Câmara aprova projeto que prejudica servidores
Base governista segue orientação da prefeita Rosalba Ciarlini e acaba com a consignação da mensalidade sindical, deixando mais de 4 pessoas sem assistência médica
Numa sessão tumultuada e aparentemente viciada, a Câmara de Mossoró aprovou há pouco o Projeto de Lei 139/2019 enviado ao Legislativo pela prefeita Rosalba Ciarlini e que acaba com a obrigatoriedade do desconto da mensalidade sindical de forma consignada em folha e consequente repasse automático ao Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Mossoró (SINDISERPUM).
O objetivo do projeto é de enfraquecer financeiramente o sindicato e consequentemente sua luta em defesa dos servidores. Rosalba Ciarlini, no entanto, vai conseguir mais do que isso. De imediato, ela prejudica 4 mil servidores que tinham assistência médica a partir de convênios do SINDISERPUM com a rede hospitalar privada da cidade. E prejudica ainda a própria rede de saúde pública, pois essas pessoas buscarão atendimento a partir de agora pelo Sistema Único de Saúde.
O projeto foi aprovado após muito bate-boca e empurra-empurra. “Uma vergonha o que se viu na Câmara hoje. Até usurpar a presidência usurparam”, afirma Marleide Cunha, presidente do SINDISERPUM, se referindo ao fato do vereador Rondinelli Carlos (PMN) ter tentado, a todo custo, e de forma ilegal, presidir os trabalhos na ausência da vereadora Izabel Montenegro (MDB).
Seguindo à risca a obediência ao Palácio da Resistência, os vereadores governistas aprovaram o requerimento de urgência para colocar o projeto em votação, bem como aprovaram o próprio projeto.
Votaram a favor:
- Rondinelli Carlos (PMN),
- Tony Cabelos (PSD),
- Maria das Malhas (PSD),
- João Gentil (PV),
- Manoel Bezerra de Maria (PRTB),
- Sandra Rosado (PSDB),
- Aline Couto (sem partido),
- Francisco Carlos (PP),
- Alex Moacir (MDB),
- Didi de Arnor (PRB),
- Zé Peixeiro (PTC) e
- Ricardo de Dodoca (PROS).
Dois fatos causaram surpresa na sessão. O primeiro deles foi o fato de Izabel Montenegro dá continuidade a uma sessão já prejudicada, sobretudo por ela ter dito publicamente ser contra o projeto e ter afirmado que pediu à prefeita Rosalba Ciarlini para pedi-lo de volta. Outra postura que também causou surpresa foi o voto do vereador João Gentil, que se diz independente e votou seguindo orientação da prefeitura.