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Temer não quer ser questionado agora sobre áudio de Joesley da JBS

Por meio de petição ao ministro Edson Fachin, o advogado do presidente alega que o áudio ainda está sendo submetido a uma perícia da Polícia Federal.

O presidente Michel Temer não quer ser questionado agora pela Polícia Federal sobre o conteúdo do áudio da conversa com o empresário Joesley Batista, da JBS, ocorrida na noite de 7 de março no Palácio do Jaburu. Por meio de petição ao ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato e desdobramentos no Supremo Tribunal Federal, o advogado do presidente, criminalista Antônio Cláudio Mariz de Oliveira, alega que o áudio ainda está sendo submetido a uma perícia da Polícia Federal.

A conversa foi gravada por Joesley. Nela, Temer reage com ‘ótimo, ótimo’ às informações do delator que narra ter corrompido o procurador da República Ângelo Goulart e conta sobre pagamento de mesada milionária para Eduardo Cunha, em troca do silêncio do ex-presidente da Câmara preso desde outubro de 2016.

Os investigadores argumentam que Temer não poderia ter se omitido quando informado por Joesley sobre práticas criminosas.
Nesta terça-feira, 30, Fachin autorizou a Polícia Federal a interrogar o presidente no inquérito da Operação Patmos, deflagrada no dia 18. O depoimento será por escrito. A PF vai encaminhar as perguntas a Temer, inclusive sobre o deputado Rocha Loures (PMDB/PR), ex-assessor do presidente flagrado correndo por uma rua dos Jardins, em São Paulo, com uma mala estufada de propinas da JBS – maços com 10 mil notas de R$ 50.

“O presidente tem toda a disposição e todo o interesse em elucidar a verdade dos fatos e demonstrar que a gravação que instrui o presente inquérito não corresponde à realidade do diálogo ocorrido. Tanto que requereu fosse o áudio periciado”, assinalou Mariz de Oliveira.

Mas Temer não quer ser questionado agora sobre o áudio. Logo depois do estouro da Operação Patmos, que prendeu uma irmã do lobista Lúcio Funaro, operador de propinas de Eduardo Cunha, e filmou seu aliado Rocha Loures com a mala dos R$ 500 mil, o presidente declarou que o áudio foi ‘manipulado, adulterado’. O áudio está sendo submetido a uma perícia no Instituto Nacional de Criminalística da PF.

“O presidente aguarda a chegada das questões (da Polícia Federal), no entanto, entende que tais questões não podem versar sobre o conteúdo da gravação até que chegue o laudo pericial”, assinala Mariz de Oliveira. “Desta forma, a defesa requereu que as questões não versem sobre a fita até a chegada do resultado da perícia.”

Estadão

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