Cálcio e efeitos à saúde

Há inúmeras evidências científicas do aumento da incidência da osteoporose em todo mundo, bem como de seus efeitos deletérios à saúde. Como a grande maioria das doenças crônicas não-transmissíveis, a osteoporose está intimamente relacionada com os hábitos alimentares ao longo da vida.

As recomendações para ingestão de cálcio por adolescentes são de 1300mg por dia (OLIVEIRA et al, 2014). Esses valores representam o consumo seguro para garantir que os adolescentes produzam quantidades máximas de osso geneticamente possíveis e, assim, possam ter uma redução do risco de fraturas e perda de massa óssea na idade adulta. Há diversos fatores envolvidos na etiologia da osteoporose, além do consumo dietético de cálcio, tais como: fatores genéticos, fatores ambientais, hábitos de vida, prática de atividade física, consumo de alimentos ricos em nutrientes que prejudicam a absorção do cálcio, consumo de alimentos com cálcio de baixa biodisponibilidade, além da idade, das condições fisiológicas e fatores hormonais.

Sabe-se que alguns vegetais verdes e algumas frutas são boas fontes de cálcio. Um Estudo científico demonstrou que o cálcio presente no repolho é mais bem absorvido do que aquele presente no leite. Ainda, um estudo de revisão de 2006, observou que indivíduos vegetarianos não apresentam menor densidade mineral óssea do que indivíduos não vegetarianos, que consomem leite regularmente; esses resultados indicam que há boas fontes de cálcio dietético além do leite e derivados.

Além do papel do cálcio, é importante se ressaltar que indivíduos vegetarianos, com alto consumo de frutas e vegetais, têm um adequado equilíbrio acidobásico endógeno, proporcionado pelo potencial básico desses alimentos, que contribuem para uma adequada excreção urinária de cálcio.  Alimentos de origem animal são precursores de ácidos, enquanto que as proteínas vegetais de bases; o desequilíbrio entre os precursores dietéticos de ácidos e bases pode promover uma carga ácida dietética, que tem importantes efeitos adversos no osso). Mulheres idosas com alto consumo dietético de proteínas animais em detrimento das proteínas vegetais apresentam maior perda óssea e maior risco de fraturas.

Em um estudo conduzido com mulheres japonesas, observou que o consumo de peixes e vegetais contribuiu com 46,7% da ingestão diária de cálcio, representando excelentes fontes  desse mineral.  Os autores concluíram que o consumo desses alimentos deve ser estimulado para se diminuir o risco de desenvolvimento da osteoporose e, além do cálcio, o peixe é rico em ácidos graxos poli-insaturados essenciais para a modulação do sistema imunológico e para a manutenção da integridade celular, assim como a contribuição de alguns minerais para a absorção correta do cálcio em sua integridade, o zinco tem o seu papel, o potássio tem uma função importante na regulação da excreção do cálcio através da urina, o magnésio atua também no metabolismo equilibrando a densidade mineral óssea, a vitamina K atua no metabolismo osteo calcina que faz a cicatrização de fraturas, a vitamina C é fundamental .para ativar a síntese de colágeno, que é responsável pela saúde óssea, por último a vitamina D  está intimamente relacionada ao metabolismo ósseo e sua deficiência resulta em menor absorção de cálcio e maior reabsorção óssea.

Com base nas evidências apresentadas, nota-se que a etiologia da osteoporose envolve a deficiência de muitos outros nutrientes como magnésio, cobre, zinco, manganês, potássio, boro entre outros, além do cálcio, todos envolvidos na adequada formação da massa óssea. Desta forma, é necessário que o hábito alimentar populacional seja modificado como um todo, e não somente com a inclusão de um ou outro alimento. É importante se estimular uma dieta saudável, com boas quantidades de frutas, verduras, legumes, oleaginosas, leguminosas, gorduras poli-insaturadas, alimentos integrais, e que seja pobre em gorduras saturadas, colesterol, açúcar e alimentos refinados, alimentos ricos em sódio e sal, alimentos industrializados como salgadinhos, refrigerantes, enlatados e embutidos e fast-food, além de promover uma adequada razão dietética entre proteínas animais e vegetais. Além de contribuir para uma ótima saúde óssea, esses alimentos também podem reduzir o risco de desenvolvimento de diversas patologias, tais como: doenças cardiovasculares, diabetes mellitus, hipertensão arterial, doenças inflamatórias, entre outras.

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