O QUE DISSERAM AS URNAS

Sobre o que disseram as urnas no último domingo, em resumo, podemos afirmar o seguinte: Temos um país bem dividido, ou seja, a polarização ganhou força através da manifestação do voto. Nos debates que se seguirão a partir de agora, digamos assim, teremos uma espécie de “terceiro turno” nas eleições de 2022. Claro, já temos um vencedor que é o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que reconquista o cargo, porém o palanque seguirá armado por um longo tempo.

Digo isso apesar da fala inicial do candidato eleito após a confirmação nas urnas quando pregou um governo sem olhar cores partidárias para, segundo Lula, reconstruir o país. Evidente que naquela fala existiu muita falácia, ou seja, não se concretiza na prática. Por tudo isso é que acreditamos no “terceiro turno” dado ao fortalecimento da polarização que levou ao país extremamente dividido diante da vitória apertada, inclusive com a maioria caindo entre o primeiro e segundo turno.


QUESTÃO DA GOVERNABILIDADE

A partir de janeiro a nova pauta nessa polarização será a questão da governabilidade do governo Lula. Como se sabe o grupo liderado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) fez a maioria entre os deputados federais e senadores. Isso pode dificultar o encaminhando das propostas do presidente quando tiver que passar pelo crivo das duas casas. E sabemos que no sistema, embora presidencialista, o legislativo no Brasil quando quer é muito forte.

Evidente que nem todos os eleitos para a Câmara e Senado que estiveram ao lado do atual presidente irão permanecer. Existem aqueles que querem sempre ficar perto do poder. A questão agora é saber se o número da debandada oportunista será o suficiente para retirar a maioria da futura oposição. Certamente o presidente eleito fará de tudo para atrair o apoio que lhe dará base de sustentação no Congresso Nacional. O jogo é duro.

RESPEITO A CONSTITUIÇÃO

Não é segredo para ninguém o comportamento inadequado de setores do judiciário que esteve trabalhando em torno das eleições de 2022. Aqueles que detêm a missão de cuidar da Constituição e proteger o respeito às leis, andaram pisando feio na bola. Torçamos então para que o respeito a Carta Magna seja restabelecido, como por exemplo a independência e harmonia entre os poderes executivo, legislativo e judiciário.

Tivemos absurdos de atropelos a legislação eleitoral com a mudança de regras em pleno andamento da eleição quando, é sabido, que qualquer alteração agora não poderia valer para o pleito atual. A mudança até pode acontecer, porém precisaria de um ano para entrar em vigor. Resta saber as reais intenções de tamanho absurdo, embora alguns argumentos que não convencem, tenham sido lançados no sentido de defender as alterações praticadas.

PERDER OU GANHAR

A disputa por um cargo eletivo é um jogo que não pode ter empate, sempre haverá um vencedor e quem se envolve no embate já sabe muito bem disso. Após computarem as urnas, vida que segue com a responsabilidade do vencedor em cumprir as promessas de campanha e ao perdedor, se interessar, se organizar para fazer uma oposição responsável. Esse é o trivial e não existe aqui nenhuma invenção da roda.

Agora, repito, perder uma eleição faz parte do jogo, porém o que não se pode perder é a democracia em uma eleição. Não lembro o nome do comentarista que fez essa feliz observação em uma rádio de São Paulo, a Jovem Pan, mas considero como muito importante. Os absurdos cometidos por aqueles que deveriam ser exemplo, podem repercutir nesse período pós-eleitoral.

FUTURO CANDIDATO

Os fatos vão surgindo em velocidade máxima e, ainda envolto ao clima das eleições 2022, já existem projeções para 2026, isso em relação a escolha do próximo Presidente da República. E não é exagero tratar do tema agora tomando como base o resultado da eleição, por exemplo, para Governador. Posso citar como base para esse tipo de comentário a eleição de Tarcísio de Freitas (Republicanos) novo governador de São Paulo.

Pela sua importância no contexto nacional, em todos os aspectos, o estado de São Paulo tem essa particularidade, o governador eleito se torna um potencial candidato à presidência da República. Ele derrotou Fernando Haddad (PT) com 12.576.778 votos (55,34% dos votos válidos), contra 10.148.696 votos (44,66% dos válidos) do seu opositor. Independentemente da posição que venha tomar no próximo pleito o atual presidente Jair Bolsonaro, o governante paulista entra na cena para definir quem concorre.

PERNAMBUCANO ÍDOLO NO RN

Jogava com elegância e chamava a bola de você. Assim era o ex-jogador Alberi, natural de Pernambuco e ídolo no futebol do Rio Grande do Norte que, infelizmente, aos 77 anos, faleceu em Natal na sexta-feira, 28. O chamado eterno camisa 10 do ABC, time que defendeu em maior parte de sua carreira, também tem uma passagem pelo futebol mossoroense onde defendeu o Baraúnas. Mesmo com a idade considerada avançada para o futebol ele conseguiu cumprir, como sempre, o seu papel em campo vestindo a camisa tricolor.

Mas, no jogo da vida e morte, ele perdeu para as complicações com a diabetes e fez a passagem deixando saudade aos amantes do bom futebol. Mesmo que você estivesse torcendo contra o time defendido por Alberi, dava gosto vê-lo em campo pela excelência do seu futebol. Sempre de cabeça erguida não precisava olhar muito onde estava a bola, pois dos seus pés era certeza sair uma bela jogada. O futebol perdeu qualidade com sua aposentadoria e agora fica órfão com sua morte.

MENSAGEM

“Muitas vezes é a falta de caráter que decide uma partida. Não se faz literatura, política e futebol com bons sentimentos”.

Nelson Rodrigues

ELIMINATÓRIAS DA COPA DO NORDESTE

A bola segue rolando na segunda divisão do estadual no Rio Grande do Norte e, paralelamente, já tem decisões tomadas em relação a Copa do Nordeste de 2023. A novidade para o futebol norte-rio-grandense são as presenças de Potiguar de Mossoró e América de Natal na fase eliminatória do certame regional, também conhecido como a “Lampions League”.

De acordo com o regulamento a Eliminatórias serão disputadas em duas fases e em jogos únicos. Nos dias 5 e 8 de janeiro, dezesseis equipes entrarão em campo em busca de quatro vagas para a fase de grupos. O desafio do Potiguar será contra o CSA em Alagoas no dia 5 de janeiro. Já o América encara o Moto Club na mesma data. Essa partida contra o time maranhense será realizada em Natal. O mando de campo foi definido pelo ranking da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).

FLAMENGO RUMO AO MUNDIAL

Um título por semana. Assim tem sido a rotina do Flamengo que primeiro conquistou a Copa do Brasil e na sequência a Copa Libertadores da América. Tudo dentro do projeto de hegemonia do clube carioca que definiu como meta chegar a decisão de todas as competições que participar. O único que saiu do controle foi o Campeonato Brasileiro devido a um começo ruim quando não era boa a relação entre jogadores e o então treinador português Paulo Sousa.

Como a saída de Paulo Sousa e a chegada de Dorival Júnior, o elenco que sofreu poucas alterações, resolveu jogar e as vitórias foram surgindo e os títulos sendo conquistados. A meta do rubro-negro agora é o mês de janeiro quando mais uma vez disputará o mundial de clubes. Em previsão otimista do seu torcedor, o Flamengo poderá fazer a final contra o Real Madrid.

CONVOCAÇÃO DA SELEÇÃO

Mais uma folhinha do calendário da Seleção Brasileira de futebol masculino, rumo ao mundial, será arrancada. Tudo acontecerá na próxima segunda-feira, dia 7 de novembro, às 13:00 (horário de Brasília), quando o treinador Tite concederá entrevista coletiva no Rio de Janeiro, na sede da CBF. Na oportunidade ele anuncia oficialmente a lista com o nome dos 26 convocados.

Após a lista fechada e anunciada, é cruzar os dedos e seguir rumo ao Qatar onde a bola rola a partir do dia 20 de novembro. Antes a seleção do Brasil passará um período na Itália para a sua fase final de preparação. Essa fase diz respeito ao período dos amistosos e agora a reunião definitiva do grupo até, quem sabe, o dia da decisão na busca do sonhado hexa.


DICA LEGAL – EMENDA CONSTITUCIONAL

A eleição que foi concluída, em relação ao voto, no domingo 30 de outubro, foi carregada de denúncias, principalmente no segundo turno, até mesmo contra o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Para alguns dos envolvidos no processo, ministros desse tribunal andaram tomando decisões que teriam mudado as regras do jogo em pleno andamento o que, legalmente, não seria permitido.

Nesse sentido, a título de esclarecimento e sem tomar partido por nenhum dos lados, vamos deixar aqui o que diz a legislação sobre o tema. Vamos então recorrer a Emenda Constitucional nº 4, de 14 de setembro 1993. Em artigo único essa emenda deu nova redação ao artigo 16 da Constituição Federal de 1988. Ela trata justamente de quando uma lei eleitoral entra em vigor. A nova redação diz que, “A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até um ano da data de sua vigência.”

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