CRÔNICA

NATAL CINEMA

O Cinema Royal, da antiguidade natalense, na Rua Ulisses Caldas, deixou seu nome associado a uma música de qualidade universal, a bela valsa Royal Cinema, de autoria do músico de seridoense Tonheca Dantas. Conta a tradição que ele compôs a música na calçada do Café Magestic, reduto boêmio da época, que ficava próximo, na mesma rua, mais precisamente na esquina com a Vigário Bartolomeu. Há até a versão de que a partitura teria sido escrita em um guardanapo.

Depois dele a capital teve muitos cinemas, a maioria na região central e Alecrim, mas, também, nas Rocas e nas Quintas. No centro, o Rex ficava na Av. Rio Branco. Com seu fechamento o local foi ocupado por uma loja das Casas Pernambucanas e, depois, vários estabelecimentos do ramo de eletrodomésticos passaram por lá. O Cine Nordeste, no trecho da João Pessoa entre a Rio Branco e a Praça Padre João Maria dividia o prédio com a rádio do mesmo nome. A entrada da rádio era ao lado, Rua Gonçalves Ledo, continuidade do Beco da Lama. O prédio, onde depois funcionaram algumas lojas, hoje ostenta um ar de decadência que, de resto, é comum naqueles arredores. O Rio Grande tinha uma entrada que envolvia o ângulo formado pela Av. Deodoro e Rua Assu. Era o cinema que geralmente exibia as melhores produções, aqueles filmes que chegavam com fama de grande bilheteria. No Alecrim o Cine Olde funcionou por muito tempo em prédio anexo e pertencente à Paróquia de São Pedro. Ali próximo houvera, antes, o Cine São Pedro. O local do Cinema São Luiz, também no Alecrim, é ocupado por uma agência do Banco do Brasil desde que o cinema foi extinto. O bairro ainda teve o Cine São Sebastião, na Avenida 10, que na época tinha (a avenida) piso de areia, aliás, muita areia. O cinema das Rocas era o Cine Panorama. Especializou-se, nos últimos anos de existência, na exibição de pornochanchadas que tinha, então, público garantido. Hoje o local está fechado. Nas Quintas, ao lado do mercado, o prédio de três portas da Rua Pedro Novoa, ao lado do mercado, era a casa do Cine Teatro São José.

Ao contrário do que ocorre hoje, esses cinemas não pertenciam a grandes cadeias de exibidores nacionais ou multinacionais. A população identificava o Rio Grande com o empresário local Moacyr Maia, o Nordeste com Luiz de Barros, também dono do Rex que, segundo Dorian Jorge Freire, já pertencera ao mossoroense Xixico Couto. Das reminiscências de Alex Medeiros, nas páginas da Tribuna do Norte, fica-se sabendo que o Sr. Erivan Avelino era  o dono do cinema das Quintas.

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