Entrevista

Conversa da Semana com Cicília Maia

A professora Cicília Raquel Maia Leite, do Departamento de Informática (DI) da Faculdade de Ciências Exatas e Naturais (FANAT) da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN) está com seu nome posto entre os pré-candidatos à Reitoria da UERN. Além dos desafios de uma disputa eleitoral, Cicília tem á frente um outro grande obstáculo: superar o predomínio masculino nas disputas políticas na instituição. Durante toda sua existência de mais de meio século, a UERN só teve duas mulheres em seu comando, sendo que a última vez que isso aconteceu foi a quase 20 anos. Esse é um dos temas abordados por Cicília Maia nessa Conversa da Semana, na qual ela discorre sobre outros temas importantes para a UERN e revela sobre o que esperar do processo eleitoral.

Por Márcio Alexandre

PORTAL DO RN – A senhora é professora da UERN há um bom tempo, está na atual gestão, com um bom conhecimento sobre os processos e projetos que se desenvolvem na Universidade. O que a senhora aponta como questões positivas na UERN?

CICÍLIA MAIA – Antes de responder a essa pergunta gostaria de dizer que sou egressa da UERN. Então a minha vivência com essa universidade é muito grande, principalmente porque tenho minha vida transformada através dessa universidade. É com muita gratidão que participo dessa universidade, de forma muito intensa e feliz porque eu sei que posso retornar um pouco para a casa que valorizou toda a minha trajetória. Eu vejo muitos pontos positivos em relação à nossa universidade. Nós crescemos muito em relação à assistência estudantil. Nós ampliamos muito o número de bolsas, de auxílio, de possibilidades de residência universitária. Hoje, em todos os nossos campi nós temos residência universitária e naqueles luares onde a universidade está presente e não temos residência temos auxílio-moradia, tudo isso propiciando que o aluno possa permanecer cada vez mais em nossa universidade. Temo ainda o Restaurante Popular dentro do Campus Central, que foi uma conquista, e também no Campus Avançado de Patu, e hoje nossa busca é para ampliar esse serviço para outros campi. Então temos esse crescimento da assistência estudantil, e também eu não poderia deixar de reforçar a ampliação dos nossos programas de pós-graduação; não poderia também de deixar de destacar a qualidade que nossos cursos de graduação tem, conforme atestam os indicadores do Enade (Exame Nacional de Desempenho do Estudante) e CPC (Conceito Preliminar de Curso), e de forma geral, temos nossa instituição recredenciada. Não poderia deixar de pontuar que temos um quadro de servidores altamente qualificado. E nesse ponto vou fazer uma ressalva bem especial nesse sentido, principalmente porque a gente acredita que a universidade é o que ela é graças aos nossos servidores, tanto aqueles que já passaram por ela quanto os que compõem o nosso quadro de servidores ativos. Eles são um alicerce fundamental para o desenvolvimento das atividades e fazendo com que a universidade consiga cada vez mais transformar vidas, realizar sonhos e, de certa forma, ajudar muito ao desenvolvimento do Estado do Rio Grande do Norte e quiçá do Brasil, e quiçá do mundo.

PRN – A gente está há quase um ano com as atividades presenciais da universidade paralisadas por conta da pandemia. O que foi possível continuar sendo feito pela universidade, com qualidade, apesar desse contexto todo de dificuldades?

CM – Olha nós conseguimos resultados expressivos e eu sempre coloco a seguinte pergunta: se não tivéssemos as instituições, sobretudo as instituições públicas, como é que o Brasil estaria nesse momento? Nós suspendemos nossas atividades em 15 de março de 2020, praticamente vai fazer aí um ano e a gente consegue ver em todas as áreas da sociedade. E através de que? Através do ensino, da pesquisa e da extensão. E só para você ter uma ideia, nós conseguimos levar inúmeras ações de extensão para nossa comunidade. E aí vem a combinação com a área da saúde e não tem como não citar o trabalho da Faculdade de Enfermagem (FAEN), não tem como não reforçar o trabalho dos cursos de Enfermagem aonde existem nos nossos campi avançados, não tem como não reforçar o trabalho da Faculdade de Ciências da Saúde (FACS), através do seu curso de Medicina, através de seus profissionais.

PRN – O que foi fundamental para que a UERN decidisse, há quase um ano, suspender suas atividades presenciais?

CM – Só para recapitular aqui, a UERN foi a primeira instituição que suspendeu as atividades e por convicção. E qual convicção? Nós temos um quantitativo populacional muito grande nas nossas unidades, nos nossos espaços, e a gente viu que naquele momento que se a gente continuasse com atividades presenciais nós poderíamos ser porta de entrada e de saída e, consequentemente de disseminação do vírus. E naquela oportunidade nós estávamos já com a professora Raquel – nossa reitora em exercício – e ela por ser da área da saúde tem toda uma vinculação com a área e sabe que por ter aquele quantitativo populacional muito grande poderia prejudicar e disseminar bastante o vírus. Vou falar do campus de Mossoró. Nós temos ali uma população circulando, no turno da manhã, de cerca de 3 mil pessoas, de várias cidades, de outros Estados. Então da mesma forma que eles poderiam trazer o vírus através do transporte público, através do seu carro, eles poderiam também levar para suas cidades. A decisão foi extremamente acertada e continuamos com a mesma convicção e voltaremos presencialmente quanto estivermos vacinados e quando a gente puder garantir a segurança para nossa comunidade.

PRN – A pandemia ainda vai demorar a ir embora de forma definitiva. Qual o papel da universidade na lenta e gradual retomada da normalidade?

CM – Continuar principalmente ajudando nas pesquisas científicas e complementando a questão anterior, tivemos inúmeras parcerias de pesquisas com outros institutos, com outros centros universitários, com outras universidades e fica   ali a gente sempre na busca desse intercâmbio de conhecimento com outras instituições, cada uma trazendo sua expertise, trazendo sua infraestrutura, cada um podendo dar o melhor de si. Então, temos diversas pesquisas sendo realizadas nesse momento, num momento de pandemia, e com certeza vai continuar, muitas coisas da pandemia a gente só vai descobrir com a maturação, quando a gente tiver mais dados compilados. Acredito que a pandemia vai ser alvo de estudo ainda por muito tempo. Nossos programas de pós-graduação estão se voltando para isso também. E eu falo dos programas porque cada um dentro de sua área específica, está trabalhando a temática da pandemia. Não somente na saúde, mas na área da educação, uma área que a gente tem ajudado muito também. Temos levado muitas capacitações, tanto no âmbito da universidade, mas ampliando isso para todo o Estado. Nas nossas capacitações, só para vocês terem uma ideia, temos pessoas de todo Brasil.

PRN – Em relação aos estudantes, qual questão a pandemia deixou mais evidenciada?

CM – Em relação aos estudantes, a gente pode colocar algumas ações que foram estratégicas. Primeiro no temos a questão da imersão tecnológica. Nós criamos uma plataforma, que se chama UERN Conecta e dentro dessa plataforma nós colocamos várias ações, várias iniciativas para que o aluno pudesse se integrar melhor no ambiente remoto. Nessa perspectiva, nós temos o momento de imersão, que termina sendo uma capacitação, um treinamento para os alunos se ambientarem. Temos também a questão de um edital que lançamos semestre passado com mil auxílios no valor de R$ 1 mil. Esse auxílio pode ser utilizado tanto para contratação de serviço de internet quanto para a compra de equipamentos. Então é algo que realmente impactou a vida de pessoas que estão ali precisando de um equipamento, precisando de uma internet e que não tinham condições de adquirir. Isso tudo foi possível através de recursos do FECOPI, uma iniciativa da Universidade juntamente com a Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis. Criamos um serviço, através de uma equipe multidisciplinar de apoio psicossocial, que também está sendo muito acessado por nossos alunos.

PRN – A senhora está colocando o seu nome como opção para as próximas eleições na Universidade. O que a credencia a postular o cargo de reitora?

CM – Primeiramente é uma satisfação o meu nome ser reconhecido como pré-candidata. Obviamente que a gente vem endossado por um grupo de pessoas de nossa comunidade, dizendo que é possível sim nós criarmos novos caminhos, novas alternativas, e aqui vem o meu nome. O que me credencia, acredito que seja minha trajetória nas pró-reitorias, nos setores onde vivi. Também por minha convivência íntima com a universidade, por ser egressa dessa casa e acho também que muito por minha capacidade de diálogo. E nesse aspecto ressalto o momento em que fui da Pró-Reitoria de Recursos Humanos e Assuntos Estudantis (PRORHAE), onde trabalhei com duas pautas bem distintas e imprescindíveis para o funcionamento da instituição, que é a assistência estudantil e nossos servidores técnicos-administrativos. E naquele momento enquanto pró-reitora eu fazia uma defesa do desmembramento da PRORHAE em duas pró-reitorias, uma de Assistência Estudantil e uma de Gestão de Pessoas. Graças a Deus isso foi concretizado. Iniciou-se ali na gestão Pedro/Aldo e foi chancelado na gestão do professor Pedro e da professora Raquel. E eu estava ali nessa defesa, principalmente por entender que são pilares da nossa instituição. Então precisávamos sim de duas pró-reitorias que pensassem em ações e políticas estratégias para esses grupos distintos. E eu faço questão de frisar esse momento porque foi um momento em que aprendi muito com nossa universidade, aprendi muito a escutar as pessoas, principalmente pessoas com problemas de simples a complexos, e a gente sentava e no diálogo, na conversa, conseguíamos resolver. Então essa capacidade de solucionar, de ver que a universidade por ser um órgão público, tem problemas diários, mas que também tem pessoas com capacidade de resolução. Acredito que são algumas características importantes para qualquer gestor público.

PRN – A UERN teve apenas duas mulheres no comando da Reitoria: Maria Gomes chegou em 1973 e, 20 anos depois, em 1993, Nevinha Gurgel.  Há algo que explique esse predomínio masculino?

CM – Acredito que a gente poderia falar num contexto mais global. A predominância das mulheres em altos cargos ainda é mínima e aqui está exatamente uma pessoa com garra, vontade e disposição de ir quebrando isso e de ir defendendo que a mulher pode estar onde ela quiser estar. Acredito que com nossa sensibilidade, com nossa disposição e nossa força de vontade conseguiremos com certeza deixar nossa marca na história da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. Aqui está uma mulher que aprendeu o empoderamento feminino através da mãe, e aprendeu principalmente que a educação era algo que iria transformar a vida da filha dela. Sempre ela passou isso, talvez por ser também educadora, por trabalhar na educação, mas sempre me ensinou que a gente conseguiria ir aonde a gente queria ir e não tem um caminho melhor do que através da educação. A educação emancipa mesmo as pessoas e é assim que acredito e tenho certeza que com essa trajetória que tenho com a universidade, eu posso também impactar, eu posso também entusiasmar, motivar tantas meninas que estão começando uma vida acadêmica. Mas também tenho esse grande objetivo de com minha história eu tentar impactar tantas meninas que muitas vezes em seus ambientes não tiveram a mesma sorte que a minha, de ter uma mãe que conseguiu dizer que eu poderia estar onde quisesse estar.

PRN – Na disputa desse ano, das 3 chapas anunciadas, apenas a da senhora é encabeçada por uma mulher. Isso não chama a atenção?

CM – Isso chama a atenção sim, mas eu acredito que a gente vai fazer a diferença. Nosso compromisso é também de ir buscar a equidade disso em nossa equipe, em nossos espaços. Então fica aqui já um compromisso de que a gente possa olhar cada vez mais e, além de olhar, gerar espaço de discussão para isso, para que isso chegue a mais pessoas, a mais mulheres e que a gente possa deixar a nossa contribuição para a universidade.

PRN – O que a senhora destacaria de proposta mais relevante que pretende apresentar para os professores?

CM – Nós temos alguns projetos macro que a gente precisa concretizar. Vou começar com nossa autonomia financeira. Ela é muito importante e que essa autonomia passe pela questão da valorização da nossa universidade. E quando falo isso, falo em questão de percentual: quanto é que a gente deveria ter enquanto autonomia financeira, principalmente porque temos uma folha de pagamento, nos temos a parte de investimentos, temos uma estrutura que precisa ser reparada. Temos ´n´situações que passam pela questão da autonomia financeira, então esse é um projeto que a gente precisa de fato concretizar. E agora nos temos aí um aceno muito bom, na verdade temos a confirmação de uma governadora que diz a todo mento que quer fazer a autonomia financeira na gestão dela. Então nos temos que aproveitar esse momento, mas acima de tudo nós temos que ter união em nossa comunidade para que essa pauta seja concretizada. Não é o interesse de uma pessoa ou de outra, tem que ser nosso interesse coletivo, e a gente lutar com toda nossa força para a gente concretizar isso nos próximos anos. A governadora nos colocou que 2020 seria o ano para estudo, até porque hoje nós estamos limitados pela Lei 173, mas que em 2022 nó teremos aí se Deus quiser a nossa autonomia financeira. Tem um outro projeto muito importante que passa pela autonomia, algo muito grande também que é nosso Plano de Carreira, Cargos e Salários, que envolve os servidores técnicos-administrativos, envolve docentes. Fica aqui então a nossa missão de fazer com que isso seja concretizado porque a gente precisa demais desse plano aprovado o mais rápido possível. Nós estamos com uma defasagem salarial de década e não temos mais como ficar dessa forma e fica aqui toda a nossa energia para que a gente possa depositar nesses dois grandes projetos. Tem concurso público também que a gente está sempre na luta. Fui a coordenadora geral do último concurso público e sei o quanto aquele concurso foi e continua sendo fundamental para a continuidade dos trabalhos da nossa universidade. Fico me perguntando se a gente não tivesse aquele concurso, como estaria sendo hoje. Graças a Deus tivemos, efetivamos muitas pessoas, e hoje temos um quadro de servidores bem qualificado mas precisamos de mais. Precisamos atualizar esse nosso quadro de servidores. Existem profissionais que nós precisamos até para modernizar nossa estrutura, então é até necessário e urgente que a gente altere essa lei do quadro de servidores. Então são muitas coisas importantes que nos unem. Estou falando aqui mais de projetos macro e de impacto coletivo. Eu poderia também estar falando aqui em questões relativas à pesquisa, pós-graduação e inovação porque a gente precisa avançar muito, principalmente do ponto de vista de levar esse perfil inovador aos nossos cursos, vendo de que forma a gente pode se readaptar a esse novo contexto. São muitos desafios que tenho certeza a gente vai conduzir nos nossos próximos 4 anos. Quero deixar registrado aqui também toda a potencialidade que a universidade já tem, e aí vou falar mais uma vez da nossa plataforma, que a gente tem uma plataforma acadêmica segura. Nós temos nossos cursos reconhecidos, nossa instituição recredenciada, temos uma ampliação da pós-graduação (na última década passamos de 3 para 22 programas, com cursos de mestrado e doutorado), e isso é algo surpreendente, algo que impacta muito. Sã muitas coisas que a gente conseguiu na última década e fica o nosso desejo de fazer muito mais. E eu sei que a gente pode fazer principalmente com o capital intelectual humano que nós temos. Temos servidores muito qualificados, nós temos entre mestres e doutores mais de 90%, então é um quadro técnico muito qualificado. Estou falando também do ponto de vista da qualificação, do ponto de vista da permanência dos professores nas nossas unidades, nós temos ai de 90% de nossos docentes com dedicação exclusiva e é algo que nos deixa muito felizes porque a gente sabe que são pessoas que estão ali dando sua contribuição em tempo integral para a universidade. Mas a gente precisa também pensar em formas de fazer ações, de criar políticas, para a permanência desses professores em nossos ambientes. A gente falou há pouco da permanência estudantil, mas um outro grande desafio que é fazer com que o nosso professor e nosso técnico permaneçam na instituição. E isso perpassa pelos projetos macro que falei, da busca da autonomia, de melhorar nossos salários.

PRN – O que a senhora destacaria de proposta mais relevante que pretende apresentar para os alunos?

CM – Em relação aos alunos nós ascendemos muito em relação á política de assistência estudantil, mas estamos com várias ideias, vários pensamentos sobre outras políticas que pretendemos criar e também ampliação de algumas que já existem, principalmente em relação à permanência. Hoje com essa emenda de bancada nós vamos deixar uma estrutura importante em todos os campi. Existe isso, mas existe também o compromisso com nossos alunos em estar vendo como é que a gente pode aumentar mais tanto os auxílios quanto as bolsas e também de colocação no mercado de trabalho desse profissional que está sendo formado pela universidade. Esse é um compromisso que a gente tem que assumir com nossa comunidade. São tantas ações que a gente precisa porque devemos pensar no aluno que entra, naquele que estar e naquele que está conseguindo seu diploma. São três pontos distintos que precisam de políticas específicas para que a gente possa levar o nome da universidade nos diplomas desses meninos e meninas para a vida toda.

PRN – Já há alguns embates entre os partidários das pré-candidaturas, com discussões girando em torno, por exemplo, do Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI). Como ele se encontra?

CM – O nosso PDI foi construído com a comunidade. Nós temos um Plano de Desenvolvimento Institucional válido, vigendo de 2016 a 2026. Foi muito boa a sua pergunta porque nós estaremos se Deus quiser eleitos, nós estaremos num momento importantíssimo para nossa instituição. Se o PDI tem validade de 2016 a 2026, eu tenho que começar a construção do novo PDI para os próximos 10 anos agora. Não posso deixar para construir em 2026 porque não vai ter tempo, até porque acreditamos em construção coletiva, acreditamos numa gestão participativa, e a gente quer sim desenvolver como foram desenvolvidos os outros PDI´s, a gente quer ter a nossa comunidade ainda mais presente na construção desse PDI por entender que é um instrumento importantíssimo para a execução das atividades da universidade. E eu digo muito que a nossa carta-programa precisa estar espelhada no PDI. Não adianta as pessoas proporem coisas que não estão em consonância com o PDI. Isso não quer dizer que a gente não vai pensar em outras coisas, mas o que está no PDI tem sim que constar na nossa carta-programa. Finalizo dizendo que estaremos num momento decisivo de muita responsabilidade e a gente precisa de muita articulação, de muito diálogo da nossa comunidade para que a gente possa imprimir no PDI de 2026 a 2036, reflexo do que de fato a nossa universidade anseia, almeja. Mas perceba que um planejamento de 10 anos é um planejamento que a gente precisa construir muito bem para que nos próximos 10 anos a gente tenha ai espelhado o que a universidade precisa avançar.

PRN – Que outras questões a senhora espera que pautem o processo eleitoral uerniano?

CM – A professora Cicília e o professor Chico Dantas, pré-candidatos, tem a certeza de que eles vão elevar o nível do debate. Nós entraremos com discussões relacionadas aos projetos macro, porque independente de qualquer composição é muito importante que esses projetos estejam também nas outras cartas-programa porque a universidade que a gente precisa, a universidade que a gente acredita passa por isso. De nossa parte, pode ter certeza que a gente vai buscar dialogar, vai buscar debater pontos que nos engrandeçam. Pontos que são apenas para colocar uma universidade real. Costumo dizer que a gente vai apresentar a universidade real, a universidade onde tem muitas potencialidades, uma universidade que transforma vidas, uma universidade que tem desafios, uma universidade que tem problemas diários, mas que tem que ter pessoas com capacidade de resolução. É nisso que a gente tem que pautar o debate. Não pode apenas a gente colocar a universidade em um caminho que a sociedade ache que ela não tenha valor. Eu não gostaria de ver no debate uma situação de terra arrasada. A UERN tem muitas potencialidades, tem muitos desafios, tem problemas, os problemas vão sempre acontecer, mas que tem que ter pessoas com capacidade de resolução. É isso que vou colocar na minha primeira fala quando estiver com meus colegas candidatos, pré-candidatos, porque realmente a universidade que acredito e a universidade que a gente pode trabalhar no campo das ideias, no campo dos sonhos, mas não no campo das fantasias. Fantasiar de forma alguma. Eu queria muito que o debate fosse para a realidade, e que a gente pudesse, através dele, inclusive um convencer o outro, ver perspectivas que um não está vendo e que a gente pudesse incorporar isso em nossas cartas-programa porque na verdade são pesquisadores, são pessoas que tem vivência com a universidade. A nossa comunidade é uma comunidade consciente e a gente precisa que essas pessoas percebam quem deve estar conduzindo a universidade. E tem características que são fundamentais e a gente sabe disso. Se cada um avaliar sabe quais são as características fundamentais para se gerir um órgão público porque problemas sempre irão aparecer, mas capacidade de resolução nem todo mundo tem. O que a gente pode fazer para solucionar muitos problemas, uma estratégia importantíssima é o diálogo. É no diálogo que a gente constrói e tem soluções coletivas e cresce junto e quando você vai ver o problema está resolvido. Por quê? Porque foi pensado por nossa comunidade e foi pensado por pessoas que estão ali vivendo o dia a dia e estão vendo aquela dada situação. Então fica mais fácil quando a gente está numa mesa, que a gente expõe um problema e sai uma solução coletiva, uma solução conjunta.

PRN – Espaço aberto para suas colocações finais.

CM – Apenas agradecer mesmo a oportunidade. Dizer que nós colocamos os nossos nomes como pré-candidatos: professora Cicília, uma mulher egressa da universidade, e nessa composição nós buscamos o professor Chico Dantas, que é diretor de um campus avançado, tem uma trajetória muito bonita também com a universidade. Ele traz também a experiência de gestão, tem um trabalho muito bonito, principalmente alinhado com o que eu penso também, levando sempre o diálogo, levando sempre as questões de inovação para dentro de seu ambiente. Ele não espera, ele vai fazendo acontecer. Essa nossa composição foi muito bem pensada e nela juntamos pessoas que tem a mesma noção de universidade. Não quer dizer a gente pense igual, longe disso. A gente se complementa e isso é muito bom. E fica aqui o nosso desejo de que tenhamos aí uma pré-campanha muito exitosa, que a gente possa conversar com nossos pares, e o momento que agora estamos é exatamente esse de escutar a comunidade. Nunca tivemos situação de pré-campanha em nossa universidade, mas estamos aproveitando muito bem esse momento para escutar as pessoas de nossa comunidade. Em nossas redes sociais estamos sempre colocando as atualizações da pré-campanha e convidando a todos porque estamos num momento de escuta e de diálogo e todos aqueles que tiverem alguma sugestão, alguma contribuição, pode nos procurar, pode mandar via formulário. Quem nos conhece sabe que somos extremamente acessíveis, tanto eu quanto o professor Chico, e nós fazemos questão disso porque entendemos que é muito importante quando temos essa interação com todo nosso público, e isso não é apenas uma fala de quem está numa pré-campanha. Peço que quem não nos conhece procure conversar com alguém que teve a oportunidade de conviver com a gente porque vai dizer exatamente o que estou dizendo: que somos acessíveis, que somos do diálogo e que, acima de tudo, somos da resolução.

 

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