CRÔNICA

O COMÉRCIO NA MÁRIO NEGÓCIO

Ao fim da década 1950 e por toda a década seguinte a Rua Mário Negócio tinha piso de paralelepípedo e era um misto de rua comercial e residencial. A parte comercial dominava o quarteirão próximo à Praça Otávio Lamartine, vizinhanças do Mercado Central. Os estabelecimentos ali instalados eram importantes referências no abastecimento da cidade de então, principalmente de cereais e utilidades do lar, objetos de cutelaria, artigos de alumínio, louças etc (não incluía eletrônicos).

Na esquina com a praça a Casa Santa Terezinha, loja de tecidos com a particularidade de os proprietários (Seu Malaquias e esposa) sempre estarem presentes no atendimento aos clientes. Em frente, na confluência com a Rua Meira e Sá, o armazém do Seu João Moraes. Guardadas as devidas proporções, era o que chegava mais próximo do futuro supermercado, pela variedade de artigos. Do lado da loja de tecidos seguiam-se o comércio de Manoel Vicente Ferreira (Manoel de Doca), a Padaria Oriental, de Érico Lima Ferreira (Eli Apolinário) e mais uns dois pontos comerciais (um deles seria futuramente o Caldo de Cana de Matias) até chegar no estabelecimento de Raimundo Marques, separado do de Zé Milton apenas por pequeno intervalo que ligava a Mário Negócio com a Francisco Peregrino. Colado com Zé Milton estava Edinor Mendes. Todos esses (menos a padaria e o caldo de cana, por óbvio) eram especializados na venda do que se chamava de “secos e molhados”.

Pelo outro lado, a sequência após a esquina incluía a lanchonete de Mafaldo e o Café Zé de Amélia. Aquela destacava-se pelos refrescos, especialmente de maracujá, assim como bolos e pastéis. Este, tinha nos cafés a principal dobradinha para o bolo. Depois vinha um pequeno restaurante popular e o Armazém de Elias Morais, com a frente para a Mário Negócio e a lateral olhando para a lateral do Clube Ipiranga. A concentração comercial da rua completava-se com a Sapataria São Francisco, de Pedro Agostinho, ao lado de Edinor Mendes e de frente para o Ipiranga. Embora, lá no final do logradouro, em meio às residências, existisse a tradicional Serraria de Otávio e, já no meio dos anos 60, a Padaria Sami seria aberta na esquina com a Rua Quintino Bocaiuva.

Esse comércio, como o de toda área próxima, era exclusivamente diurno, das primeiras horas da manhã ao final da tarde. Dali em direção a todos os bairros da cidade era comum vê-se o movimento de pessoas, a pé, carregando suas bolsas (sacolas) feitas de palha de carnaúba, repletas dos artigos que iam completar suas cozinhas e abastecer suas despensas.

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