CRONICA

VAI DE JEEP

Jeep era denominação particular para um tipo de veículo fabricado pela Willys Overland, concebido para rodar em terrenos difíceis. Aliás, muito difíceis, pois nasceu de necessidades do exército norte-americano durante a guerra. O Governo dos Estados Unidos lançou o desafio e as montadoras do país concorreram com seus protótipos. O modelo da Willys foi o escolhido. Também no Brasil, as primeiras unidades de jeeps pertenciam exatamente ao Exército e foram doadas pelo Governo dos Estados Unidos. A fábrica instalou-se depois em São Paulo com o nome de Willys Overland do Brasil e a montadora chegou a construir um fábrica em Pernambuco.

O veículo, apesar de suas características, direcionado para valorizar a robustez, inclusive o desenho, foi usado, também, como o carro de passeio das famílias. Tinha seu charme. Era facilmente conversível, ou seja, a capota de lona que lhe protegia o interior podia ser retirada sem dificuldades permitindo andar a céu aberto. Nos anos 1960, especialmente no Nordeste Brasileiro, era a principal estrela dos grandes bingos que reunia multidões em praça pública. Quando desfilavam pelas ruas, dez ou mais deles apresentados como os prêmios a serem sorteados nesse tipo de jogo, transformavam-se em objetos de desejo da população que, em consequência, acorria a comprar as cartelas desses bingos, sonhando ganhar um deles. Ao longo do tempo, algumas mudanças foram feitas visando dar um pouco de conforto aos usuários, mas sem se afastar do conceito original de pau para toda obra.

Depois, jeep passou a ser qualquer veículo com certas características, como altura do chão mais elevada, tração nas quatro rodas, e outras, todas visando operação em caminhos não convencionais ou “fora de estrada”. Nos anos 1960 a Vemag, empresa brasileira do grupo alemão DKW, lançou um jipe alternativo, o Candango, que fez sucesso por um certo tempo. O nome era uma homenagem aos trabalhadores que constituíram a mão de obra na construção de Brasília. Nessa época, carros com função de taxi concentravam-se em pontos chamados de postos de automóveis de aluguel, onde esperavam solicitações dos clientes, por meio de telefone. Cada posto tinha um nome e um telefone que o identificava. Um desses postos dispunham exclusivamente desses jipes e essa especialidade era anunciada no próprio nome: Posto Candango.

Atualmente, diversas fábricas disputam o mercado de jipes caracterizados por alta tecnologia e conforto. A relação com os pioneiros resume-se à capacidade de encarar terrenos difíceis. No mais, não há comparação.

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