Experiência, competência e conhecimento de causa. Esses três pontos podem definir a administração do atual Secretário de Agricultura de Mossoró, Faviano Moreira. Veterinário com mestrado e doutorado no setor, o secretário vem sendo responsável por promover uma verdadeira transformação na zona rural do município. Com uma trajetória pessoal construída no campo, Faviano vem mostrando a importância de conhecer de perto os potenciais, as dificuldades e as necessidades do setor. Na Conversa da Semana deste sábado (10) de setembro de 2022, do Portal do RN, o secretário municipal de Agricultura vai contar um pouco da sua administração e expor um breve resumo das principais mudanças e melhorias pelas quais vem passando a zona rural da maior cidade do interior do Rio Grande do Norte.
PORTAL DO RN – Faviano, como é que começa a sua história como Secretário de Agricultura de Mossoró?
FAVIANO MOREIRA – A minha história aqui na Secretaria de Agricultura começa com o convite que recebi do prefeito Allyson para assumir a administração da pasta. Era final de outubro para o começo de novembro de 2020 quando eu recebi o convite e tivemos algumas conversas que tinham como objetivo identificar quais eram as necessidades e prioridades na zona rural de Mossoró. Falar da zona rural foi fácil porque sempre trabalhei no setor pela EMATER e ASCCOM, sempre em contato com o homem do campo vendo tudo de perto, sou mossoroense e minhas raízes também estão na zona rural de Mossoró.
PRN – Como conhecedor da zona rural de Mossoró o que o senhor aponta como sendo a principal dificuldade encontrada na sua gestão e enfrentada pelas famílias que vivem e sobrevivem do trabalho no campo?
FM – Notadamente a parte de água sempre foi um grande problema para as famílias e para os produtores na zona rural. A falta de estrutura e de organização do setor hídrico estava entre os grandes entraves. Porém, começamos um trabalho desenvolvido por equipes comprometidas em solucionar essas dificuldades levando soluções técnicas, estrutura física, capacitação, orientação e atenção ao homem do campo. Hoje, apesar de ainda existir muito a se fazer, o cenário na zona rural de Mossoró vem apresentando melhorias e garantindo dignidade aos moradores e trabalhadores rurais.
A missão que nos foi designada é a de melhorar a qualidade de vida do homem do campo. Então todo projeto, toda estratégia que sentamos para discutir, tem como base a nossa missão.
PRN – Na prática, como essas soluções técnicas estão sendo levadas a zona rural?
FM – A partir do diagnóstico que fizemos sobre as principais dificuldades no campo começamos a desenvolver projetos em busca de políticas públicas que viessem a favorecer o setor. Nós percebemos que da porteira para dentro estava precisando de consultoria técnica e a partir do momento que estou da Porteira para fora na parte administrativa como secretário, estamos buscando meios de levar as soluções aos problemas. Precisamos destacar também que a SEADRU não conseguiria executar os projetos sem a parceria com as outras secretarias do município e acredito que essa união de esforços é também um grande diferencial para que a melhoria na qualidade de vida chegue ao setor rural.
PRN – A partir do momento que o senhor assumiu a SEADRU, buscando levar melhorias para o homem do campo, é possível fazer um levantamento de como era antes da sua administração e como está hoje?
FM – Temos sim. A zona rural de Mossoró é formada por 137 comunidades com mais de 25 mil pessoas que residem e sobrevivem do trabalho no campo. Hoje, com o trabalho que está sendo feito na nossa gestão, mantidos pela Prefeitura de Mossoró, 60 poços e cerca de 50 dessalinizadores estão funcionando e garantindo água de qualidade para as famílias. Nós realizamos rotineiramente serviços de recuperação de dessalinizadores que estavam inoperantes, há um ano, dois anos mais ou menos e isso representa um prejuízo muito grande para uma comunidade que não tem água. Fizemos algumas pequenas adutoras como por exemplo, na Vila Vintém – Alagoinha que leva água para o Assentamento Independência.
A adutora de Passagem de Pedras vai permitir que a população que reside nessa comunidade e comunidades vizinhas tenham água em casa saindo das torneiras.
PRN – Como a introdução desse novo sistema de administração como senhor define a situação na zona rural hoje em relação a gestão passada?
FM – Na verdade a zona rural estava pouco assistida e a partir do momento que a SEADRU fez um planejamento, definiu prioridades, realizamos reuniões em todos os polos, fizemos as linhas de ações e definimos o que podia ser solucionado a curto, médio e longo prazo já começamos a mudar a realidade do setor. As ações de curto prazo nós estamos conseguindo executar com celeridade e hoje o sistema que adotamos para garantir o funcionamento de um dessalinizador ou de um poço, por exemplo, garante uma ação rápida que muitas vezes a população sequer percebe que o sistema parou de funcionar por algum tempo. Nós temos um sistema que permite a existência de bombas reservas e equipes preparadas para atuar em qualquer dia e horário para atender a zona rural. Essa agilidade no serviço conta também com a parceria da comunidade que mantém um canal de comunicação com a SEADRU informando sobre os problemas e esse é também um dos pontos que permite a agilidade na resolução de problemas.
PRN – com relação as obras maiores que necessitam de um prazo mais longo para serem concretizadas, tem alguma em andamento que o senhor poderia citar?
FM – Nós estamos com um grande projeto que está em fase final de elaboração que é a adutora de Passagem de Pedras, esse é um projeto que está sendo desenvolvido em parceria com a Petrobrás e que deverá ter início agora do final de setembro para início de outubro. A adutora vai permitir que a população que reside nessa comunidade e comunidades vizinhas tenham água em casa saindo das torneiras. Hoje, Passagem de Pedras é abastecida por 90 carros pipas por semana. O nosso objetivo com esse projeto é garantir que a comunidade seja autossuficiente no tocante a água e todas as etapas do projeto estão sendo repassadas para a comunidade como forma de tornar a nossa administração transparente. A nossa previsão é que já no início de 2023 a adutora de Passagem de Pedras esteja em pleno funcionamento.
Hoje, apesar de ainda existir muito a se fazer, o cenário na zona rural de Mossoró vem apresentando melhorias e garantindo dignidade aos moradores e trabalhadores rurais.
PRN – O senhor fala que a SEADRU tem uma equipe técnica preparada para atuar em qualquer dia e horário a serviço da zona rural, como foi montada a equipe da Secretaria de Agricultura?
FM – Essa equipe foi montada em parceria com o prefeito Allyson, nós levamos até ele nomes de profissionais que já conhecíamos o trabalho e fomos montando o quadro. Um ponto importante na montagem da equipe foi que procuramos servidores que residissem na zona rural. Eu tenho servidores aqui que moram na Maísa, PA Cabelo de Nêgo, PA Boa Fé e são pessoas que já executavam trabalhos com produtores. Nós não só temos servidores que conhecem a zona rural, mas que vivem na zona rural e esse conhecimento de causa facilita que eles nos tragam demandas que realmente são problemas reais das comunidades.
PRN – A SEADRU vem se destacando na realização de grandes eventos do setor produtivo local, como a Festa do Bode, retomada neste ano após dois anos sem acontecer devido a pandemia da Covid-19 e a Largada da Safra do Melão, criada na sua gestão que teve a segunda edição realizada no dia 1º deste mês, qual a sua avaliação com relação ao sucesso desses dois eventos promovidos pela sua secretaria?
FM – Os dois eventos são promovidos em parceria com os produtores em diversas áres. A festa do Bode, por exemplo, que já é um evento que faz parte da Secretaria de Agricultura, eu já conhecia e sempre participei só que antes de ser secretário a minha participação era de dentro dos currais. Eu fazia parte da ASCCOM e, portanto, conhecia de perto todo o funcionamento da festa. Esse conhecimento me garantiu o privilégio de identificar melhor o que podia ser melhorado. Neste ano, do lado de fora dos currais, como secretário, nós tivemos uma Festa do Bode que garantiu a maior premiação para os competidores em 22 anos de existência do evento. Foi também o ano que teve a maior estrutura física, um trabalho de organização e segurança que rendeu a satisfação tanto dos produtores e comerciantes como também do público visitante. Já a Largada da Safra do Melão, é um evento novo que criamos na nossa gestão. Recebemos a demanda dos produtores de melão, fizemos no primeiro ano um ensaio e nessa segunda edição foi um evento bem maior com uma estrutura montada para a fruticultura irrigada, em especial o melão. O evento foi promovido em parceria com o SEBRAE, COEX e UFERSA. A Largada da Safra do Melão marca o início da colheita da fruta que vai movimentar, segundo divulgação do COEX, cerca de R$ 1 bilhão na economia local. O sucesso dos dois eventos é uma prova que nós estamos conseguindo trabalhar com o produtor de caprino, ovino, agricultor familiar e com o grande produtor do setor de fruticultura irrigada, que produz a nível de exportação, com o mesmo padrão de qualidade e de atenção.
PRN – Secretário, como o senhor descreve o Faviano antes e depois de assumir o comando da SEADRU?
FM – Com mais cabelos brancos. Hoje eu consigo compreender, com a visão de secretário a grande importância do trabalho desenvolvido pela Secretaria de Agricultura. Eu consigo enxergar de forma ainda mais clara que o trabalho em parceria com o produtor, com as associações, instituições e com as outras secretarias não é apenas importante, é essencial.
A missão que assumimos à frente da secretaria, de levar bem-estar ao homem do campo, é uma tarefa cotidiana que nos comprometemos em executar 365 dias do ano.
PRN – Secretário fique à vontade para fazer suas considerações finais.
FM – O nosso trabalho aqui na secretaria foi planejado com base em objetivos, valores e missão. E a missão que nos foi designada é a de melhorar a qualidade de vida do homem do campo. Então todo projeto, toda estratégia que sentamos para discutir, tem como base a nossa missão. É assim que estamos trabalhando. Mossoró é o maior município do interior do estado e, embora não pareça, apresenta realidades muito distintas na zona rural. Temos produtores de camarão em um setor, produção de melão em outro, cultivo de hortaliças em outro extremo e grandes produtores de leite de vaca. São atividades muito diversas e nós aqui da SEADRU procuramos trabalhar com essa polivalência com uma equipe também polivalente. A missão que assumimos à frente da secretaria, de levar bem-estar ao homem do campo, é uma tarefa cotidiana que nos comprometemos em executar 365 dias do ano.
