Recuperação

Banana tem queda de preço e recupera mercado no primeiro semestre

A queda do preço da banana e aumento da produção favorecem a recuperação do mercado de exportações.

Uma das principais frutas na mesa dos brasileiros, a banana começa a se recuperar após altas de preço no segundo semestre de 2016. A quantidade ofertada na maior parte das centrais de abastecimento (Ceasas) do país subiu em junho e os preços caíram. Os destaques foram para a Ceasa no Espírito Santo, com aumento de 54,9% na oferta, e para a Ceasa Minas, com queda de 14,31% no preço. Os números são do 7º Boletim do Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro (Prohort), divulgado hoje (18) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Em novembro do ano passado, a banana chegou a custar quase R$ 4 por quilo nas Ceasas. Um ano antes, no segundo semestre de 2015, o preço máximo foi de de R$ 2,50. Os preços agora se recuperam e o máximo está abaixo de R$ 3. “Tivemos uma queda generalizada em todos os mercados, de 1,5% de Pernambuco até 14% em Minas Gerais. Essa queda é proveniente da grande oferta de banana prata nos mercados”, diz o gerente de Modernização do Mercado Hortigranjeiro da Companhia, Erick de Brito Farias.

A banana foi o destaque entre as frutas, justamente pela série histórica de recuperação neste primeiro semestre. A produção refletiu também em melhoras no mercado externo do produto, que vinha apresentando queda nas exportações desde o segundo semestre do ano passado. Como ficou muito cara, até mesmo no Brasil, não era vantajoso para os produtores exportarem.

Em junho deste ano, as exportações somaram 4 mil toneladas, valor 11,48% maior em relação a maio deste ano e 193% maior em relação a janeiro. Em relação a 2016, os valores ainda estão menores – em comparação com junho do ano passado, esse volume é 44,21% menor. “O mercado de banana vem se recuperando, a banana vem conseguindo atender o mercado interno e externo, com queda de preço em todos os mercados e recuperação das exportações de banana”, diz Farias.

Frutas e hortaliças

O relatório mostrou que, de maneira geral, os preços das principais hortaliças e frutas comercializadas nas Ceasas do país caíram em junho, quando comparados com o mês de maio. A boa oferta de banana prata, maçã fuji e laranja influenciou o recuo nos preços dessas frutas. Também ficaram mais baratos o morango, com queda de 29% no preço, o maracujá, de 21% e o caju e a tangerina, ambos com queda de 12%.

Já a melancia teve a oferta reduzida nos entrepostos atacadistas devido à tradicional queda de consumo no inverno, aliada ao intervalo das safras dos estados de Rio Grande do Sul, Bahia, São Paulo e Tocantins. O cenário provocou aumento de preço de até 33,58%, verificado na Grande São Paulo.

A quantidade ofertada de mamão também foi mais restrita, resultando em alta em praticamente todo o país. No Ceasa em Goiás, maior alta, o preço subiu 59,89%. Segundo Farias, isso ocorreu devido à colheita antecipada, que gerou uma grande oferta nos meses anteriores e deixou as prateleiras de mamão mais escassas no mês passado.

Entre as hortaliças, com exceção da alface – que subiu de preço na maioria das Ceasas devido às condições climáticas, chuvas e geadas no Sul –, as demais hortaliças ficaram mais baratas em junho. A batata registrou queda em todas as Ceasas por conta da entrada da safra de inverno. A cebola também teve maior oferta em boa parte dos mercados analisados, resultando em preços mais baixos. O preço da alface chegou a subir até 92,91% no Paraná.

Custos de produção

Na avaliação de Farias, alguns produtos estão com preços muito baixos, o que impacta também no bolso do produtor, que muitas vezes não consegue cobrir os custos de produção com as vendas. “Às vezes, isso vem de série histórica grande como a cenoura, que vem com preços muito baixos, oferta muito grande e preços abaixo do custo de produção”.

Em março de 2016, o preço médio do quilo de cenoura chegou a R$ 5. Em junho, o máximo era de cerca de R$ 1,50 o quilo. “Assim que os produtores verificam que os preços estão baixos, eles acabam refletindo em um período posterior com menor área de produção, uma oferta um pouco menor e os preços voltam a níveis normais”, diz Farias.

Para o segundo semestre, a expectativa da Conab é seja um período estável. “A produção do segundo semestre localizada no Sudeste, Nordeste e Centro-Oeste não é tão impactada pelo frio que acomete o Sul do país e por isso as condições de clima não prejudicam essa produção. Daí os produtos conseguem ter oferta boa no mercado e os preços continuam de certa forma mais estáveis. Altas ou baixas são normais para o período por conta da série histórica, mas não é nada que vá comprometer os níveis inflacionários e a oferta no mercado”, diz o gerente.

O levantamento é feito mensalmente pela Conab, por meio do Programa de Modernização do Programa Hortigrangeiro (Prohort), com base em informações enviadas pelos principais mercados atacadistas do país. Em junho, a análise considerou entrepostos localizados nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Esprírito Santo, Paraná, Goiás, Distrito Federal, Pernambuco e Ceará.

Agência Brasil

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