Cortes de Bolsonaro adiam início de aulas
Mestrados Profissionais em História e Biologia, oferecidos em rede em todo o país, estão sendo afetados pela medida
A política de contenção de gastos com a educação, promovida pelo governo do presidente Jair Bolsonaro, começa a trazer más consequências para os programas de pós-graduações das universidades brasileiras.
Em setembro, a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), órgão do Ministério da Educação (MEC) responsável pela politica de capacitação na área de pós-graduação, anunciou o corte de 5.613 bolsas de mestrado, doutorado e pós-doutorado. A pretensão do governo, com os cortes, é economizar R$ 37,8 milhões.
Essa “economia” já esta impactando negativamente. O Programa de Pós-Graduação em Ensino de História (PROFHISTÓRIA), por exemplo, anunciou que está adiando o início das aulas do semestre 2020.1, cujas aulas iriam iniciar em março próximo.
A coordenação nacional do PROFHISTÓRIA divulgou nota pública informando sobre o assunto e justificando que o adiamento está se dando por conta da política de contingenciamento e economia de recursos que vem sendo posto em prática pelas Capes.
“Devido a novas diretrizes da área orçamentária e financeira da Capes, comunicamos o adiamento do início do Curso para o mês de agosto de 2020. As matrículas agendadas para os dias 3 a 13 de dezembro estão suspensas”, informa a coordenação do PROFHISTÓRIA na nota, acrescentando que “um novo calendário para a matrícula dos classificados nesta Seleção será divulgado no primeiro semestre de 2020” e ressaltou “que as atividades das turmas iniciadas em 2018 e 2019 estão mantidas regularmente”.
O PROFHISÓRIA é um programa de pós-graduação stricto sensu em Ensino de História, reconhecido pela CAPES e que visa à formação continuada do docente em História que atua na Educação Básica, propiciando qualificação certificada para o exercício da profissão. Trata-se de um curso presencial, com oferta simultânea nacional, coordenado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e com unidades em 26 universidades públicas.
Em solo potiguar, a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) já tem turmas em funcionamento, e a Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN) passou a integrar a rede este ano. Sua primeira turma, que iniciaria em março, terá aulas a partir de agosto, por conta no corte de bolsas feito pelo governo Bolsonaro. A UERN ofertou 18 vagas. Somente no PROFHISTÓRIA, cerca de 500 alunos estão sendo prejudicados. Outros programas também foram atingidos pelo corte nas bolsas, como o Mestrado Profissional em Biologia (PROFBIO) oferecido em rede, a exemplo do PROFHISTORIA.
Com o adiamento, as matrículas, que seriam realizadas no período de 3 a 13 de dezembro, serão realizadas no primeiro semestre de 2020, em novo cronograma a ser anunciado posteriormente pela coordenação nacional do PROFHISTORIA.