Por Caio César Muniz
1
De Wuhan à Cabrobó,
De Codó ao Reino Unido,
Segue o Homem apavorado
Com seu peito dolorido,
Aturdido e acuado,
Preso em casa, assustado
Num planeta adoecido.
2.
Do tamanho de um nada,
Mas feroz feito um tufão,
Surge um vírus poderoso
Que nem toda evolução
Da pesquisa e inteligência
Tomou ainda ciência
Desta sua dimensão.
3.
Nas duas pontas da vida
Os cuidados redobrados:
As crianças, os idosos,
Todos, todos isolados,
Como um filme de terror
Até os toques do amor
Seguem assim, monitorados.
4.
Aquilo que até ontem
Julgávamos essencial,
Agora é dispensável
Que, para não fazer o mal,
A distância e não presença,
A ciência e não só crença,
É ponto fundamental.
5.
Então eu posso estar longe,
Mas me sinta aí bem perto,
Bote um som do Belchior,
Leia um livro, faça o certo,
Fique em casa, deixe a rua,
Essa causa é minha e sua,
Seja luz neste deserto.
6.
Mas, por tudo que há no céu,
Nunca perca a esperança,
Nos somos parte de Deus,
E Deus não cessa, nem cansa,
Com anjos e orixás,
Com bênçãos e patuás
Tenhamos em Deus confiança.
7.
Mas se você não acredita
Neste momento em Deus,
Se apague às suas crenças
E aos ritos que sejam seus.
É momento de união,
De judeu e de cristão,
De agnósticos e de ateus.
8.
Eu oiço daqui seu riso,
Oiça minha oração,
Sossegue seu pensamento,
O momento é de união,
Vamos todos ajudar
E quando isso escassear
Eu te abraço, meu irmão.