Rosalba tenta disfarçar incompetência processando jornalista
Ex-prefeita faz pedidos de esclarecimentos que são ônus seus enquanto ex-gestora
O modo de governar da ex-prefeita de Mossoró, Rosalba Ciarini, do Partido Progressistas (PP) se mostrou ultrapassado. Foi assim na sua passagem pelo Palácio Potengi ( ) e na sua última gestão à frente da municipalidade mossoroense. Esse fato foi tão notório que a maioria dos eleitores da cidade decidiu que o modelo não servia mais para o município e não a reelegeu.
Para disfarçar a incompetência, Rosalba Ciarlini buscou processar quem questionassem seus atos (ou a falta deles) enquanto prefeita. Foi assim, por exemplo, com o jornalista Magnos Alves, do Portal do Oeste (www.portaldooeste.com).
A ex-prefeita está movimentando demanda judicial contra o mencionado jornalista porque este escreveu artigo em que criticava a inércia da então prefeita no enfrentamento à pandemia da Covid na cidade.
Mais intimidatória do que tendente a buscar a suposta reposição da verdade, a ação aponta que o artigo escrito por Magnos Alves traz graves acusações. Na publicação em destaque, o jornalista criticou a ex-prefeita por não aplicar de forma transparente os recursos enviados pelo Governo Federal para o enfrentamento à pandemia, por aplicar parte da verba em um túnel de desinfecção com eficácia questionável e ainda por priorizar a realização de uma festa em detrimento da grave crise sanitária.
Rosalba esquece, por exemplo, que responsabilidade é condição inerente ao gestor público de justificar para as pessoas suas ações e até mesmo de outras pessoas sob seu comando administrativo.
Os pedidos feitos na ação por Rosalba Ciarlini são uma clara demonstração de que a ex-prefeita tenta inverter a ordem e a lógica das coisas. E a explicação é simples: quem deve dizer o que foi feito e o que não foi feito é o gestor. Mais que isso: porque e como foi feito e, sobretudo, justificar o que não foi feito quando a lei e a situação exigiam que assim se procedesse.
Rosalba pede, por exemplo, que o jornalista indique sobre quais fatos a ex-prefeita teria se omitido. Ora, Rosalba é quem deveria apresentar a lista do que ela fez.
Também questiona sobre quais casos de contaminação e/ou mortes causadas pelo coronavírus ela estaria ligada. Não há nada mais simples de saber: se havia um determinado número de casos a partir de um dado momento e a ex-prefeita não adotou as medidas de contenção, em caso de agravamento da crise, grande parte da responsabilidade sobre tal situação recai sobre si.
Rosalba quer ainda que o jornalista informe quais seriam os supostos recursos do Governo Federal citados no post e quais iniciativas teriam sido supostamente falhas. Vejamos: quem tem que informar quanto recebeu e como aplicou o recebido é a ex-prefeita. A verba estava sob sua responsabilidade e guarda. Quanto à eficácia, cabe à gestora dizer qual o percentual de redução de casos e mortes as ações por ela adotadas foi registrado.
Rosalba Ciarlini quer sabe também qual crime ela teria cometido em relação ao tal túnel de desinfecção instalado na Cobal. Se a própria ex-prefeita não mostrar os benefícios científicos da ação, resta comprovado ato de improbidade administrativa. Em geral, os esclarecimentos solicitados pela ex-prefeita no rol de pedidos da ação deveriam ser respondidos por ela mesma. Por sua responsabilidade enquanto gestora. E pelo dever de prestar contas aos munícipes. Se assim não proceder, age apenas para disfarçar sua incompetência.