Universidade busca soluções para diminuir as emissões de gases do efeito estufa da Mizu Cimentos
Integrantes permanentes do Programa de Pós-Graduação em Manejo de Solo e Água da UFERSA iniciaram um projeto de pesquisa para a Mizu Cimentos (Baraúna/RN),
A fabricação do cimento pode ser considerada como um processo de duas etapas principais. Começa com a produção de clínquer em fornos de alta temperatura e é nesta etapa que ocorrem as emissões diretas de CO2. Normalmente, de 30% a 40% das emissões diretas de CO2 provêm da queima de combustíveis, e os 60% a 70% restantes são inerentes ao processo e decorrem da reação química envolvida na conversão de calcário em óxido de cálcio (calcinação), precursor da formação do clínquer. Outros 5% das emissões de CO2 ocorrem de forma indireta e resultam do consumo elétrico da planta industrial.
Por representar cerca de 7% das emissões globais de CO₂, as indústrias responsáveis por 80% da produção de cimento nos países ocidentais anunciaram 7 metas para serem alcançadas em 2050, a fim de que o setor zere o saldo de emissão de CO₂ no processo de fabricação do cimento. Uma dessas metas é elevar a participação de energias renováveis no processo produtivo do cimento.
Nesta perspectiva, os docentes Daniel Valadão Silva, Frederico Ribeiro do Carmo e José Francismar de Medeiros – integrantes permanentes do Programa de Pós-Graduação em Manejo de Solo e Água (PPGMSA) da UFERSA – iniciaram um projeto de pesquisa para a Mizu Cimentos (Baraúna/RN), com o objetivo do projeto é avaliar qual a melhor estratégia para substituir parcialmente o coque de petróleo utilizado como combustível no processo produtivo da unidade.
Para compreender melhor as necessidades do projeto, no último dia 24 de janeiro os pesquisadores visitaram as instalações da unidade de Baraúna da Mizu Cimentos. Na ocasião a equipe foi recebida pela equipe responsável pelo projeto na empresa, Sr. André Sutero (líder de unidade), Sr. Antônio D’Aquino (engenheiro de segurança), Sr. Jonas de Paiva (ex-aluno da UFERSA e engenheiro químico) e Sra. Camila Lima (líder de controle de qualidade e aluna da UFERSA).
Segundo o coordenador da equipe, Prof. Dr. Frederico Ribeiro do Carmo, atualmente a unidade de Baraúna da Mizu Cimentos apresenta 200 hectares para o plantio da biomassa que será incorporada. O docente complementou que “a escolha da melhor biomassa envolve conhecimentos de termodinâmica, agronomia, meio ambiente e economia; nosso objetivo é avaliar qual biomassa (ou grupos de biomassas) gerará a maior quantidade de energia por hectare com menor custo”. O professor também pontuou que outra variável a ser considerada na análise é a geração de crédito de carbono (tonelada de CO2 que deixou de ser emitida para a atmosfera).
“É importante mencionar que muitas empresas da região estão perdendo uma ótima oportunidade econômica com os créditos de carbono, uma vez que são títulos já negociados no mercado. Temos uma região ainda pouco explorada neste sentido, mas com muitas oportunidades. Além disso, a UFERSA apresenta profissionais altamente qualificados nesta temática”, pontuou o Prof. Frederico.