima de tudo é uma ordem: nenhum segundo de paz.
Processos psicossomáticos matizados pelo ódio, porque a ordem é matar de maneira invisível, porém tem que ser indestrutível, não pode ficar nada , não há destino final de resíduos humanos que caibam tanta rigidez para se aniquilar o ser humano, me parece que essa arma mortífera tem aumentado sem ser vista, matado sem provas, feito vítimas no silêncio. A meta é enlouquecer o ser humano, torná-lo absolutamente nada e simplesmente nada, mas esse é um objetivo a ser alcançado em rede.
Fito nos arquétipos de demolição invisível, há um lugar seguro para abrigar os homicidas da alma. Agem abertamente, mas ninguém pode repudiar, agem distintivamente, mas não há preconceitos, há inserção social, mas ninguém pode evitar as vilis concupiscências porque vangloriados de convicções, tem que se respeitar. O acesso desse tipo de ataque é livre, e para poder escapar precisa olhar para o céu e acreditar que Deus ainda detém o controle do Universo.
Kamikazes ávidos, ousam tripudiar e avançar de qualquer forma. O campo de atuação é imaterial, virtual, acessível e previsível é preciso ser forte, ter fé e acreditar no amanhã. Em tudo há tempo determinado debaixo desse céu, já está escrito no Livro Sagrado.
Enquanto, o fim das coisas não chega, é preciso meditar que um segundo de paz custa uma vida, um segundo de paz custa vidas de famílias inteiras, um segundo de paz pode fazer toda a diferença quando o que podia ser o fim seria apenas o começo. Há tempo, para se mudar os rumos e reconstruir sem ressentimentos.
O Príncipe da Paz ainda está no comando de tudo, a última palavra ainda vem de Deus. Sigamos genuflexa ao infinito!