OPORTUNIDADE

Moradores de comunidades quilombolas visitam UFERSA e participam de debate sobre racismo

Aos 87 anos, dona Auzerina Alves Ribeiro visitou uma universidade pela primeira vez na tarde da última quarta-feira, dia 27 de julho. A viagem de pouco mais de duas horas foi feita em um ônibus que partiu da comunidade do Arrojado, localizado no município de Portalegre (RN), rumo ao campus Leste da UFERSA de Mossoró. Junto com alguns moradores da comunidade do Pêga, dona Auzerina veio participar do Cine Debate que exibiu o documentário Solo Negro. O material, que reúne depoimentos dela e de outros remanescentes de quilombolas, motivou a realização de um Cine Debate promovido pela Coodenação Geral de Ações Afirmativas, Diversidade e Inclusão Social (Caadis).

“Eu não tenho o costume de sair pra canto nenhum, mas foi só chegar para ver um rapaz que foi lá na minha casa”, contou ela, lembrando da visita feita pela equipe de Comunicação da universidade em novembro de 2021. O resultado de três dias de imersão no cotidiano das duas comunidades foi um filme de 28 minutos que retrata diferentes aspectos da história passada e presente dos moradores. Nesta quarta, estudantes, professores e moradores de Portalegre se reuniram para uma exibição do documentário e um debate sobre o tema “Desafios da Igualdade racial: um longo combate”.

O evento foi realizado no auditório Amâncio Ramalho e teve como debatedores o Secretário Nacional da Igualdade Racial, Paulo Roberto; os docentes Ady Canário e Carmelindo Rodrigues; e o servidor Jeferson Santos. No início da programação, o coordenador do setor de Comunicação da UFERSA, Passos Júnior, ressaltou o papel de Solo Negro na promoção da visibilidade da população negra. “Foi um trabalho muito gratificante para toda a equipe e que já está sendo bem reconhecido”, afirmou. “Esse filme traz a questão da desvalorização histórica da população negra, presente até hoje na nossa sociedade, mas mostra também as perspectivas de melhoria e o papel da universidade na vida desses jovens quilombolas que conseguem o acesso ao ensino superior”.

Presente ao evento, a reitora da UFERSA, professora Ludimilla Oliveira, ressaltou a importância do debate sobre racismo no momento em quem a universidade inicia as atividades do semestre 2022.1. “Nós estamos realmente em um divisor de águas, porque esse é um semestre que começa de forma totalmente presencial, então não podia ser diferente”, afirmou a reitora. “Nós tínhamos que falar das nossas raízes e do nosso povo porque nós temos orgulho de fazer parte dessa história também”.

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